sexta-feira, 29 de maio de 2015

Capítulo 171

Luan ainda teve que passar mais uma semana no hospital fazendo exames e em observação. Nada foi encontrado, e os exames estavam bons, o que significava que nenhuma sequela estava ali de inicio, mas ele teria que continuar com os exames de tempos em tempos e com um mês e meio de descanso. Quando as crianças souberam que ele voltaria pra casa foi uma festa sem limites, e assim que sai de casa no dia marcado da alta com meus sogros, Fabio e Arleyde pra pegar ele, Bruna, o marido, o filhinho e Roberval arrumavam a casa pra uma pequena festa surpresa. Somente algumas pessoas foram chamadas, como o pessoal do escritório que ajudou bastante a gente e os amigos e família mais próximos. Pessoas que se preocuparam com ele e estiveram presente no momento mais difícil. Encontramos ele já arrumado, tomado banho e louco pra ir pra casa, sentado na cama. Ele iria ficar de cadeira de roda mais alguns dias, até que a perna que foi quebrada pudesse ser colocada no chão, já que a outra que teve o ligamento rompido ainda renderia um mês com o gesso. Mas é claro que ele não estava gostando muito da ideia. 
Antes de sair do hospital gravei um vídeo dele para as fãs, onde ele falava sobre o estado dele e contava que estava indo embora pra casa. Arleyde ajeitou tudo pra que ele não precisasse dar entrevistas, mas ele quis ir até a frente do hospital aparecer para que as pessoas pudessem ver que ele estava bem. Saímos por lá, com um pouco de tumulto, mas no fim deu tudo certo. Dirigi de volta pra casa com ele no banco da frente e meus sogros atrás. Paramos em frente a nossa casa e ele estranhou a quantidade de carros. 
- Deve estar tendo festa no vizinho. 
- Povo festeiro! - Ele riu, enquanto o pai o ajudava a sair do carro e entrar na cadeira de rodas que Bruna trouxe toda feliz e piscando pra mim. 
- Cadê meus pequenos? Quero ver meus filhos! - Ele disse fazendo manha enquanto eu empurrava a cadeira pra dentro de casa. 
- Vish, eles dormiram! - Bruna respondeu. 
- Como assim dormiram? - Ele olhou feio. - Eu chegando e você deixa? 
Assim que ela acendeu a luz e ele entrou, todos começaram a bater palmas e gritar. Foi uma euforia enorme e então ele ficou totalmente surpreso, de boca aberta. Então as meninas correram até ele e tive que entrar no meio por causa das fraturas da perna. 
- Papai estava com saudades demais meninas! 
- Papai, a gente quase morreu longe de você. - Ele riu e enxugou as lágrimas, abraçando as duas até surgir atrás delas uma figurinha bem menor tentando subir e ver o pai. 
- Pedrão meu filho! - Ele disse tentando chegar mais perto e abraçou ele. 
Luan passou a mão por todo ele, como que verificava que estava inteiro. E chorou! Assim que virou e olhou todos, começou a rir. 
- Vocês me pegaram de jeito hein! 
Eu me sentia feliz, realizada. Nada mais podia estragar aquilo. Era minha família, meus filhos, meu amor! 

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Capítulo 170

Capitulo dedicado a Nôno Figueiredo que me acompanha faz tempinho já. Parabéns minha linda! 

- Meu Deus! - Abracei ela forte. 
Mal cabia em mim de felicidade, então sentamos na sala de espera e comecei a chorar, lágrimas de alegria. E claro, agradeci muito a Deus por essa bênção. 
- E como ele está? - Perguntei eufórica. 
- Ele acordou meio confuso, assustado e agitado. Mas chamou meu nome quando me viu e o medico disse que isso é muito bom, significa que ele está bem de memória e reflexo, e principalmente a visão, que é uma das coisas que podem ser afetadas. Mas ele estava bem inquieto, começou a se mexer muito, querer gritar e os enfermeiros me tiraram de lá. 
- E agora? 
- Liguei pro Amarildo, ele ficou de avisar o pessoal da equipe. Vai deixar o Rique com a Thomé, já que Bruna voltou hoje cedo pro Rio. 
 - As meninas estão na casa da amiga, foram brincar. O que doutor disse? 
- O doutor disse que eles iam fazer muitos exames e analisar o caso agora. Dar um calmante pra ele e ver como ele está. 
- E as sequelas? 
- Eles vão ver tudo agora. 
As horas se passaram devagar e nós ali na sala de espera andando de um lado pro outro. Amarildo e Rober se juntaram a nós, assim como a Arleyde, que estava se desdobrando com as noticias e todos os sites de fofoca buscando informações. Quase duas horas depois que ele deu algum sinal o medico veio falar conosco. 
- Precisamos esperar os resultados dos exames pra ver se tem sequelas, mas aparentemente está tudo bem. Demos um calmante e ele está meio confuso ainda, mas vai se ajeitar. 
Fomos liberamos pouco a pouco pra ver ele, então os pais foram primeiro e eu fiquei toda nervosa sentada no banco, ansiosa. Assim que os dois voltaram e andei rápido ao encontro dos meus sogros. 
- Ele está louco pra te ver! - Amarildo disse me abraçando e eu mal esperei pra ouvir o resto. 
Corri até o quarto meu coração pulou de alegria ao olhar ele sorrindo ao me ver abrir a porta. Abriu os braços meio sem jeito e eu me aconcheguei neles. Ali era meu lugar, tão gostoso, tão meu que nada podia provar o contrario. 
- Você quase me matou do coração meu amor. - Disse suspirando e deixando algumas lagrimas caírem. 
- Perdoa, não vou dar mais sustos como esse. - Ele riu fraco. 
- Não mesmo, está proibido! - Disse apontando serio pra ele. - Ou eu vou parir outro filho desse jeito.
Sua risada gostosa preencheu o ambiente e eu ri junto, me juntando dentro de seu abraço mais uma vez. 
- Você salvou nosso menino, meu herói. - Disse emocionada. 
- Eu sei, minha mãe me disse. Eu não lembro muito bem de nada. 
- Melhor assim, melhor esquecer. - Sussurrei. - Seus filhos estão morrendo de saudade, e eu estava quase me matando. Como você está? - Comecei a passar a mão pelos seu rosto e sua cabeça, depois dei um selinho bem dado nele. 
- Estou meio confuso ainda, algumas coisas embaralham na cabeça, principalmente do acidente, mas eu to bem, estou me sentindo ótimo. Só morrendo de vontade de apertar meus pequenos. 
- Aquela casa não é a mesma sem você. Luan, você nunca pode me deixar ouviu? Eu fico sem chão, eu não sei nem como ir a esquina, toda perdida, embaralhada, toda confusa. Não sei meus horários nem meus caminhos. Você é minha direção. Eu te amo tanto meu Deus! Pedi tanto pra Ele me ajudar, pra te proteger, colocar as mãos dele sobre você... - Disse agoniada. - Eu e seus filhos, não somos nada sem você meu Deus! - Peguei seu rosto em minhas mãos. 
- E você acha que eu sou? Tudo que eu faço é por vocês, eu respiro por vocês. Meu Deus Natália, eu nunca vou sair do seu lado! - Ele disse emocionado. 
A gente se abraçou forte e secamos as lágrimas sorrindo. E então o silencio se espalhou. Eu só precisava sentir o calor das suas mãos nas minhas e ele só precisava sentir o meu. 

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PS: Capítulo de noite!

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Capítulo 169

Os dias foram passando devagar e sem muitas novidades. E eu ainda tinha que lidar com a situação dos perguntas sobre o estado de saúde de Luan a todo momento, sem contar os cuidados com meus filhos, que sentiam falta do pai e também que o ambiente não estava bom, estava pesado e tenso. Passava todos os dias com meus filhos a noite e a tarde ficava com Luan no hospital, então usava minhas manhãs pra descansar. Mari ia pela manhã e cuidava dos pequenos a tarde pra mim, já que eu sabia que nesse momento era a melhor coisa que eles se sentissem próximos de nós, família.
Os cuidados com ele estavam intensos e os hematomas estavam sumindo. Boa parte dos machucados da cabeça estavam desinchando e o medico disse que isso era bom, que podia ser um sinal de que ele estava se estabilizando e logo sairia do coma.
- É como se o cérebro dele causasse o estado dormente nele pra enfim poder se recuperar. - Ele me explicou sorrindo quando fez uma semana do acidente. - Pode comemorar, ele vai ficar bom logo.
- Isso é maravilhoso! - Sorri, feliz demais. - Mas estou preocupada com as sequelas que o senhor mencionou no inicio.
- Não acredito que teremos problemas, os exames dele estão bons. Mas só se pode afirmar quando ele acordar e novos exames forem feitos.
A cada dia que passava ele foi apresentando mais e mais melhoras e isso me deixava muito feliz e com esperanças que dali um mês, quando as ferias de julho iniciasse, pudéssemos viajar, com tranquilidade e unidos. As meninas veriam os amiguinhos, Isa e Anna, e Luan estaria bem, ao nosso lado.

Dava café da manhã para as meninas enquanto Rique ainda dormia. Ele não ia pra escola, mas dormia bastante, igual ao pai.
- Mamãe, estou com saudade do papai! - Laura disse suspirando ao comer seu pedaço de pão.
- Eu também sinto muito meu amor, mas ele volta logo.
- A gente não pode ver ele? - Bea questionou.
- Não, não podem meu anjo. Somente rezar pra ele volta pra casa logo. Mas que tal a gente se distrair um pouco hoje a noite? - Disse tentando fazer com que aquilo não ficasse muito pesado pra elas. - Mamãe leva vocês no cinema ou posso comprar aquela boneca que vocês querem! - Sorri.
- Não mamãe! - Laura disse toda nervosa. - Não podemos! - Bea afirmou com a cabeça.
- Por que? - Perguntei confusa.
- Tem que pedir pro papai, ele não deixa ganhar presente sem pedir pra ele! - Ela disse brava, me olhando feio.
Eu olhei pra minhas duas princesas sorrindo, encantada.
- Tudo bem então, a gente espera o papai e pede pra ele. Logo logo ele está de volta meus amores.
Aquilo me cortou o coração. Tinha medo, muito medo. Apesar de saber que Luan voltaria, não conseguia imaginar o que seria da minha família, dos meus filho, caso isso não ocorresse mesmo.

Quando fez exatamente duas semanas do acidente eu tive uma surpresa maravilhosa. Entrei no hospital como estava fazendo a dias e estava andando normalmente pelos corredores quando vi Mari vir chorando na minha direção e me abraçou com força.
- Ele acordou Natália, meu filho voltou!

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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Capítulo 168

Meu coração parou de bater quando olhei ele deitado naquela maca. Com as duas pernas imobilizadas, ele parecia dormir num sono profundo. Me aproximei com os olhos marejados e toquei de leve seu braço, desviando dos inúmeros arranhões, e depois  olhei seu rosto angelical com um corte no canto da testa. Observei as mãos enfaixadas, com certeza muito machucadas por conta do capotamento, onde ele deve ter usado elas pra se defender de qualquer impacto.
Ao passar a mão pelo seu cabelo sedoso eu tremi ao encontrar mitos galos, com certeza os causadores do traumatismo. Com medo de que meu toque pudesse machuca-lo, eu voltei minha mão pro seu rosto e fiquei acariciando suas bochechas.
- Oh meu herói... - Disse com um meio sorriso. - Você vai ficar bem e vamos fazer uma viagem incrível com nossos tesouros pra você descansar... - Sequei algumas lágrimas e beijei seu rosto - Eu te amo tanto, que nem cabe em mim, e você precisa ficar bom, porque eu não sei o que seria da minha vida sem você.
Fiquei olhando pro nada algum tempo. Toda a tensão acumulada me fazia ter vontade de fechar os olhos e dizer tudo que estava se passando como um caminhão dentro de mim desde que recebi a ligação da Juliana.
- Se você não tivesse aparecido na minha vida, se eu não tivesse engravidado, hoje eu com toda certeza estaria em Florianópolis, casada com outro alguém, biólogo marinha, visitando meus pais aos domingos, enfim.. vivendo uma vida, que não seria minha.  Eu não sei se poderia ser feliz dessa forma, mas sei que eu não ia querer ser feliz dessa forma. Mas, talvez, eu iria te conhecer de outra forma. Você chegaria na cidade pra fazer um mergulho e eu seria a instrutora - Ri. - Me apaixonaria e fugiria com você, largando o marido que nem gostava. Afinal, nossa vida tinha que ser essa loucura, porque se não, não teria graça no fim. - Respirei fundo. -  Se não fosse você ter voltado, insistido e mudado por nós dois, eu ainda estaria naquela boate, com certeza fazendo muito mais do que apenas dançar. E com certeza isso nunca foi o que eu sonhei pra mim.
Fiquei alguns minutos acariciando seu rosto, olhando pra ele com um sorriso grande e os olhos ainda marejados.
- Eu te amo tanto, que nem cabe em mim. - Repeti a frase mais sincera que já disse na vida.
E então fui surpreendida com um toque calmo nas costas. Me assustei e virei encontrando o Rober, era um grande amigo do Luan e me entendia.
- Ele vai sair dessa.
- Eu sei que vai. - Sorri - Luan nunca faria isso comigo! - Ri, fazendo uma meia piada.
- Ele te ama muito, Natália - Ele disse sério.
- E eu amo ele, Rober. Luan é a minha vida toda! Eu nunca tive uma vida sem ele desde que ele cruzou meu caminho.
- E nem vai precisar ter. - Ele sorriu pra mim.

Fiquei a tarde toda no hospital, mas não podia dormir lá e decidi ir pra casa. Assim que cruzei a porta da casa da minha sogra com ela, com meu bebê que teve alta, Amarildo e Bruna - que tinha chegado com o marido e filho naquela tarde - encontrei minhas meninas. Elas correram na minha direção. Recebi abraços fortes e Rique também foi muito mimado pelas duas, mas elas não pararam de pedir pelo pai.
- Ele vai ficar bem meus amores. - Sorri abraçando elas. - A gente só tem que rezar pro nosso anjinho da guarda e pra Deus, tudo bem?
- E dai o papai volta? - Rique perguntou no meu colo.
- Daí papai volta! - Sorri. - E a gente vai ser uma família incrível, sempre junta.

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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Capítulo 167

Aos poucos as coisas foram se acalmando na medida do possível. Eu dormi com Rique aquela noite no hospital, e acabei velando seu sonho durante toda a noite. Amarildo convenceu Mari a ir pra casa descansar e voltariam ao amanhecer, assim como Rober e Fabio, já que os dois teriam que resolver coisas no escritório por causa do acidente ainda essa noite. 
Fiquei andando de um lado pro outro, olhando meu pequeno, verificando cada movimento dele e pensando no pai. Em alguns momentos me dava desespero de não saber como ele estava, se iria ou não ficar tudo bem. Me batia um desespero de não ter ideia de quando ouviria sua voz de novo. Eu não era nada sem ele, meus filhos não eram nada sem ele. Assim que amanheceu e tentei perguntar para as enfermeiras sobre ele. Queria muito vê-lo. 
- Ele foi pro quarto faz um tempo, mas o medico ainda não autorizou visitas. 
Era quase meio da manhã e Luan ainda não estava liberado pra ver ninguém quando Rique acordou. Ele estava agitado, meu nervoso e manhoso. 
- Ir pra casa mamãe! - Disse querendo iniciar um choro, mas eu acalmei meu bebe. 
- Logo meu amor, logo. 
- Papai! 
- Papai vai ficar bem meu anjo. 
Ele demorou a entender que a gente não podia sair ainda. Os resultados de alguns exames estavam pra sair e se tudo ocorresse bem, ele teria alta. 
Ficamos rindo, brincando, a fim de distrair ele quando Rober apareceu batendo na porta. Rique ficou todo feliz, adorava ele. Ele brincou com o pequeno, arrancando algumas gargalhadas e depois de me cumprimentar, me abraçou forte.
- Como você está? 
- Angustiada. 
- O medico liberou. Dona Marizete e o Seu Amarildo estão lá, a algum tempo, então vim te chamar. 
- Graças a Deus, eu não via a hora de ver ele. 
- Vai dar tudo certo, vai lá. Vou ficar com o Rique.
- Filho, mamãe já volta ta? Tio Rober vai ficar com você. 
Tentei avisar meu pequeno que eu não ia demorar, mas ele mal me escutou enquanto já estava distraído com o tio. 
Caminhei pelo hospital a passos largos em direção a ala onde Luan estava. Assim que pisei na sala de espera, vi seus pais entrando. Mari chorava e Amarildo a consolava. Andei até eles angustiada.
- Ah, está ai! Estava te procurando. - Amarildo sorriu acolhedor e me abraçou forte. - Pode ir ver Luan minha querida. 
- Obrigado. - Sorri.
Me virei pra Mari e abracei ela. 
- Vai dar tudo certo. - Tentei consolar. - Prometo.
- Eu estou com medo. Ele está... Tão machucado. 
Meu coração se apertou dentro do peito e dando um beijo nela sai em direção ao seu quarto. Sabia que ia ficar triste, angustiada, e com dor, mas eu queria ver ele, tocar e cheirar ele, pra ter a certeza que ele estava bem, e que tudo ficaria bem de novo. Quando escutei o numero do quarto, sai a passos rápidos, quase correndo pelo hospital. Com o coração batendo forte, respiração pesada e as mãos soando, eu sabia que tudo ia ficar bem, meu coração apaixonado e mega ligado ao dele não me deixava se enganar por qualquer coisa que eu fosse ver dentro daquele quarto.

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Capítulo 166

Assim que pisei no hospital eu desejei muito ver meu filho, mas como sabia que ele estava bem, segui com Luan até ele entrar na sala de cirurgia. O estado dele não foi comentado, e eu chorei quando encontrei com Mari e Amarildo. 
- Ele não está bem, eu sinto. - Disse em prantos.
- Vai dar tudo certo minha filha, a gente tem fé, lembra? - Amarildo me disse, mas eu senti que ainda mais que eu, Mari tinha medo. 
Lembrei na hora do meu filho e corri pra ver ele. Estava deitado, na cama, dormindo. A enfermeira me explicou que ele não sobre o impacto como o pai e o cinto e a cadeirinha o protegeram na hora que o carro capotou uma vez e voltou ao normal, antes do carro que havia provocado o acidente prensar a parte da frente, de Luan, no poste. Rique, no banco de trás, só sofreu o susto do capotamento. 
Ela me explicou que o trauma de um acidente assim pra uma criança era grande e ele estava bem esgotado, então possivelmente ele dormiria a noite toda. 
Fiquei um bom tempo com ele, morrendo de dó e desejando que eu pudesse trocar de lugar com o meu menino, mas eu não podia. 
Depois de quase uma hora fui assustada por Rober, que veio me buscar pra ir jantar no restaurante do hospital. 
- Eu não to com fome. 
- Eu sei, mas vamos lá, Luan ainda vai demorar na cirurgia. Mari não quer ir também, então pensei que você pudesse dar uma forcinha. - Ele sorriu fraco. 
- Tudo bem. - Dei um beijinho no meu filhinho e depois acompanhei ele.
Jantamos em silencio, em uma tensão extrema. Mari ainda estava mais nervosa que eu e Fabio mal conseguiu comer enquanto o telefone tocava toda hora. O acidente já era uma noticia e o escritório estava tentando lidar com aquilo, mas todo mundo queria uma noticia sobre ele. Noticia essa que nem a gente tinha. Eu sabia que tudo estava uma confusão lá fora, e tentava não pensar nisso. Comi pouco, assim como Mari, e logo voltamos pra sala de espera. Espera de mais uma hora até o médico aparecer. Nós ficamos em alerta na hora, mas não recebemos noticias boas.
- A cirurgia foi um sucesso. O ligamento da perna esquerda foi restabelecido, tudo normal. A outra perna está engessada, mas nada demais, uma fratura normal que vai ser tratada normalmente com o gesso. Mas ele sofreu traumatismo craniano com as batidas da cabeça. -Eu sentia meu coração bater mais forte, angustiada, esperando ele dizer que tudo iria ficar bem. - Mas a lesão é leve, não é grave. Mas mesmo assim ele está em estado de coma, mas eu acredito que não é por muito tempo, é somente até ele se estabilizar, o corpo se recuperar. Ele vai ficar bem, ele não corre risco de vida, pelo menos até esse momento. 
Eu agradeci a Deus por ele estar bem. Agradeci muito e rezei mentalmente pra ele ficar ainda melhor logo. É claro que me assustei com o estado, com o coma, mas eu tinha fé e ouvi que ele ia ficar bem. 
- E sequelas? - Amarildo pediu.
- Não sei de nada ainda, só quando ele acordar posso dizer, mas eu acredito, pelos exames, que não teremos nenhum problema. Só poderão ver ele amanhã. Ele está sendo cuidado num lugar excelente, e vai ficar bem.
A noticia acalmou nosso coração, mas abriu uma nova aflição e a espera pela volta da consciência dele.

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PS: Mais um ás 21h00.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Capítulo 165

Fiquei parada, a principio de longe vendo os bombeiros trabalharem, mas decidi me aproximar. Tentei não atrapalhar eles, e o policial me acompanhou. Cheguei o mais perto possível e consegui ver Luan dentro do carro amassado, preso, e imóvel. Meu desespero foi aumentando ao ver o estado do carro, muito danificado, mas principalmente o lado do Luan, e onde Luan colocava a cadeirinha do Rique, estava até inteiro. 
- Seu marido foi um heroi. - O policial falou, mas não consegui olhar em sua direção. - O outro carro ia bater bem onde estava o filho de vocês. mas ele conseguiu girar ele. 
- Como? - Perguntei assustada.
- Coisa de pai.
Meu coração passou a pular, parecia que iria sair do meu peito. Luan era tudo que um dia eu pedi a Deus, ele era meu porto seguro, minha vida, o super pai que pedi pros meus filhos. E aquilo que o policial me disse só me confirmou o que eu já não tinha duvidas. Eu precisava dele ao meu lado, protegendo a mim e nossos filhos. Precisava do meu anjo. 
Quando me dei por mim estava cada vez mais próxima. Queria entrar lá no meio e arrancar ele de lá, mas senti uma mão em meus ombros e logo essa mesma mão me puxou meu cintura, me afastando um pouco do carro. Era Roberval, que me virou e me acolheu em seus braços.
- Xi, ta tudo bem, ele vai ficar bem. - Disse tentando me consolar, abraçado comigo, mas eu vi sua expressão de panico e sabia que assim como eu, ele também estava muito assustado.
- Eu amo ele, eu preciso dele por isso. - Disse baixo. - Eu não sei viver sem ele Roberval. 
- Mas quem foi que disse que vai precisar viver sem ele? Ele é forte, vai sair dessa... Logo mais ta dando trabalho pra gente de novo. 
- O carro, está destruído! - Falei secando minhas lagrimas.
- Luan é forte, não perde a fé agora. 
Fiquei em silencio tentando digerir tudo aquilo, mas os nós que se formaram na minha cabeça foi foram ficando cada vez maiores. 
- Tenho que avisar a Mari. - Disse pegando no celular.
- Ela já sabe. Recomendamos eles irem pro hospital, acho que seu carro já parou o transito demais por aqui né? - Ele riu forçado. - Eles vão receber as meninas, e Ju vai ficar com elas lá na casa dos pais do Luan. Dai os dois vão ver o Pedro.
- Meu filho meu Deus! - Levei a mão na cabeça. 
- Ele está bem, o Fabio foi pra lá e eu decidi vir aqui. Ele está bem, nada aconteceu com ele. - Ele falou calmamente, como se fosse pra fixar essa ideia. 
- Tem certeza? 
- Sim. 
- Quero ver ele...
- Vamos junto com Luan pra lá, tudo bem? Ou quer ir antes e esperar lá?
- Vou esperar o Luan. - Disse meio perdida e muito nervosa, passando a mão pelo cabelo. - Isso não acaba nunca?
- Não olha. - Ele me puxou e me abraçou de forma que ficasse de costas pros bombeiros e pro trabalho deles. 
Alguns bons minutos se passaram até que então eu percebesse um progresso e o fim, quando eles comemoraram discretamente e a maca foi trazida pra perto. 
- Graças a Deus! - Disse me aproximando dele. 
Quis chegar perto, tentar relar nele, mas fui barrada.
- Moça, a senhora não pode agora, temos que levar ele pro hospital.
- Me deixa ver ele... - Pedi chorando.
- Não posso senhora. 
- Natália, vem aqui! - Rober me puxou. - Vamos acompanhar ele, se acalma. 
Assim que tiraram ele das ferragens do carro e colocaram na maca com muito cuidado, pude ver sua perna muito machucada, cheia de sangue. 
- Meu Deus! - Respondi chorando mais, mas fu puxada por um Roberval ainda mais assustado em direção ao meu carro. 
- Vem, vamos atras!
Em prantos, enquanto Rober dirigia em silencio, segui ele até o hospital em que estava meu filho também. Meu coração parecia querer explodir de nervoso e eu só sabia pedir a Deus pra que ficasse tudo bem.

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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Capítulo 164

Um ano e meio depois...

- Amor, estamos indo! - Luan me gritou e apareceu na cozinha com Pedro de mãozinha dada com ele, todo sorridente e dando passinhos desengonçados.
Ele começou a andar tarde, o que deixou eu e Luan de cabelos brancos, mas estava tudo normal e agora estava pegando o jeito e já até corria. Eu coloquei a forma com os cookies na mesa e fui dar um beijo em cada um deles. Passei a mão pelo pescoço do meu marido e sorri dando um beijo com vontade nele.
- Tem certeza que vai levar ele?
- Claro que sim, né filhão?
- Papai! - Pedro gritou animado e nós dois rimos.
- Mas você vai trabalhar e não vai poder ficar de olho nele.
- É rápido amor, eu dou conta.
Ele ia levar Pedro pro escritório, o que me dava um pouco de nervoso.
- As meninas estão na escola hoje, fazendo trabalho. Pega elas as 18h00, pode ser?
- Pode deixar comigo! - Ele riu batendo continência.
- Eu te amo.
- Eu te amo mais.
Eles saíram e eu terminei rapidamente de assar meus biscoitos e consegui pegar um documentário na TV sobre um mergulho. Mas acabei pegando no sono. Acordei com o celular tremendo embaixo de mim. Assustada, atendi rapidamente.
- Alô?
- Mãe, cadê você? - Ouvi a voz de uma das meninas, mas não consegui deduzir.
- Filha, seu pai que vai, ele deve estar chegando, espera um pouco.
- Mãe, são mais de 19h00! - Ela disse brava.
- Meu Deus! - Despertei. - Vou matar seu pai, ele deve ter esquecido. - Subi rápido a fim de me trocar. - Estou chegando.
Desliguei e corri pro closet. Assim que sai, pronta, peguei o celular tocando mais uma vez.
- Eu já vou filha! - Disse nervosa.
- Natália, onde as meninas estão? - Juliana Thomé perguntou assustada pela minha fala.
- Luan prometeu pra mim pegar elas e esqueceu, acabaram de me ligar. Eu dormi. Tudo bem Ju?
- Não na verdade, bom, que bom que elas estão na escola ainda.
- Por que?
- Eu não sei direito, mas Luan saiu daqui pra pegar elas com o Pedrinho e pelo que o bombeiro me falou, eles bateram o carro. - Ela falou rápido demais me dando um grande susto.
- Como você me fala isso assim? - Disse nervosa e sentindo meus olhos molharem enquanto eu trancava a casa.
- Desculpa, mas eu estou nervosa. Eu to indo pra lá, não sei direito o que houve, eles acabaram de me ligar.
- Onde é?
- Perto da sua casa até. - Ela respirou fundo. - Entre o escritório e a escola.
- Pega as meninas pra mim que eu vou lá! - Disse depois que ela explicou exatamente o local.
Enquanto dirigia eu tremia toda, e rezava, pedindo a Deus pra proteger meus meninos. Assim que me aproximei do local indicado, avistei a confusão. O transito com um dos lados parado, e um resgate e bombeiros. Parei o carro em frente a confusão e desci fechando ele rapidamente. Assim meu olhar encontrou com o carro, eu me desesperei. A frente dele estava toda destruída. Em choque, fui me aproximando rápido, mas um policial contou a minha frente.
- Senhora, não pode passar!
- Meu marido, é meu marido! - Disse tentando passar por ele. - Cadê meu filho?
- Se calma! - Ele pediu me segurando. - O bebê está bem, não sofreu o impacto. Ele foi levado pro hospital!
- E o Luan? - Perguntei olhando os bombeiros mexendo no carro. - O Luan foi pro hospital? - Perguntei, esperando que a resposta fosse sim, mas ela não foi.
- A batida foi muito forte senhora, amassou o carro e ele está preso ali ainda, mas os bombeiros estão trabalhando, vamos tirar ele dali.
- Meu Deus! - Exclamei levando a mão na boca.

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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Capítulo 163

6 meses depois... 

A casa estava uma bagunça só. Luan, como prometido havia tirado ferias dos shows e então viajamos pra Orlando com os pais dele e Bruna e a família. 
As gêmeas, como seus 7 anos já, estavam na piscina com os avôs, a tia e o priminho que entrava na água pela primeira vez e parecia fazer festa. O tio Carlos dormia depois do almoço e eu estava aprontando, fazendo um doce diferente na cozinha enquanto olhava de longe Luan brincando com Rique no colo.
O papai babão não desgrudava mais do filho e agora estava brincando de imitar com o meu campeão no colo. Rique ditava a palavra, balbuciando sem sentido e Luan repetia e logo depois fazia outro som, as vezes recebido com repudio pelo menininho decidido que ele achava que iria aceitar o que ele queria. 
- Fala au au pro papai! - Eu ouvia rindo no meu canto. 
- Dadadada! 
- Não filho, au au!
Ele franziu a testa e começou uma falação sem fim, deixando Luan entristecido pela desobediência.
- Luan, ele não aceita ser contrariado amor! - Ri falando. 
- Vai dar trabalho esse menino, quero nem ver! As meninas são tão boazinhas! 
- Vai ter que pegar firme paizão! - Ri me aproximando com morangos cortadinhos. 
Fiz menção de dar pra ele, mas Luan se ofereceu e me deu ele no colo, pegando o potinho e fazendo o serviço. 
- Papai vai dar pro Pedrão!
Era lindo ver a forma como ele se dedicava ao filho, ainda mais que as meninas. Tinha verdadeira paixão por Pedro Henrique, sem nunca se esquecer das meninas que eram tão protegidas e cuidadas. Eu não podia ser mais feliz! Luan era o melhor pai que eu podia ter pra eles, o melhor marido e o melhor amigo. Estava comigo em todas as horas e vivia pra me amar, me cuidar e se declarar. Como se nosso destino fosse escrito pra ser assim. 
Também não podia me esquecer de que ele de certa forma era minha família, meu pai e minha mãe, por que me acolheu e cuidou, da forma dele, mas cuidou, quando precisei. Me ensinou muitas das coisas que os dois deviam ter ensinado e não fizeram. Hoje eu, como mãe de três crianças, sabia que nada poderia ser mais importante pra um pai ou uma mãe que o bem estar de suas crias, a proteção e o cuidado com elas, e meus pais, como "bons" pais que eram, passaram por cima disso por conta da honra e dos valores que eles tanto acreditaram estar corretos. Dessa forma, sentindo o que eu sentia agora, não podia passar por cima de tudo, só podia esquecer. Agora eu, junto com Luan, sabia o que é sermos pais, e entendo de uma vez por todas o quanto eu não abandonaria um filho nem pelo pior de seus erros.
Luan fez o papel deles e somente a ele eu "devia" a minha vida agora. Era feliz e completa, dessa forma, e vi o quanto estava errando de tentar resolver meus problemas passados por tanto tempo. Quem deve estar na minha vida, é quem nunca quis sair dela. 
- Queria botar ele pra nadar também! 
- Acho ele ainda pequenino pra isso amor! 
- Mas o priminho pode mamãe! - Disse imitando voz de bebe e Rique recusou o resto da fruta que foi bem aceita pelo pai. 
- Priminho é mais velho! - Disse olhando feio pro Luan e rindo. 

Logo a casa encheu de ainda mais de alegria quando Isa e Anna chegaram com suas crianças pra comer doce e mimar meu filho, que passava de colo em colo sempre. 
- Luan cuspido e escarrado! - Anna zuou. - Só gerou hein Natália, por que olha! - Todos riram enquanto as crianças já estavam longe, brincando no jardim, 
- Nem as meninas se parecem! - Isa riu. 
- Obrigado por me lembrarem disso! - Ri, fingindo estar ofendida. - Pelo menos meus filhos são bonitos né! 
- Claro que são, puxaram o pai, né filhão? - Luan brincou jogando ele pra cima, causando a festa do menino travesso. 
Eu me sentia em paz, tranquila, com tudo que eu precisava ali. Meu porto seguro, meu lugar, minha morada. 

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