sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Capítulo 86

- Acontece que não foi isso que você disse. - Ele tirou as minhas mãos e ficou me olhando. 
- Eu sei... - Suspirei. - Mas é o que eu sinto. 
- Volta pra dentro vai... - Ele disse se virando de costa, voltando a sua posição original. 
- Só volto se você voltar comigo. - Abracei ele, escondendo o rosto nas suas costas. - O que está passando pela sua cabecinha? 
- Tudo que você falou... - Ele foi sincero.
- Eu já disse que é mentira.
- O problema é exatamente esse. Eu sei que não é mentira. 
- Amor, vamos esquecer tudo isso, por favor. Eu esqueço meus pais, você esquece que um dia foi tão idiota.
Ele demorou muito pra responder, mas pegou minhas mãos e depois me puxou pra sua frente. 
- Eu preciso te perguntar uma coisa, e se não for pra ser sincera, é melhor voltar pro quarto.
- Pode perguntar, você sabe que eu sou sincera.
- Você ainda tem medo de mim?
Ergui as sobrancelhas, confusa com a pergunta. 
- Medo? E por que teria?
- Você sabe do que eu estou falando.
- De antigamente? - Ele assentiu.
- Amor, não pensa besteira, Luan! - Peguei seu rosto. - Eu não tenho medo de você. Luan, a gente superou tudo isso, por favor, eu não queria que voltasse tudo, foi sem querer... Eu disse por que estava nervosa. Eu te amo, eu não penso nada disso de você? O que eu preciso fazer pra provar isso? Se eu pensasse, eu não teria tido mais duas filhas com você, eu não me casaria com você. 
Ele me olhou por alguns segundos e depois suspirou, juntando os braços pelo meu corpo e me abraçando apertado. 
- Eu te amo. - Ele disse.
- Eu te amo mais! 
Eu só precisava do abraço dele. Dentro dele sentia que meu coração estava em paz. Ele pegou meu rosto e se aproximou. Iniciamos um beijo gostoso e depois nos afastamos sorrindo. 
- Vamos voltar?
- Vamos. - Ele sorriu e me pegou pela mão, puxando pra dentro e fechando a casa. 
Subimos pros quartos abraçados e ficamos mais pelo menos uma hora abraçados, conversando baixinho e rindo das piadas sem graça que Luan contava.
- Que risada mais linda! - Ele passou o dedo na ponta do meu nariz e riu. 
- Fiquei morrendo de vontade de rir de você dizendo...
- Dizendo o que menina? - Ele fez cara de indignado e comecei a rir.
- Não sai na chuva Natália! - Imitei uma voz de homem horrível e ele caiu na risada. - Você não escuta nunca? - Continuei e ele gargalhava tampando a boca.
- Eu não tenho essa voz. 
- Devia ter, quem sabe ia mandar menos nos outros! - Ri me aconchegando em seus braços.
- Foi só essa vez.
- Mentira! - Acusei. - Coloca esse cinto, eu estou falando! - Imitei de novo. - Arruma as malas! Não pergunta! 
Comecei a rir junto com ele. 
- Desculpa... - Ele pediu ainda rindo.
- Eu amo suas preocupações... 
- Está reclamando do que então? - Riu. - Não vou parar também,.. - Fez bico. 
Não demoramos muito a dormir. Luan não me soltou, ficou o tempo todo abraçado comigo e acordamos assim, com as meninas chorando. Luan se mexeu, ainda sonolento me chamou.
- Oi.
- As meninas amor. 
- Estou indo... Estou com preguiça, e sono ainda. - Apertei ele.
- Quer que eu vou? -Ele perguntou meio a contra gosto. 
- Você não tem leite... - Ele riu e abriu os olhos sonolentos.
- Tão cedo por que? - Ainda era 07:00.
- Elas mamaram pouco de noite. - Dei um beijo e me levantei. 
- Gulosas. - Ele se cobriu e afundou o rosto no travesseiro. - Volta a dormir depois.
- Se elas dormirem né?
- Só dormem... - Ele riu e não voltou a responder. 
Levantei e amamentei as duas, demoraram bem mais dessa vezes, mas dormiram de volta, depois que troquei as fraldas. As viagens, no mesmo dia, tinham sido cansativo pra elas. Voltei a dormir, abraçada com Luan, que me sentiu e abriu os braços. Eu sabia realmente que estava no meu lugar.

Comentários identificados podem te dar uma homenagem também e impulsionam a fanfic. 
PS: Quero agradecer cada mensagem de carinho, de desejos bons e muito amor pra mim. Vocês são incríveis e saibam que considero amigas de coração. As vezes posso não lembrar o nome de uma ou de outra, mas eu leio cada mensagens de vocês e me tocam muito. Amo muito vocês e obrigada por tudo. 

Capítulo 85

Capítulo bônus!

Por conta da tempestade, depois que chegamos na chácara fiquei sabendo que o avião iria pra revisão. Assistimos TV conversando um pouco sobre isso, mas Luan ainda estava de cara fechada e depois de se despedir das meninas, se levantou e foi pro quarto dizendo estar cansado. Mari me olhou assustada, não sabia o que tinha acontecido e nem perguntou sobre meus pais, acho que percebendo o clima que estava no lugar. 
- O que aconteceu com ele filha? - Eu olhei meio culpada e logo em seguida meus olhos se encheram de lagrimas. 
Ela me deu colo e eu chorei igual criança. Aos poucos contei o que sabia. Luan não tinha falado o que tinha ouvido deles, mas expliquei que meus pais não tinham recebido nós dois e que eu havia ficado nervosa, acabei descontando nele. 
- Então vocês brigaram?
- Eu to com medo dele querer se separar. 
- Claro que não minha filha. - Ela riu. - Ele é louco por você. É só uma briguinha. 
- Não foi só uma briguinha. 
Contei pra ela o que tinha falado, mas disse na hora que estava arrependida. 
- Querida, vai lá e pede desculpas. Conversa com ele. Foi muito difícil isso tudo pra ele. 
- Eu não sei muito o que ele passou. - Confessei com vergonha.
- Então... Por isso ele ficou tão magoada. Eu sei que ele não fala muito sobre isso, mas foi difícil. 
- A senhora acha que ele me perdoa?
- É claro que sim! Mas vai lá e conversa com ele. Não tem que ficar com medo. 
- Ele já deve estar dormindo. 
- Então deixa pra amanhã, assim vão estar de cabeça fria. E já é bem tarde também. 
Me despedi deles e fui pro quarto. Coloquei as meninas na cama, já estavam dormindo. Luan já dormia, igual um anjo, mas estava se mexendo bastante, certamente meio atordoado. Eu me deitei me sentindo muito culpada, mas estava cansada e não demorei a dormir. 

Acordei escutando chorinho de fome e olhei no relógio. Eram 05:00 e Luan não estava na cama. Dei mamá pras meninas, que não demoraram muito pra voltar a dormir. Também tiverem um dia cansativo. Olhei pela janela e encontrei ele na frente da piscina, olhando o lago mais pra baixo. Já não chovia e as luzes do jardim estavam acesas e eu decidi que era o momento de falar com ele. Coloquei um roupão e desci devagar, com calma pra não acordar ninguém. Conseguia ver ele logo da porta. Pensativo, magoado, ele nem me viu chegar. Andei devagar e quando ele menos esperava passei a mão por seus ombros. Luan levou um susto, e se virou rápido. 
- Calma... 
- Me assustou Natália. 
- Desculpa. 
- Tudo bem. Volta pra casa, está frio aqui. As meninas podem acordar. - Ele me olhou nos olhos e passou a mão pelo meu ombro. - Eu já vou, está tudo bem.
- Eu queria te pedir desculpas. 
Ele suspirou e abaixou a cabeça, depois me olhou de volta. 
- Por que você disse aquilo hein? - Me olhou em duvidas. 
- Eu estava nervosa e descontei em você... Eu não queria ter falado isso. Faz tanto tempo e já superamos. E eu não acho aquilo. Me perdoa.
Ele me olhava nos olhos, e aquilo me deixava mais calma. 
- Você sabia que eu fiz um ano de terapia pra esquecer tudo aquilo? - Ele disse e eu me assustei, me sentindo ainda mais culpada.
- Não, eu não sabia. 
- Eu sei que não. Você mexeu muito comigo. 
- Eu não queria, me desculpa, mesmo. - Comecei a chorar. - Eu amo você Luan, e sou e serei eternamente grata por tudo que fez por mim. E eu sei quem é minha família, e sei do lado de quem é meu lugar. - Peguei sua mão. - Eu amo você, e não acho que o dia em que nos conhecemos foi meu pior erro. 
- Não mesmo? - Ele me questionou.
- Sabe qual foi meu pior erro? - Coloquei minhas mãos em seu rosto. - Meu pior erro foi ter te perdido uma vez. Meu pior erro foi o um ano que passamos distantes. Esse foi meu pior erro. 

Comentários identificados podem te dar uma homenagem também e impulsionam a fanfic. 
PS: A noite vou responder todos os comentários! ♥

Capítulo 84

POV Natália.

Assim que disse a ultima letra, me arrependi. Não podia falar aquilo pra ele, que a muito tempo estava do meu lado. Ele tinha errado sim, mas era passado, enterrado e se eu não estivesse tão nervosa nunca lembraria daquilo. Luan estava sendo um marido incrível e eu devia desculpas, mas não conseguia pedir, simplesmente de medo dele me rejeitar. Não queria ouvir um "Não, está tudo acabado entre nós dois.". Na viagem reproduzi tudo que ele pedia, sem falar, sem questionar, mas estava odiando aquele clima e as quase três horas de viagem foram longas demais pra mim, que tinha vontade de pular do avião de saber que havia falado tamanha burrice. Eu não sabia como havia sido o ano longe de mim. Ele não gostava de falar sobre isso e eu não insistia, mas sabia que não havia sido nada fácil e sabia que um dos grandes tormentos pra ele era aquele dia, e eu não devia nem sequer ter tocado no assunto, ainda mais quando ele queria só me defender. 
E ele tinha toda razão. Agora, dentro do avião conseguia pensar com clareza. Meus pais não mereciam meu perdão, ou pelo menos, não mereciam minhas lagrimas. Eu devia ter virado as costas com um sorriso no rosto e me juntado a minha família, mas preferi num ataque de culpa, jogar tudo de volta pra Luan. Estava doendo a perda, mas eu sabia agora que o certo era levantar a cabeça e seguir em frente, mas só faria isso com ele, que nesse momento tinha os olhos fixos e marejados na imensidão escura pela janela do avião. 
O tempo tinha fechado e o avião começou a balançar um pouco. As meninas estavam cada um em um banco, em cadeirinhas que se prendiam a poltrona, Lau ao meu lado, separadas por um pequeno corredor, de frente pra Luan, e Bea na minha frente e ao lado de Luan. Dormiam sem parecer se importarem com o clima horrível instalado ali, que fazia meu coração se apertar. O comandante avisou que passaríamos por uma turbulência e devíamos nos ajeitar, então me despertei um pouco, meio assustada. Coloquei a mão nas meninas, mas Luan me olhou, deviam a atenção pela primeira vez da janela. 
- Coloca o cinto! - Mandou, arrumando o dele e segurando as meninas da mesma forma que eu. - Pode soltar. 
- Não... - Disse meu assustada. 
- Calma, vai ficar tudo bem! - Ele disse, mas não me olhou nos olhos. - Estou segurando as cadeiras com força, se segura e só. 
Começou a tremer mais do que o normal e eu olhava Luan meio assustada. 
- Luan, se segura! - Pedi.
- Calma! - Ele pediu, mas vi que se assustou também com o solavanco que deu o avião.
- Estou com medo! Por favor, se segura! - Ele segurava as meninas e só estava preso pelo cinto.
- Calma! - Ele me olhou. - Se acalma. Via ficar tudo bem, calma! - Ele parecia pedir mais pra ele do que pra mim e o vi fechar os olhos e rezar baixinho. 
Fiz o mesmo, tremendo. Os solavancos pararam, mas continuou a tremer. 
- É só o tempo Natália, vai dar tudo certo. - Ele sussurrou. 
As meninas acordaram chorando, mas aos poucos a tremedeira diminuiu. Não parou, mas diminuiu. Luan conseguiu soltar elas e respirou fundo. Depois cada um acariciou e acalmou uma delas, assim, voltaram a dormir. Eu pensei que íamos nós falar, meu coração implorava, mas o silencio ainda se tornou cada vez maior até pousamos. Eu sabia que precisava pedir desculpas, mas não sabia nem como.

Quando pousamos, chovia fraco em Londrina. Luan desceu com uma das meninas, coberta por um pano e seu pai esperava em frente a escada com um guarda-chuva. Depois voltou e pegou a outra, dizendo estar com medo pela escada escorregadia. Sai logo atras dele, correndo na chuva, enquanto cobria a cabeça com uma bolsa e ele voltava pra pegar as malas. Acabei levando uma bronca assim que ele entrou no carro com o pai, por não ter esperando ele. Ele alegou que eu podia ficar resfriada e passar pras meninas pelo leite, mas saiu de novo resmungando, voltando pro avião. Sorri com a preocupação dele, mas quando Amarildo seguiu o filho me preocupei e me virei no banco de atras, olhando pelo vidro embaçado. Eles conversavam com o comandante e pareciam preocupados, mas voltaram logo e ao assumir o banco do passageiro, seu Amarildo virou mexendo nas meninas e me pedindo um beijo. Luan estava ao seu lado, e voltou a reclamar de eu ter saído na chuva. 
- Desculpa. 
- Você ouviu o que a medica disse! Se você fica doente, vai passar pra elas. Elas são muito novas ainda. - Ele disse estressado e até seu pai estranhou. 
- Luan, me desculpa. Não vou mais fazer isso, eu esqueci. 
Ele não respondeu, mas foi o caminho todo de cara virada pra janela. 

Comentários identificados podem te dar uma homenagem também e impulsionam a fanfic. 
PS: Capítulo bônus ás 15:00 para comemorar meu aniversario! Haha Mereço muitos comentários, ouviram?

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Capítulo 83

"Eu só estava tentando ajudar".  Era a única coisa que se passava pela minha cabeça. Mas ela se virou, chorando.
- Me desculpa, eu estou nervosa. - Fez menção de abraçar, mas eu neguei e dei um passo pra trás. 
- Você ouviu o que acabou de dizer?
- Luan, me desculpa. - Ela começou a suplicar. 
- Eu só estava tentando te ajudar. - Respondi extremamente magoado e me virei, entrando no quarto.
- Luan, por favor, me desculpa. - Ela veio atras. 
- Não Natália, a culpa foi minha e todo mundo sabe. Eu sei. Você não vai mais precisar me jogar na cara. Nunca precisou né? - Cuspi tudo pra fora. - Mas já que acha mesmo que seus pais merecem seu perdão, vai lá. - Gritei. - Volta lá na sua casa, fala pra eles. O problema deles sou eu mesmo não sou? Diz que perdoa eles, que vai voltar pra Florianópolis e fingir que nunca errou aquele maldito dia!   Vai lá e diz pro seu paizinho que me conhecer foi seu maior erro. Afinal, não vai continuar casada com o cara que matou seu filho não é? - Meus olhos estavam marejados e ela escutava tudo chorando, sem dizer uma palavra. - Vai lá e diz que perdoou eles. Já que está comparando e decidindo quem merece seu perdão... Eu não quero mais seu perdão! - Gritei e fui em direção a porta, mas ela saiu atrás e puxou meu braço. 
- Luan...
- Não Natália. - Me soltei. - Eu não quero mais ouvir! Mas presta bem atenção nas coisa que você estava fazendo. Olha pra quem ficou do seu lado e pra quem você está querendo apoiar.
- Onde você vai?
- Não sei, se importa? Me deixa!
Sai dali realmente magoado. Não estava acreditando no que estava acontecendo comigo. Eu sabia que tinha um motivo pra não querer vir pra Florianópolis. Estava nervoso e decidi ir até a praia, andar um pouco e pensar. Assim que cheguei a areia eu me arrependi. Sabia que ela estava nervosa, fora de si, e precisava de mim nesse momento, mas eu também estava magoado e tinha meu orgulho. Não podia simplesmente voltar assim. Sentei na areia e chorei. Ela não tinha o direito de me jogar isso na cara, ou até tinha, mas não devia fazer, não pelos pais dela. Sentia tudo desmoronar outra vez.
- Você conseguiu me fazer se sentir culpado outra vez Natália. - Sussurrei baixinho.
Depois de quase meia hora eu comecei a me perguntar o que estava fazendo ali. Peguei o telefone e liguei pro meu piloto. Me informei que o aeroporto estava aberto e se quisesse podia voltar pra Londrina ainda hoje. Era isso que eu ia fazer. Esperei mais alguns minutos na areia e depois voltei pro quarto, meio sem saber como agir. Assim que abri a porta avistei logo Natália balançando Lauroca e chorando junto com a filha.
- O que está acontecendo?
- Eu não sei, ela está chorando e eu estou nervosa. - Falou desesperada.
- Fome?
- Acabei de dar o peito pra ela e já troquei a fralda.
Lembrei que minha mãe disse que a criança sentia quando os pais estavam nervosos e chorava. Não respondi, entrei no banheiro e tomei um banho rápido, tentando me aclamar um pouco e depois sai. Peguei Laura do colo dela e comecei a balançar.
- Você está nervosa! - Justifiquei. - Arruma nossas coisas que vamos embora em uma hora.
Sai do quarto, e cobrindo ela com uma manta fui até a varanda. Aos poucos ela se acalmava enquanto eu ainda balançava e coloquei ela na cama assim que dormiu. Natália arrumava as coisa depois de sair do banho, aparentemente mais calma também.  Também peguei Beatriz e coloquei com a irmã, colocando travesseiros em volta e desmontei o berço. Sentia Natália me olhar enquanto fechava a mala, mas magoado demais, não dei meu braço a torcer. Percebi que ela queria me pedir desculpas, mas teve medo. O que ela tinha falado afetou meu psicológico e atordoado comecei a pensar coisas que talvez não devesse. Eu não era o mesmo cara que maltratava ela, e se ela tinha medo, é por que ainda me via daquela forma. Não trocamos uma palavra até Londrina, mas minha cabeça estava atormentada com todo o passado que eu já tinha jogado no lixo voltando do nada pra me derrubar.

Comentários identificados podem te dar uma homenagem também e impulsionam a fanfic. 
PS: Os capítulos não estão pequenos. Eles tem entre 3000 até 6000 caracteres. Varia de acordo com o assunto. A maioria fica na média dos 4500 e é assim desde que eu escrevo fanfics, e é assim desde que essa começou. Nunca foi reclamado e além do mais, são dois por dia. O que pode estar acontecendo é que não capítulos onde existem mais descrições, ele aparenta ser menor que o capítulo que possui muitas falas, já que esse, a maioria das linhas não são completas. Mas volto a dizer: Criticas identificadas são bem vindas! 
PS2: Acabo de ter a leve impressão que esqueci a homenagem da semana... Desculpem!
PS3: Aceito indicações de fanfic diferentes, por favor! kk

Capítulo 82

Eu dirigi o mais rápido que consegui de volta pro hotel. Em silencio, só as bebês começaram a chorar, mas não tiveram resposta de Natália, que tinha os olhos fixos pra frente, não se mexia. Comecei a entrar em desespero com elas chorando, eu dirigindo e ela naquele estado. Parei o carro numa rua qualquer.
-  Natália! - Ela não me respondeu, então respirei fundo e sai do carro, abrindo a porta de trás e mexendo em Ana Laura, que chorava mais. - O que foi filha? - Perguntei pegando ela no colo, balancei um pouco e senti um cheiro desagradável. 
Que legal, não era hora e nem lugar. Peguei Ana Beatriz e assim que balancei, ela parou, verifiquei a fralda e percebi que chorava por que a outra tinha começado. 
- Essa historia de ficar chorando por que a outra abre o berreiro não dá né? - Ri entrando de volta. 
Antes de colocar o cinto olhei pra Natália. Na mesma posição, ela agora chorava. 
- Olha pra mim. - Peguei seu braço e então ela se virou. - Não vale a pena esse choro. Não vale uma lágrima sua.
Ela continuou a me olhar da mesma forma, com tristeza, mas não disse uma palavra. Respirei fundo e soltei seu braço, depois voltei a dirigir. Eu não sabia o que esperar dela, mas eu sabia iria passar. Mas não imagina que seria tão difícil lidar com aquilo naquele momento. 
Um pouco nervoso, cheio meio irritado ao hotel. Natália desceu e correu pro elevador, me deixando sozinho com as meninas, mas eu relevei pela situação. Peguei as duas, já acostumado com aquilo e segui também para o elevador, mas tive que esperar um pouco por que Natália já havia subido. Enquanto ele subia eu pensava em como agir com ela, mas lembrei das palavras do meu pai e decidi mostrar que ela não precisava deles. Entrei em silencio e as meninas voltaram a chorar, mas percebi que Natália estava na varanda. Deixei Beazinha no berço e decidi trocar sozinho a fralda de Laura. Já tinha feito isso com Natália junto, mas nunca sozinho, então demorei um pouco pra conseguir. Elas apararam de chorar e depois de acariciar um pouco as duas e achar que Natália já estava sozinha com seus pensamentos a um tempo suficiente pra falar comigo, deixei elas no berço e fui até a varanda. Abracei ela por trás e beijei seu ombro. 
- Você não precisa deles.
- São meu pais Luan. - Ela disse inconformada. - Sou a única filha deles. 
- Eu sei, mas você não merece derramar uma lágrima por eles.
- Não tem essa! - Ela se soltou e se virou pra mim nervosa. - Eu perdoei. Eu perdoei e amo eles! Não fiz nada demais pra eles...
- Eu sei disso, e você fez sua parte. - Peguei em sua mão. - Mas eles não fizeram a dele. 
- Mas é minha família! 
- Sua família é eu e nossas filhas! - Falei firme. - Quem faz o que fez e não te recebe e volta não é sua família Natália!
- E o que eu fiz? 
- Você não fez nada! - Disse já irritado. 
- Como não? - Ela estava nervosa. 
- E o que você fez Natália? Saiu pra passear? Dormiu com um cara? - Tentava fazer ela entender que a culpa dela era minima. 
- Não só isso, mas engravidei também! - Ela debochou e sua atitude estava me deixando nervoso.
- E assumiu o que fez! Eles estão invertendo as coisas, fazendo você sentir uma culpa de devia ser deles. Foram eles que não te apoiaram e te colocaram pra fora gravida! Enxerga isso!
- Eu perdoei. Demorei, você sabe disso, mas eu perdoei. 
- Eles não merecem perdão. - Fui sincero.
- Você diz isso assim, facilmente, por que seu pais ficaram do seu lado! Você vê eles quando quer!
- Natália, você passou mal assim que chegou na minha casa. Levou uma gravidez de risco por causa daquilo. Você perdoou tudo isso e eles não podem te perdoar? - Disse inconformado. - Você podia ter perdido o bebê aquele dia!
- Mas eu não perdi! - Ela já começou a gritar e eu não me controlei.
Queria abrir a cabeça dela e fazer ela perceber que aquela situação era ridícula, mas ela estava cega pelo amor que sentia por ela. Irritado, gritei no mesmo tom.
- Mas você podia ter perdido! 
- Não inverte as coisa você! - Ela respondeu me zombando. - Não foi por culpa deles que aquele menino não está aqui. A culpa foi sua e todo mundo sabe disso! 
Eu não podia esperar por aquela resposta e me choquei. Na mesma hora ela percebeu o que estava fazendo, enquanto ainda olhava perplexo pra ela. Ela respirou forte e levou as mãos na cabeça, virando de costas. Eu não estava acreditando naquilo. 

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PS: Amores, parei com o post de fim de semana, por que estou sem tempo... Desculpem!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Capítulo 81

Olhei pra ela sorrindo e me virei em sua direção. Peguei sua mão e sorri pra ela. 
- O que você acha de ficar aqui com elas e eu ir primeiro?
- Por que?
- Não podemos deixar elas. Eu falo pra eles que vocês estão aqui e depois venho buscar.
- Tudo bem.
Ela sorriu nervosa e eu lhe puxei pra um beijo, depois sai do carro com as mãos suadas já. Tinha parado o carro do outro lado da rua, então atravessei e respirei fundo antes de tocar a campainha. Fiquei inquieto e percebi Natália me olhar, mesmo através dos vidros escuros, mandei um beijo pra ela e depois me virei, assustado com a porta abrindo.
- Quem é? - Um homem, muito parecido com Natália apareceu. 
- O senhor é o seu Jonas?
Perguntei estendendo a minha mão pela grade, mas a medida que ele se aproximava, me reconheceu e parou bem próximo, mas não me deu a mão, então recuei. 
- O que você quer aqui?
- Eu vim pela Natália. - Disse percebendo que não ia ser fácil. - Sua filha. 
- Eu não tenho filha! - Ele me olhou com desprezo e eu estremeci. 
- O senhor sabe do que estou falando. 
- Eu não sei. - Fiquei nervoso e minha vontade era virar as costas e levar elas embora, mas eu insisti, pela Natália. 
- Que seja! Sua filha quer ver o senhor. - Falei tentando manter a calma. - Não sei se sabe, mas nós tivemos duas meninas a dois meses. - Ele não respondeu, mas desfez a cara amarrada e ficou me olhando. - Nós nos casamos a alguns meses, pela segunda vez, e Natália me pediu pra trazer ela aqui. Ela sente falta da família. 
- Ela perdeu a família quando traiu minha confiança. - Ele falou serio. 
- Natália é uma mulher incrível, não devia pensar assim dela. Ela errou, nós erramos, mas assumimos isso e construímos uma família. Ela perdeu o menino que estava esperando quando o senhor colocou ela pra fora de casa, passamos por muitas coisas, mas ela nunca esqueceu de vocês.
- Pois então, se ama ela como diz, mande ela esquecer. - Ele me deu as costas e me desesperei.
- O senhor não pode fazer isso! - Falei alto. - Elas estão no carro, Natália e nossas meninas. Por favor!
Ele parou e assim ficou por alguns instantes. Quando se virei, soltei a respiração, achando que tinha conseguido. 
- Eu não quero ver elas, e quero que vá embora.
Fiquei extremamente decepcionado. 
- Tudo bem, mas me deixar falar com a mãe dela. Ela pode querer conhecer e...
- Ela não quer.
- Quero ouvir isso dela.
Ele entrou batendo os pés e logo um mulher baixa, como Natália, mas bonita como a filha apareceu, assustada. Veio até mim, sob os gritos do marido, pra ela me dizer que não queria ver elas. Vi em seus olhos que não queria que nada fosse assim, mas que o tempo tinha passado e tudo tinha se perdido nela.
- Como ela está?
- Está no carro. Posso chamar ela? - Sorri. 
- Não querido. - Pude jurar que vi lagrimas em seus olhos. - É melhor que leve elas embora.
- Suas netas... - Disse inconformado com a situação.
- O tempo passou muito, eu amo minha filha, perdoo ela, mas não dá mais pra nós. 
- Ainda dá tempo, as meninas acabaram de nascer. 
- Não, não fique remexendo em coisas enterradas. Eu sei que ela está bem com você, cuide delas, diga a Natália que eu a amo e perdoo, mas não consigo. Diga que quero que ela seja feliz, e o melhor que tem a fazer é voltar pro carro de seguir com a vida de vocês.
- Não entendo! 
- Não entenda, só respeite. Quero que sejam muito felizes. 
Ela passou a mão pelo meu rosto e depois se virou. O marido passou a mão por suas costas e eles entraram como se nada estivesse acontecendo. Com raiva, chutei a parede e respirei fundo. Mas eu sabia que o melhor agora era realmente ir embora. Não sabia o que falar pra Natália, mas assim que entrei no carro, vi que chorava. 
- Amor... - Estendi meu braço pra ela, mas ela pegou minha mão, deu um beijo.
- Só quero ir embora, por favor. - Assenti e liguei o carro, me preparando pra sair dali o mais rápido possível. E com a cabeça a mil, foi isso que eu fiz. 

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Capítulo 80

Acordei antes de Natália, mas já era quase meio da manhã. Liguei pra uma agencia de Florianópolis e combinei um aluguel de um carro, que ficaria a minha disposição já no aeroporto. Combinei com o piloto de sair de Londrina logo depois do almoço. Ainda precisava conversar com Natália, não tinha contado pra ela, pra não ficar ansiosa e não dormir. As meninas mamavam demais e ela ficava muito cansada, já tinha que acordar no meio da noite, então pelo menos que descansasse o tempo que lhe restava. Fiquei bebendo um pouco com meu pai, enquanto ele preparava um churrasco. Era quase onze horas quando Natália apareceu, com carinha de sono, mas um sorriso grande e as duas meninas em seu colo. Corri até ela, pegando uma das duas, dei a olhada básica na pulseira e descobri que era Lauroca. 
- Amor, não fica descendo escadas assim com as duas, nem gosto que pega as duas juntas. 
- Está tudo bem, fala pro papai Bea! - Ela sorriu mexendo com a mãozinha da Beazinha na minha direção. 
- Que mão gostosa, vou morder! - Fiz menção de morder, mas pequena puxou, me olhando assustada.
Rimos e então voltamos pra mesa, onde comemos com elas no colo e meus pais paparicando. 
- Acordou tarde... - Beijei o rosto da minha princesa, quando só estávamos nós dois. 
- Elas demoraram pra chorar. - Ela riu. - Mas já estava acordada faz quase uma hora. Dei o peito pra elas e depois tomei um banho. 
- Alá Lauroca, pra vocês ela dá né? - Disse rindo e brincando com sua mão. 
- Luan! - Ela me bateu indignada e depois riu, negando com a cabeça.
- To mentindo? - Perguntei rindo.
Minha mãe voltou olhando sem entender pra nós e eu cai na gargalhada. 
- O que foi hein?
- Seu filho não tem jeito Mari!
- Mais eu não disse nada demais! - Me defendi. 
- Está bem né? Pronto, acabou o assunto! - Ela falou fingindo estar brava e comendo a salada que minha mãe tinha trazido. 
- Que graça tem comer isso? 
- Tenho que me alimentar bem amor!
- O leite filho! - Filha mãe riu, comendo com ela. 
- Ah, verdade, pode comer tudo então. 
Elas riram de mim enquanto voltei a brincar com as meninas, mas logo olhei pra ela.
- Desfez as malas?
- Não. 
- Então... Daqui a pouco pegamos o avião pra Floripa. - Ela me olhou e sorriu.
- Serio mesmo?
- Serio! Mas se ficar nervosa e não me obedecer, aconteça o que acontecer, nunca mais faço nada das suas vontades! - Olhei serio, mas ela sabia que eu não estava falando serio. É claro que eu faria qualquer coisa pra ela.
- Vai ficar tudo bem amor! - Ela sorriu me puxando e me deu um selinho. 

Assim que pousamos em Florianópolis Natália olhava encantada pra fora.
- Que saudade! - Sorriu pra mim. 
Enquanto ela ficou no avião com as Anas, eu peguei as cadeirinhas e fui com o locador até o carro, ajeitei tudo e guardei as malas. Voltei pra pegar as três princesas, e logo estávamos hospedados no hotel. Um lugar lindo, de frente pra praia, que Natália fez questão de mal chegar e ir colocar os pés na areia. Levou Lauroca enquanto eu fui atrás dela com a Beazinha. Por causa da brisa, Natália cobriu as duas com mantas, pra proteger. Elas ainda eram pequenas pra estar ali e mal haviam saído de casa. 
- Esse mar, não tem igual em lugar algum!
- É lindo mesmo... - Sorri pra ela. 
Ficamos um pouco ali e depois voltamos pro quarto. Montei os berços enquanto elas mamavam e depois dormiram. Aproveitamos pra descansar um pouco, tomar um banho e antes de sair, jantamos. Natália disse que seu pai costumava chegar pelas 19:00 e já se passava disso. Resolvemos então ir. Natália tinha arrumado as duas lindamente, depois do banho, com roupas da mesma cor, mas diferentes. Se ela colocasse igual eu matava, por que não com diferentes eu sabia diferenciar. Ela estava nervosa e calada, fiquei com medo do que poderia vir quando, guiado pela minha esposa, parei o carro em frente a casa dos seus pais.

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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Capítulo 79

POV Luan.

Quando pisamos em Londrina já era quase noite. Natália estava quieta desde que saímos de SP e aquilo estava me deixando com um pé atras. Cada um pegou uma menina e meu pai ajudou com as malas. As meninas estavam inquietas, mesmo colocando protetores de ouvido nelas por causa do avião, parecia que sentiam que estava algo diferente. Quando chegamos na chácara, Natália foi colocar elas pra dormirem, na cama nossa mesma, até eu montar o berço portátil delas. Colocou travesseiros e mesmo assim parecia nervosa. 
- Está tudo bem, elas vão ficar bem! - Disse abraçando ela. 
- Quero tomar banho, mas vou esperar montar o berço. 
- Amor, eu vou montar aqui, eu olho elas, fica calma. 
- Elas podem cair! 
- Não vão cair... - Olhei, tentando passar segurança e deu um selinho nela, que se convenceu e foi pro banho.
Montei rapidamente o berço e quando ela saiu, ja estava colocando as meninas nos berços. 
Me sentei na cama e sorri pra Natália já com uma roupa mais leve. 
- Senta aqui! - Chamei ela e bati no meu colo. - O que você tem? - Acariciei seu rosto. 
- Nada. - Ela escondeu o rosto no meu pescoço. 
- Amor... Fala pra mim princesa!
Ergui seu rosto e passei minhas mãos pelos seus cabelos, mas ela me abraçou e sem, me olhar, pediu: 
- Me leva pra Florianópolis? 
Me assustei com seu pedido. Não sabia se naquele momento era uma boa, mas sabia que ela estava preparada pra aquilo, finalmente. E não podia deixar ela angustiada. 
- Amor, não sei se é uma boa ideia agora. 
- Por que? 
- Você está dando mamá pras meninas, e não pode passar nervoso, se não vai ficar sem leite. Não sei se é uma boa hora pra ter fortes emoções. - Vi no seu rosto um pouco de decepção, e não aguentei. - Mas, se você tirar esse olhar triste do rosto, eu te levo até a lua se você quiser. 
- Pensei que pudéssemos ir amanhã. 
- Vou conversar com meu pai, ver o que ele acha, se não deixamos pra semana que vem. Vou ter um dia em casa e eu te levo. 
- A gente ainda tem cinco dias aqui... - Ela falou manhosa. 
- Eu sei dengosa, mas não sei ainda se é uma boa ideia. 
- Você disse que me levava amor! - Ela fez bico. 
- Eu levo, mas vou ver ainda a data amor. 
- Por favor! - Ela beijou meu rosto. 
- Eu já te dei minha resposta Natália. Não estou brigando ou qualquer outra coisa, mas eu tenho que pensar no seu bem agora. Eu já disse que levo, se não for amanhã vai ser semana que vem ou outro dia, mas eu levo. Agora não fica insistindo, amor, se você não tivesse tido as meninas agora eu te levaria hoje. 
- Eu sei, eu sei. - Ela me abraçou. 
- Não fica chateada, vamos comer e depois eu converso com meu pai. Tenho que ver com ele daqui como faço pra ir pra lá, tem as meninas também... Não posso querer ir de carro e judiar delas.
- Eu entendo amor. 
- Então eu vou tomar banho! - Sorri e lhe dei um beijo gostoso. - Não quer vir junto não? - Ri. 
- Não seu safado! - Ela riu saindo do meu colo. - Vou ajudar sua mãe! 
Ela saiu me mandando beijos e eu entrei no banheiro, começando a pensar no pedido dela. Quando desci, ela e minha mãe colocavam a mesa e sentamos. As meninas ainda dormiam, então comemos sossegados e depois, enquanto elas arrumavam a cozinha, eu fui conversar com meu pai. Ele disse que eu podia ir de carro, sair de noite e chegava pela manhã, mas fiquei meio apreensivo.
- O avião está ai também.
- Não sei se quero levar ela pai.
- Por que?
- E se eles rejeitarem ela?
- Ela tem que fechar isso, resolver tudo. Se não nunca vai ficar em paz.
- Tenho medo dela ficar nervosa e não ser bom pra ela.
- Se não for bom, você vai dar um jeito de mostrar que se ela viveu todos esses anos sem eles, pode viver mais. Leva ela e acaba com isso. Vão cedo, ficam amanhã e depois. Amanhã vão atras dos pais, depois leva ela pra lugares que ela gostava de ir. Ainda teremos três dias aqui. 
- Vou fazer isso então, e pegar o avião. 
- Isso. Vai dar tudo certo filho.
Eu estava mesmo rezando pra isso!

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Capítulo 78

POV Natália.

Ser mãe estava foi sem duvidas a maior emoção da minha vida. Talvez por tudo que passei pra ser mãe. E não foi só a perda do nosso bebê, mas também tudo que aconteceu com Luan e na minha vida, principalmente com meus pais, que naquele momento era sem duvidas o único buraco do meu coração.
As duas primeiras semanas ficamos na casa dos pais de Luan. Eu não sabia como fazer muita coisa e sua mãe me ajudou muito, assim como ele e seu pai. Bruna estava trabalhando, passava maior parte do tempo no Rio gravando, mas toda vez que pisava em São Paulo, mimava imensamente as minhas gêmeas. Mas como as enfermeiras me falaram, eu tinha tido muita sorte, As meninas era quietas, choravam pouco, só quando tinham fome ou precisava trocar a frauda. De noite, muitas vezes tinha que acordar elas pra mamar. A medica recomendou amamentar de tempo em tempo, e não podia deixar elas dormirem sem se alimentarem, então algumas vezes acordei elas. Luan me ajudava, levanta junto e tudo mais, com o maior sorriso no rosto. Estava sendo um pai babão e prestativo, até me surpreendendo com a maneira que lidava com tudo. Seguro com as suas atitudes, não tinha medo de fazer qualquer coisa que fosse. Queria colocar pra arrotar, aprender a trocar as fraldas, me ajudava a dar banho e tudo mais. Eu sabia que apesar de tudo, não podia ter escolhido um marido e um pai melhor pras minhas filhas. Elas vieram pra confirmar nossa união e nosso companheirismo. Eu sabia que Luan estaria ao meu lado pro resto da minha vida. 
O tempo passou até que rápido. Luan voltou a viajar depois de um mês e meio que as meninas estavam nascidas. Ele foi com muito pesar, doeu muito nele e eu percebi. Me abraçando, ele disse que parecia que ele estava deixando uma parte de si. E então, eu respondi que ele estava, deixava uma parte do seu coração pra mim cuidar, mas por um bom motivo: ir buscar a outra parte do seu coração. Dessa forma, ele se despediu sorrindo, mas não demorou muito a voltar. Seus show tinham uma dinâmica mais tranquila e ele iria conseguir aproveitar bem as filhas, sem perder suas meninas.
O casamento da Bruna chegou e era o primeiro evento delas, e também a primeira vez que saiam de casa. Estavam mais crescidas, mais forte e agora estavam demostrando o rosto de Luan. Já era possível observar cada traço dele nelas, o que deixava meu marido todo bobo e eu, apaixonada. Mas seus olhos, eram claros como meu, o que rendia do pai elogios e brincadeiras, dizendo que tinham escolhido o que eu tinha de mais bonito.
Vestidas de roxo, brilharam no casamento da tia, e ainda mais pros fotógrafos, que se esbaldaram com as fotos delas, ainda mais as fãs que se derreteram por Luan, que tinha postado uma foto com as duas em seu colo, uma de cada lado, revelando enfim o rostinho delas. Até que conseguimos aproveitar bem a festa, até dançamos enquanto elas dormiam, mesmo com a musica alta. Mas não demorou muito pra se irritarem e começar a chorar, em sintonia. Então, Luan ficou com dó e resolvemos ir pra casa. Ele ainda teria uma semana de viagem e ficamos de ir pra Londrina assim que Bruna viajasse de Lua-de-Mel no dia seguinte. 
- Abre a porta pra mim amor? - Pedi pra ele assim que paramos na garagem. 
- Pode deixar que eu levo elas. - Ele falou, me dando a chave de casa. 
Abri tudo e acendi as luzes enquanto ele pegava elas no carro. Veio até mim, me deu Ana Laura e voltou pra pegar Ana Beatriz, depois pegou a outra comigo e subiu com as duas, que agora estavam agitadas enquanto eu fechava o carro e a casa. Fui no quarto delas, ajudei ele a trocar as fraldas e a roupa, e amamentei elas e depois que as duas estavam cada uma no seu berço, dormiram na hora. 
Luan foi ao banheiro e eu tirava os brincos e desmanchava o cabelo quando sentia sua mão sobre meu ombro e depois ele me puxou pra si. 
- Estou morrendo de saudade de você... - Sorri, ainda de costas e depois me virei, passando meus braços por seus ombros.
- Então vamos matar essa saudade que é minha também. - Sorri com certa malicia e ele riu. 
- Então me deixa tirar esse vestido! - Ele pegou em minha mão e me virou com delicadeza.
Depois que beijou meus ombros e desceu o zíper, tivemos nossa primeira noite depois de um bom tempo. Com muito amor, amor, amor e mais... Amor. 

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Capítulo 77

Se eu achava que o nascimento das meninas me emocionaria, eu mal sabia de nada até ver Natália com elas em seus braços. Quando ela acordou, como a mãe incrível que eu tinha certeza que iria ser, a primeira coisa que perguntou foi pelas Anas. Depois de ter certeza que ela estava bem chamei a enfermeira e pedi pelas meninas, dizendo que a mãe queria conhecer. Elas vieram, dizendo que meus pais ainda estavam com elas. Natália brilhou os olhos ao ver as duas entrarem e a primeira coisa que fiz foi ir ao encontro e pegar uma das meninas, em pé mesmo, sem medo. 
- Amor, cuidado amor! Senta! - Natália teve um mini ataque ao ver e todos riram.
- Calma, já peguei elas. - Balancei a minha pequenina e sorri, indo até ela e colocando em seu colo. 
Quando a enfermeira colocou a outra, Natália se emocionou. Vi seus olhos brilharem de lagrimas e elas sorriu, aproximando mais ainda as duas de seu peito. Ficou alguns minutos em silencio, olhando cada uma das duas. 
- Elas são perfeitas... - Sorriu pra mim. 
- Lindas não é? - Me apoiei na cama, perto dela e passei a mão pelo seu rosto. 
- Qual vai ser o nome de cada uma?
- Você escolhe! - Sorri, apoiando um pouco o braço dela, ela ainda estava um pouco fraca. 
Tinha a aparência de cansada, mas completamente radiante. 
- Você vai se chamar Ana Beatriz. - Ela disse pra primeira. 
- E você Ana Laura! - Sorriu pra mim. 
- Ana Beatriz nasceu antes que a Ana Laura! - Ri. 
- Meu Deus! - Ela gargalhou. - Elas são idênticas! 
- Amor, a gente tem que tomar cuidado pra não trocar elas! - Falei bem sério, mas ela riu. 
- Eu sei... Você sabe onde estão a pulseira na mala? - Perguntou seria pra mim. - Amor, não pode deixar aqui em qualquer lugar. 
Tinhamos comprado pulseirinhas de ouro, com plaquinhas com os nomes delas. 
- Desde que viemos pra cá elas estão aqui comigo! - Abri o zíper da jaqueta e peguei o saquinho. 
- Vamos esperar pra colocar em casa. Os brincos também. 
- E os registros? 
- Pensei em registrar aqui. - Ela sorriu. - Peço pra enfermeira colocar uma pulseira nelas enquanto isso.
- Melhor. 
Num instante elas começaram a chorar, uma, depois a outra. Me assustei um pouco e Natália riu, balançando elas. Depois de alguns segundos uma das enfermeiras entrou. 
- Elas estão com fome! Está na hora de amamentar. 
- Eu não sei fazer isso! - Natália riu. 
- Eu te ajudo. - Minha mulher pensou um pouco e então olhou serena pra ela. 
- Será que minha sogra pode me ajudar? - Olhou pra mim sorrindo. - Acho que ela vai gostar. 
- Claro! - A enfermeira riu. - Avós amam isso! 
- Eu vou chamar ela! - Sorri e sai atras dela. Encontrei os três ainda na recepção e então sorri pra minha mãe.
- Natália está te convidando pra ajudar ela a dar mamá pras meninas! - Sorri. 
- Oh meu Deus, não acredito! - Ela riu e sai me puxando de voltar. 
Expliquei no caminho pra ela que a enfermeira queria ajudar, mas Natália fez questão que fosse ela, que ficou toda boba e emocionada. Entramos no quarto e a moça já não estava mais. 
- Amor, me dá a Beazinha aqui! - Pedi e ela riu e eu peguei. 
- Já arrumou apelidos? 
- Já! - Sorri. 
Fiquei balançando ela enquanto minha mãe explicava pra ela. Sorri vendo a cena e então desviei meu olhar pra pequena no meu colo. Aproximei ela do rosto e beijei sua bochecha gordinha. Quando abaixei, olhei pra Natália. Ela ria com a minha mãe e fazia caretas, enquanto Lauroca mamava descontroladamente. Uma cena linda, que me encantou profundamente. Ela fez uma careta de dor. 
- Dói? - Perguntei, ainda admirado. 
- Um pouco. 
- Só nas primeiras vezes, logo para. - Minha mãe explicou. - Ela está com fome. - Rimos. 
- Puxou o Luan... - Natália fez caretas e depois me mostrou a língua. 
O choro de Beazinha aumentou e eu me assustei. 
- Que foi filha? - Ergui ela um pouco. - Tem que esperar a irmãzinha amor. 
Minha mãe e Natália me olhavam sorrindo. 
- Não tem medo de pegar ela assim não filho? 
- Eu fiquei no começo, mas depois passou! - Sorri. - Eu sei que não vou derrubar ela... 
- Seu pai demorou um dia pra pegar você... Sua irmão foi mais rápido! - Ela riu. 
- Estou me saindo melhor que a encomenda, fala ai! - Debochei. 
- Fora o surto do carro está ótimo. 
Minha mãe riu e Natália perguntou por que. Me afastei com vergonha mas logo escutei as risadas das duas. 
- Amarildo deu um grito com ele! - Elas riram. 
- Como que eu não lembro disso meu Deus? 
- Mas apronto, estou pronto agora! - Fiz bico. 
- Não tem como colocar pra dentro de volta amor! 
- Para de debochar de mim e se concentra na Lauroca ai! 
- Mas meu Deus! Amor, olha os apelidos seus! 
- Me deixa chama elas assim... - Fiz bico. - Eu gostei. 
- Pode chamar ué! - Ela riu. 
Depois de quase vinte minutos a pequena soltou o peito dela e ela se ajeitou de novo, dando ela pra minha mãe. 
- Pronto, sua vez gulosa! - Disse rindo pra Beazinha. 
Troquei de bebês e começou tudo de novo.

Logo depois coloquei as duas na cama de Natália, tirei uma fotinho segurando os um pezinho de cada, ela saiu do banheiro e percebemos que era quase hora do almoço. 
- Precisa de ajuda? 
- Não, está tudo bem. Quero tomar banho em casa. 
Elas haviam nascido no começo da noite e passamos ela no hospital, mas já estavam de alta e podiam ir pra casa. Arrumamos elas com os presentes dos avôs, roupinhas de saída de maternidade, todas chiques e logo pegamos tudo e fomos embora. As meninas já estavam registradas e então, ao tirar a pulseirinha do hospital, colocamos as nossas. Cada um pegou uma no colo e cobrimos o rosto delas. Eu tinha falado no twitter sobre o nascimentos delas, mas combinei que ia esperar um pouco pra liberar alguma foto. Só um pouco, nada demais. Hoje mesmo postaria a foto dos pés com algumas palavras. E então caminhamos em direção a nossa vida, que parecia começar a partir dali. 

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Capítulo 76

- Eu queria, mas eu não sei fazer isso não! 
- Nunca pegou um bebê? 
- Já, mas não filho meu! Se elas cairem minha mulher me mata! - Disse rindo.
- Um pai não derruba um filho! - A moça riu e me chamou pra sentar numa cadeira. - A gente te ajuda! 
Sorri e então sentei, fiz o que ela pediu com as mãos e peguei a primeira. Minhas mãos tremiam, mas apertei forte e aproximei ela do meu peito. Aquela era a melhor sensação do mundo, ter minha menina no colo, pra cuidar e proteger. Passei a mão pelo seu rostinho e acariciei suas mãos, admirado. Depois, devolvi e fiz o mesmo com a outra, tão linda e amada quanto a outra, me deixou também emocionado. Eu finalmente estava realizado. 
Escutei passos, mas não desviei o olhar da minha filha. 
- Elas são lindas Luan. - A doutora chamou e eu sorri. 
- São perfeitas. 
- Preparado?
- Nem um pouco! - Ri. - E a Natália? 
- Está no quarto, bem! 
- Eu acho que devo ir lá com ela... - Fiz menção de devolver minha menina, mas a medica se aproximou olhando ela. 
- Não vejo necessidade. Ela está dormindo. Fique mais um pouco com as meninas, curte elas mais. 
- Dormindo? - Questionei. - Não é ruim? 
- É o melhor agora. Ela está cansada. Dar a luz a duas não é fácil não! - Rimos. 
- Eu imagino! Pra falar a verdade, praticamente pari junto com ela, de tão desesperado.
Todas riram de mim, e depois as Anas foram examinadas novamente. Nada fora do lugar, perfeitamente saudáveis.
- Queria ver os olhos delas... - Reclamei, olhando minhas filhas ainda de olhos fechados. 
- Demora um pouco, mas logo elas abrem! - A doutora sorriu. 
Depois de muito tempo ali, sai pra ir atras de Natália e dos meus pais. Quando cheguei na recepção corri até eles e abracei forte. 
- Isso é incrível! - Falei apertando minha mãe. 
- Tudo certo?
- Tudo! Estão bem, são saudáveis, prematuras, mas já estavam prontas pra nascer! - Sorri. 
- Quanto pesaram? 
- Dois quilos! A medica disse que pra gêmeas prematuras é perfeito! 
- E como são? - Meu pai falou me abraçando forte também. 
- São idênticas... Não sei diferenciar! - Ri. - Vou ficar louco! 
- Nada de diferente? 
- Nada pai! Peguei as duas, uma de cada vez, e parece que era a mesma! - Sorri bobo. - Estou tão feliz! 
- Imagino! - Meu pai riu. - Eu ficava assim também! 
- Achei que fosse desmaiar, de tão nervoso que fiquei, mas então fiquei olhando pra Natália e ela estava tão assustada, que eu sabia que se passasse mal ela ia ficar nervosa... - Me despejei a falar guiando eles até o berçário. - Dai nem olhei, só tirei os olhos dela quando ouvi o primeiro choro! Eu até peguei elas, nem acredito! 
- Se acalma meu filho! - Minha mãe apertou minha mão rindo. - Assim vai ter um ataque! 
- É um sonho, nosso maior sonho! - Me emocionei abaixando a cabeça. - Agora sinto que arrumei tudo que eu fiz de ruim, sinto que agora sim estou livre, agora sim limpo de tudo aquilo! 
- Não é hora pra pensar nisso meu amor! - Minha mãe levantou meu rosto e continuamos a andar. - Não vejo a hora de ver elas brincando. 
- Eu não vejo a hora de tudo! - Ri. 
- Vou mimar hein! - Meu pai falou. 
- Vão ser as mais paparicadas do mundo! - Ri parando em frente ao vidro e apontando pra elas. - Ali, minhas princesas! 

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Capítulo 75

Natália sentia mais dor do que da ultima vez que via ela e o desespero dela estava me matando, então comecei a chorar segurando sua mão. Estava com medo, elas deviam nascer em um mês e algo estava errado. A medica conversou comigo enquanto se preparava, disse que eu devia me acalmar. 
- Elas devem ter crescido demais e Natália não aguentou... Vai dar tudo certo. 
De repente me bateu um medo, não queria perder mais ninguém, e apesar de saber que isso não ia acontecer, eu tinha medo. Ela apertava minha mão enquanto seguia os comandos da medica, mas eu nem ouvia o que ela falava, estava nervoso, suava frio e se demorasse muito eu ia passar mal. Mas pro meu alivio, não demorou. Quando menos esperava ouvi um choro. Ergui os olhos da minha linda em direção a ele e então vi minha primeira princesinha e comecei a chorar mais ainda. Apertei a mão de Natália, e abaixei. 
- Nossa primeira princesa amor! - Dei um beijo na sua testa e então, logo depois de Natália seguir mais uma vez o comando da doutora, ouvi mais um choro e em segundos uma enfermeira veio com os dois. 
- Meu deus! - Não conseguia segurar mais as lagrimas, e Natália pegou as duas. 
Ela colocou uma em cada braço, eu apoiei elas e tiramos uma foto. Natália chorava e beijou cada uma das duas, sorrindo pra mim. Uma enfermeira passou e pegou elas, dizendo que eu devia acompanhar ela. 
- Mas... - Eu não queria deixar Natália sozinha. 
- Tudo bem, vai com elas! 
- Eu te vejo logo.
Ela assentiu e deixei um beijo da sua testa. Sai de lá com as enfermeiras e cada uma deu banho em uma das gêmeas, numa sala ao lado. Eu me aproximei e fiquei olhando uma a uma. Elas era idênticas, e eu não consegui identificar com quem se pareciam. 
- São univitelinas não é? - Uma das enfermeiras perguntou sorrindo. 
- Sim... 
- Então pode parar de procurar diferenças! - Ela riu. 
- Posso tocar nelas? - Perguntei aproximando minha mão. 
- Pode! - Passei um dedo devagar pelas bochechas das duas, ao mesmo tempo, uma de cada lado, muito emocionado., mas logo tive que me afastar. Elas tiraram as roupas, pesaram e eu agradeci por minha mãe já ter pego a roupa delas e entregado. Foram vestidas de amarelo, pois Natália sempre dizia que sua mãe ensinou uma vez isso a ela e ela queria manter. Elas eram lindas, com os rostinhos de bonequinhas, mas ainda um pouco inchados e bem cabeludinhas, com cabecinha tão escura quanto a minha. 
- Elas pesaram? 
- Dois quilos! - Recebi um sorriso. - Pra gêmeos, nascidos tão cedo, é perfeito. Podem ir até embora já. 
- Graças a Deus!
Logo em seguida foram colocadas fitinhas nos braços com o nome de Natália, estavam quentinhas e quietas, mexendo as perninhas devagar. 
- O senhor vai ter duas anjinhas pelo visto!
- Estão quietinhas. - A outro completou sorrindo. 
- São saudáveis? - Perguntei aflito, enquanto elas faziam alguns exames. 
- Perfeitamente. Só vai faltar o exame do pézinho e do ouvidinho. 
- Pode fazer agora! 
- Só pode depois de três dias, então faça eles no quarto dia! Sem falta. 
- Tudo bem! E a Natália? 
- Vou ver lá.
Ela voltou a sala de parto pra ver e logo voltou pra mim, dizendo que ela estava bem, e indo pro quarto. Respirei aliviado. 
- Se acalma, tudo ocorreu da melhor maneira possível! - Sorri ao ouvir aquilo e então me fizeram um convite com as meninas no colo. - Quer pegar?
- Eu não sei fazer isso moça! - Respondi assustado. 
Meu Deus, tinha me esquecido desse detalhe: Pegar as meninas! 

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Capítulo 74

Liguei pro meu pai no caminho e passei em casa pra pegar ele e minha mãe. Natália gemia de dor no colo da minha mãe e quem passou a dirigir foi meu pai. Dei minha mão pra ela, mesmo pelo banco da frente, e ela apertava forte.
- Mãe, o que é isso? 
Ela tentava conversar com a Natália baixo e minha esposa respondia com a cabeça.
- Acho que as meninas vão nascer filho... 
- O que? - Perguntei quase gritando. 
- Ela está com contração...
- Mãe, eu não estou preparado! - Entrei em pânico e comecei a chorar e rezar. 
- Luan, para! - Meu pai gritou. - Vai deixar a Natália nervosa!
- Eu não estou preparado meu Deus! 
- Não tem essa caramba! Vai nascer você estando preparado ou não! Então seja homem e e ajuda sua mãe a acalma a Natália! - Meu pai gritou e me olhou feio, então respirei fundo soltando a mão da minha mulher. 
Eu passei a mão pelo rosto e no mesmo instante ouvi seu chamado baixo de dor. Tirei o moletom e botei todo meu cabelo pra trás respirando mais uma vez. Meus nervos foram se acalmando um pouco até eu me tocar que ela precisava de mim, estava me chamando. Me virei de lado, entrando no vão do carro e peguei em sua mão novamente. Beijei ela com calma e fiquei fazendo carinho.
- Já estamos chegando, se acalma. - Seus olhos me demostravam medo. - Vai dar tudo certo... Estou aqui, tudo bem? - Ela apertou forte a minha mão no meio de outro sussurro de dor, então apertei também. - Não vou mais soltar, prometo. 
No caminho até o hospital, mais alguns minutos, fiquei pedindo calma. Ela me apertava cada vez mais forte. 
- Está aumentando! - Minha mãe falou preocupada.
- Como você sabe? - Voltei a começar ficar nervoso, mas respirei fundo.
- Ela está sentindo em menos tempo.
- Ainda não está na hora mãe! - Falei meio agitado.  
- Eu sei... 
Eu sinceramente esperava que ela me desse um alivio, dizendo estar tudo bem ou outra coisa, mas ela não falou. Quando finalmente chegamos no hospital, meu pai desceu e eu nós ficamos. Natália tinha mais dor do que quando chegou a ao apoiar as mãos na sua coxa, percebi que estava molhada. Então minha mãe disse que a bolsa dela tinha rompido e as Anas realmente iriam nascer. Me assustei quando meu pai apareceu e eu desci correndo indo até o lado posto e ajudando o enfermeiro e colocamos ela numa cadeira de rodas. Ele ajeitou ela enquanto eu prendi os cabelos longos com a minha mãe e logo, guiado por ele, passei a empurrar a cadeira pelo hospital, enquanto Natália, com as mãos pra trás, apertava a minha, me atrapalhando um pouco e meus pais faziam a ficha dela.
- Amor, segura um pouquinho aqui do lado, pra mim poder te levar e acabar logo isso...
- Está... Doendo! - Ela reclamou, falando pela primeira vez. 
- Minha mãe ligou pra medica, ela já esta te esperando, se acalma que vai acabar logo... 
Assim que entramos num quarto o enfermeiro parou. 
- Cara, ela não pode esperar. Estão nascendo! - Reclamei, pensando que fossem deixar ela ali. 
- Preciso fazer o exame de dilatação... Então ela vai pra sala. Se acalma!
Ele então se abaixou e agradeci por ela estar de vestido. Fez o exame e constatou que realmente ela estava em trabalho de parto, eu não entendia nada disso, mas sabia que ia nascer, o que me deixou um pouco desesperado. 
- Quanto tempo? 
- Está entrando no oitavo mês. São gêmeos, meninas.
Ele assentiu e tentou conversar com elas, que respondia com a cabeça e novamente grudou as mãos em mim. 
- Não está cedo? - Perguntei. 
- São gêmeos, elas nascem antes. É cedo, mas nada a se preocupar, talvez elas precisem passar uma semana aqui... Mas nada demais. 
- Tem certeza? 
- Respira cara! - Ele riu e me tranquilizei, respirando. 
A medica dela apareceu e ela foi levada. Estava me puxando, mas autorizaram minha entrada e eu tinha que me preparar. Não tinha muita certeza sobre ver o parto, ainda estava em pânico pra falar a verdade, mas Natália estava muito vulnerável e eu não podia deixar ela sozinha. Então segui a enfermeira e me prepararei pra entrar com ela. 

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Capítulo 73

Fevereiro de 2020. 

- Natália! - Chamei baixinho chegando em casa numa madrugada, mas não tive resposta. 
Essa noite tinha sido o ultimo show antes das ferias. Segurei o máximo que consegui pra poder ficar com a Natália, mas quando ela estava entrando no oitavo mês eu resolvi parar pra poder ficar com ela, já que o medico pediu pra gente se preparar. Natália estava bem gordinha já, quase não conseguia andar, e ele disse que aquilo podia oferecer risco. 
Mudei nosso quarto pro andar de baixo, desfazendo a sala de TV e instalando uma cama ali. Ela estava proibida de subir as escadas e contratamos uma babá pra ficar com ela, e que a ajudaria também depois do parto. 
Tathiane tinha aproximadamente a idade da Natália. Tinha acabado de chegar na cidade pra fazer faculdade e era uma menina muito boa, estava nos ajudando muito. 
Subi as escadas e fui tomar um banho, mas logo desci e entrei no nosso quarto improvisado, e encontrei ela dormindo, meio desajeitada por causa do tamanho da barriga. Fiz um carinho e me deitei um pouco longe pra não machucar minha princesa. Não via a hora das meninas nascerem, por que já estava ficando difícil e eu não gostava de ver minha menina sofrer. As vezes nem dormir ela estava conseguindo a algumas semanas, por que as meninas ficavam agitadas de madrugada e chutavam muito ela. Eu adormeci logo, cansado e com pena de Natália. 

- Amor, eu liberei a Tathi hoje. - Ela disse enquanto estávamos na mesa tomando café. Ela estudava de manhã e nós estávamos contando com que as meninas dormissem até tarde. 
- Por que? 
- É aniversario da mãe dela, na cidade vizinha, ela volta amanhã de amanhã. E como você vai ficar aqui, achei que não tinha problema.
- Tudo bem amor, só não faz isso quando estiver sozinha. - Pedi. - Mas agora não vai mais, até eles nascerem. 
- Dois meses eu não aguento mais. - Ela passou a mão na barriga e fez bico. Ri e peguei em sua mão. - Você que devia engravidar.
- Só entro com o material! - Ri.
- É serio! - Ela riu.
- Vai dar tudo certo. 
- Elas chutam muito meu Deus, parece que estão entrando dentro da minha costela. 
- Acostuma! - Ri brincando.
- Querido, esquece! Você não vai ter um menino e nem mais uma menina, nem um passarinho se quiser! - Ela me olhou feio e disse exagerada. 
- Credo amor!
- Já pensou se vem gêmeos de novo? - Ela arregalou o olho. - Nunca! Isso dói, as Anas me machucam!
- Amor, vai dar tudo certo, só mais um pouquinho... - Disse com pena. - Não diz assim, elas podem se sentir rejeitadas. 
- Eu amo muito elas amor... - Ela sorriu. - É a melhor dor da minha vida. Só acho que não precisavam me maltratar tanto meninas... - Ela fez carinho novamente. 
- Eu sei que está complicado... - Acariciei seu rosto. - Mas vai valer a pena. 
- Não tenho duvidas. Só estou reclamando pra botar isso pra fora! - Ela riu e depois gemeu de dor. 
- O que foi? 
- Chutes! Elas não gostaram muito. - Fez careta. 
- Deixa a mamãe comer princesinhas! - Beijei a barriga dela logo depois que falei baixinho.
- Acho lindo quando faz isso. - Ela me olhou sorrindo. 
- Não vejo a hora de ver o rostinho delas.
- Quero que se pareça com você! 
- Bom mesmo, por que se forem gatas como você eu não sei qual vai ser me futuro. 
Natália riu, me contagiando com aquele som. 
- Filhas de gatos, gatinhas tem que ser! 
Cai na gargalhada com a fala dela, achando aquilo hilário. 
Durante o dia ficamos só deitados. Assistimos filme e Natália dormiu muito então acompanhei ela. Era quase fim de tarde quando acordei e fui fazer algo pra gente comer. Pensei em assar uma pizza, mas antes de colocar no fogo escutei Natália me gritar. Levei um susto e corri até a sala de TV. A encontrei gemendo de dor e assustado, decidi levar ela pro hospital. 

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Capítulo 72

- Estão prontos? - A medica riu nos olhando. 
- Acho que não! - Botei uma mão no coração brincando enquanto a outra segurava a de Natália.
- Eu estou! - Ela riu apertando minha mão e então lhe dei um selinho. 
- Eles estão juntinhos hoje! - A medica sorriu e eu não conseguia tirar os olhos da tela. 
Meus bebês, cada vez maiores. 
- Dá pra ver doutora? 
- Sim! - Ela sorriu e depois se concentrou na tela enquanto nós dois ficamos cada segundo mais apreensivos. - Olha olha... - Ela riu. - O que o papai quer? 
- Estou feliz, não importa! - Sorri e Natália me olhou de lado. - Só que prefiro poupar dor de cabeça com dois machinhos! Mas aceito um casal! 
- Meu filho não é cachorrinho pra ser machinho Luan! - Natália me bateu com um bico e nós rimos. 
- E a mamãe? 
- Queria um casal! - Ela sorriu. 
- Olha, então vamos ter que rever as coisas aqui... - Ela sorriu. - Papai vai ter muita dor de cabeça! 
Natália me olhou surpresa e eu demorei a entender. 
Meu Deus! 
- Duas meninas? - Perguntei. 
- Sim! - A medica sorriu. 
- Meu Deus! - Ri e meus olhos se encheram de lagrimas. Abaixei e beijei Natália, que também chorava. - Tenho uma princesa e duas princesinhas! - Rimos. 
- Minhas amiguinhas! - Ela acariciou a barriga e sorriu. 
- Você que se prepare, por que eu tenho um casal e sei bem! Meninas serão suas copias Natália... Elas amam se espelhar na mãe, principalmente criança! - A medica sorriu. 
- Que presente maravilhoso! - Minha princesa sorriu e eu estava radiante. 
- Se forem lindas igual a mãe eu estou ferrado! - Disse fazendo bico.
- Já temos um pai ciumento.
- Vou comprar uma arma hoje mesmo! - Ri acariciando ainda minha esposa. - Imagina se forem teimosas tanto quanto! - Fiquei serio e elas me olhavam com atenção. - Natália, eu estou ferrado! 
- Que foi agora amor? - Ela riu. 
- Meu Deus, eu vou ter cabelo branco antes da hora! Imagina duas meninas adolescente, teimosas igual você? - Elas riram. - É serio! Duas querendo namorar ao mesmo tempo! 
- Amor, deixa pra surtar na hora! - Minha linda passou a mão pelo meu rosto. 

Enquanto voltávamos conversando sobre as meninas, minha cabeça não parava. 
- Quero escolher o nome! 
- Não, eu quero! - Natália reivindicou.
- Uma pra cada... 
- Só se eu gostar do seu nome! 
- Eu sempre gostei de... 
- Já sei qual, não gosto! - Ela riu.
- Poxa amor!
- Feio amor! Gosto de Ana... 
- Só Ana? 
- Só! 
- Não, acho legal com outro junto! Gosto de Ana Laura... 
- Ana Beatriz!
- Eu gosto desse. 
- Que tal, Ana Laura e Ana Beatriz? 
- Eu gostei. - Sorri pra ela.
- Ana significa graciosa e Laura tem haver com vitoria. Já Beatriz, com felicidade. 
- Como você sabe? - Ri, surpreso. 
- Já pesquisei bastante. - Ela sorriu passando a mão na barriga e ao parar no sinal, peguei a mesma e levei a minha boca, beijando. 
- Eu te amo muito, obrigado por estar ao meu lado. 
- Eu te amo mais. E você sabe que minha vida é a sua. E nossas meninas.
- Ai meu Deus, já fico até nervoso! - Ri voltando a dirigir.
- Você diz isso por que era terrível! 
- Eu fazia a festa com as menininhas sabia? - Ri. - Minhas filhas não vão fazer trabalho na casa de amigo! 
- Meu Deus! - Riram. 
- Eu estou brincando.
Natália se divertia comigo e eu tinha um tom de brincadeira, mas sabia que tudo que estava dizendo era serio e sabia que meu sossego tinha definitivamente acabado. Agora eu era pai de duas meninas, filhas da Natália, o que não ia ser muito bom se puxassem a beleza e a graciosidade da mãe. 

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Capítulo 71

Quatro meses depois... 

Eu parei na porta olhando com alegria o que eu tinha preparado. Eu e Natália tínhamos escolhido a pouco tempo todo o quartinho dos bebês, gêmeos e eu decidi fazer uma surpresa. Quando as coisas chegaram, dei um jeito de tirar ela de casa e então junto com os montadores, arrumei tudo, do jeitinho que ela queria. 
Eu mal podia acreditar que Deus não tinha me dado só um bebê, mais dois! Quando descobrimos, quase pulamos de felicidade. Tudo estava perfeito, eu mal podia acreditar que caminhávamos tão bem, com um casamento seguindo da melhor forma possível, cheio de amor. 
Escutei o telefone tocar e em segundos atendi. Bruna avisava que Natália tinha acabado de deixar ela em casa e estava vindo pra casa. Respirei fundo e fechei a porta, indo pra sala já escutando o carro estacionar na garagem. Ela logo abriu a porta e entrou sorrindo. 
- Oi meu amor! - Veio até mim e me abraçou, despejando uma parte do seu peso. - Eu nunca mais saio com a Bruna enquanto essas crianças não nascerem. 
- Minha princesa está cansada? 
- Muito, essa barriga está pesando já. 
- São dois amor, ta grandinha já. - Ri.
Ela fez bico e me deu um beijo.
- Vai ficar maior... - Ela fez bico. 
- Minha manhosa, tenho que te mostrar uma coisa. 
- O que você aprontou? - Ela me olhou desconfiada.
- Vem cá. - Ri puxando ela pelo braço. 
Parei em frente ao quarto e olhando com um sorriso e abri. Ela entrou com um sorriso e abriu a boca admirando. 
- Amor...
- Gostou? 
Ele era todo em bebê e branco, com parede de bichinhos , já que ainda não sabíamos o sexo. Natália sentou na poltrona dela e sorriu olhando pra mim, depois correu pros meu braços. 
- Ficou incrível! Não vejo a hora de ter eles aqui! 
- Dois meninos! - Sorri. 
- Casal! 
- Amor, olha, não sei se sirvo pra ser pai de menina... Eu vou morrer... - Disse já nervoso. 
- Ia ser o melhor pai do mundo... 
- Você acha? - Fiz bico.
- Tenho certeza, não importa o sexo. Mas ainda mais se for menina. Ia ser cuidadoso e protetor, igual é comigo. - Ela fez carinho no meu rosto. 
- E quando ela crescer? 
- Você vai continuar sendo o herói dela.
- Prefiro ensinar meu filho a pegar as meninas... - Fiz bico mas recebi um tapa no braço. 
- Pode parar agora! - Ela riu.
- Não vou nem pensar nisso... - Passei a mão no cabelo nervoso. 
- É bom mesmo, por que se você é ciumento, eu também sou. 
- Ah, não vai deixar seu menininho namorar Dona Natália? - Ri achando aquilo engraçado. 
- Não! - Ela fez bico saindo do quarto e eu fui atras rindo. 
- Sabia que você é linda com ciúmes? - Disse já na sala enquanto ela pegava umas sacolas. 
- Sabia que eu vou voltar amanhã no shopping só pra me vingar? - Ela riu.
- Pode voltar princesa, se for pra ficar linda assim eu não me importo! - Ri pegando ela pela cintura. - Pode me falir que eu não ligo! - Ri. 
- Tentador. - Ela brincou e me beijou. - Mas eu estou com muita fome. 
- Eu comprei comida pra gente também. Pedi naquele restaurante que você gosta. 
- Tem sobremesa? 
- Tem, mas eu acho que você está gorda. - Ri, mas ela fechou a cara pra mim e saiu em direção ao quarto, subindo as escadas devagar.
- Amor... 
Ela não respondeu e então fui esquentar a comida, mas ela demorou muito pra descer e eu fui atras. Natália estava deitada na cama, já tomada banho. 
- A comida está quente amor.
- Não quero... - Ela olhava a TV ainda emburrada. 
- Natália, tem que comer amor! 
- Nem vem com amor vai... 
- Só por que brinquei com você? 
- Luan, você tem que entender que não fala isso pra uma mulher ainda gravida!
- Eu estava brincando... - Me aproximei e vi ela chorando. - Amor, sua barriguinha é a coisa mais linda da minha vida... Para com isso vai! 
- Serio mesmo? 
- Se você quiser te dou minha sobremesa, o que acha? - Sorri. 
- Idiota! - Ela bateu no meu braço rindo e me deu a mão, enquanto puxava ela pra cozinha.
- Tem que ficar fortinha pra ir no medico amanhã! Preparada pra saber que vai ser mãe de dois menininhos? - Ri. 
- Ansiosa! - Ela riu começando a comer junto comigo.
Pois eu também estava ansioso, e muito. 

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Capítulo 70

Ela chamou a atenção de todos e depois me chamou. Eu olhei assustado e segui pra onde ela estava. Ela me olhava sorrindo e pegou na minha mão. 
- O que você está fazendo? - Perguntei baixinho.
- Você vai ver! - Ela disse da mesma forma e se virou pra mim, falando no microfone. 
- Eu queria falar umas coisas pro meu marido, vocês me dão licença? - Ela tinha um sorriso tão lindo que não duvidava que todos podiam ouvir ela por horas depois daquele pedido. 
- Amor... 
- Escuta! - Ela me repreendeu e todos riram. - Quando nós perdemos nosso filho, acho que foi o momento mais difícil de nossas vidas. - Neguei com a cabeça, não acreditando que ela estava entrando naquele assunto agora. - Eu você mergulhou na sua dor, eu na minha e eu me sentia sem chão por não saber como te ajudar, afinal, nem a mim sabia ajudar. E depois disso tudo que aconteceu com a gente de lá pra cá, um bebê se tornou nosso maior sonho, não é? - Ela sorriu e eu acompanhei, assentindo. - Quando decidimos nos casar de novo, a primeira coisa que você me pediu enquanto colocávamos no papel tudo que sonhávamos pra esse dia, foi um bebê, logo, pra já, talvez até antes do casamento. - Seus olhos estavam molhados e eu já não consegui mais segurar minhas lagrimas, mesmo não entendendo nada. - Mas eu, com jeitinho, pedi pra você esperar o casamento, esperar tudo se resolver e depois deixar as coisas acontecerem. Mas sabe o que eu não pensei na hora? Que Deus, toda a nossa vida, desde que nos conhecemos, brincou com os nossos desejos, com o nosso destino e sempre mexeu em todos os nossos planos. - No momento, eu já entendi, mas sem reação, tentava confirmar pra mim mesmo que eu não estava pensando demais, esperando o próximo passo, mas ela continuou com as mãos tremulas. - Essa semana eu acordei mais feliz. Não só por causa do casamento. Eu acordei bem, não mento, sem nada diferente, mas por conta do casamento, fui fazer exames de rotinas, e então... Tive uma grande surpresa! 
A confirmação que eu esperava veio quando ela puxou minha mão, guiando até sua barriga e me olhava nos olhos. Eu acariciei e deixei muitas lagrimas cair, ainda sem conseguir me mexer. Deus lavava minha alma toda e parecia que me dava realmente uma chance de recomeçar. 
- Nosso tão sonhado bebê meu amor! - Ela sorriu e enxugou as lagrimas, e então puxei ela pra um abraço apertado, levantando seu corpo e deixando todas as emoções me tomar.
- Não acredito nisso! 
- Nem eu! - Ela passou a mão no meu rosto. 
- Eu te amo tanto, amo vocês! - Dei um selinho nela e depois me ajoelhei, acariciando e beijando sua barriga, sob o seu olhar encantado, e não duvidava que de todos os presentes.
Minha felicidade não cabia em mim e eu queria dividir com todos. Levantei sorrindo e vi minha mãe, Bruna e meus pais na minha direção. Um a um se dividiram em abraçar nós dois. Emocionados, nada falaram, mas eu sentia no abraço de cada um deles, que sabia de tudo que passamos, o quanto estavam felizes, o que quanto viviam aquilo junto com nós. Era a minha família, os quatro e mais meu bebê, meu filho, e jurei a mim mesmo naquele momento, que tudo seria diferente e que nada ou ninguém faria mal a nós novamente. Queria passar pro meu filho tudo que meu pai tinha me ensinado, tratar e amar minha mulher como minha mãe havia me mostrado que era certo e ser o pai de família que meu pai foi pra todos nós. Minha vida tinha recomeçado, ou começado, eu não sabia ainda, naquela momento. 

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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Capítulo 69

Um mês depois... 

O dia chegou mais rápido que eu podia imaginar. Logo estávamos em Noronha, num hotel, todos juntos um dia antes. Eu me sentia bem ali, cercada de pessoas que me acolheram bem, e que gostavam de verdade do Luan. Alguma equipe mais próxima, amigos íntimos e uma parte da família. Estava tudo perfeito da maneira que eu queria, e me sentia radiante e completa agora. Luan imaginava o seu dia seguinte seria incrível, mas ele não fazia ideia. 

POV Luan. 

Acordei abraçado com minha princesa, sorrindo. Ela ainda dormia e não me mexi até ela acordar. Não queria sair dos braços dela e meu coração parecia que estava em paz, calmo. Podia escutar o barulho do mar e a calmaria da pequena e linda pousada que estava reservada só pros nossos convidados. Naquelas areias já havia sido muito feliz com Natália, e agora parecia que tudo ia se concretizar nas águas. Noronha dormiria esse noite como nosso paraíso completo. Pelo telefone do criado mudo pedi nosso café da manhã falando baixinho e só me levantei quando chegou. Arrumei com o funcionário do hotel na varanda e quando levei ele a porta Natália acordava. 
- Bom dia... - Sorriu pra mim. 
- Bom dia minha princesa! - Lhe dei um selinho. - Nosso café está pronto. 
Ela sorriu e não disse mais nada. Nosso café foi silencioso, mas não desgrudamos um minuto, abraçados, fazendo carícias, comemos de frente ao mar.
- O dia está lindo. - Comentei. 
- E ele é nosso! - Ela afundou o rosto no meu pescoço. 
- O mundo é nosso meu amor. 

Não demorou muito pra Bruna e minha mãe bater na minha porta e Natália foi se trocar no banheiro enquanto Bruna ria da minha mãe toda manhosa pro meu lado. 
- Nem parece que já casou! - Bruna riu. 
- Me sinto como se fosse a primeira vez! - Sorri. 
Logo ela saiu do banheiro e as duas saíram apressando ela que ficou pra se despedir de mim. 
- Te vejo lá? - Sorriu. 
- Vou estar te esperando. - Acariciei seu rosto. 
- Não vejo a hora! - Ela sorriu e se afastou, me olhando enquanto cruzava a porta. 

O barco essa decorado com muitas flores leves, mais apropriadas pra praia, mas firmemente presas por conta do vento. Tudo branco e azul, do jeitinho que escolhemos. Um altar delicado estava na frente das cadeiras e do corredor decorado das mesmas flores e um tapete azul bebê. No andar de cima havia algumas mesas, as mesas do jantar e do bolo e doces e uma pequena pista com um palco baixo. Até o vento estava ajudando, fraco. Tudo perfeitamente alinhado. 
- Natália vai amar! - Sorri. 
- Você está ótimo filho! - Meu pai sorriu e ajeitei meu colete. 
- Espero que ela não se atrase pai. 
Comecei a receber os convidados e todos se ajeitaram nos seus lugares. Eu tomei meu lugar, no altar pra esperar minha princesa. Minha cabeça voava longe e eu nem escutava todos que falavam comigo. Só conseguia pensar que ela estava demorando muito quando ouvi a musica leve que compôs tocar pra ela. Quando a minha voz dizia "pra te fazer voltar não importa o tanto que eu lutei, faria tudo de novo, vou fazer de novo nosso de amor valer" ela apontou bem no inicio do tapete com meu pai ao seu lado. Linda, magnifica, radiante, brilhava mais que o sol lá fora. A barra de seu vestido, leve, esvoaçava com a brisa leve e a renda justa marcava sua lindas curvas. Na cabeça, trazia uma coroa de flores brancas sobre o cabelo liso e longo, loiros médios, mudados recentemente e um buque delicado, pequeno, com as mesmas flores brancas de campo da coroa. "Fica" era minha surpresa, que eu sabia que ela nem tinha escutado, já que enquanto andava em minha direção, não desviava o olhar de mim nem por um segundo. Eu tinha no rosto um sorriso enorme, que mal cabia em mim, e foi dessa forma que ele me disse sim diante de Deus, renovando nossos votos. 

- Eu não podia estar mais feliz. - Acariciei seu rosto perfeito. - Eu nem acredito, tudo com esse mar que testemunhou nosso melhores momentos. - Falava pra ela enquanto jantávamos, no segundo andar, grudamos. 
- Eu não posso medir o quanto me sinto completa. 
- Minha esposa, minha, só minha! - Ri beijando seu rosto.
Estávamos numa bolha só nossa. Tinha muita gente ali, mas parecia só existir nós dois. Mas eu levei um susto quando depois do jantar, antes de abrir nossa pequena pista, ela sumiu e a encontrei chamando a atenção no palco. Não tínhamos combinado um discurso e eu não tinha a mínima ideia do que ela fazia ali em cima. 

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