Capítulo 61

Na sexta eu iria viajar, mas o que eu precisava fazer não podia passar de hoje. Liguei pra Natália, sai cedo de casa fugindo das perguntas da minha mãe depois de preparar tudo que eu precisava. Quando cheguei na boate, Natália já me esperava pra fora. Ela entrou no carro toda linda de vestidinho florido e me deu um selinho, com as bochechas vermelhas. 

- O que são essas bochechas ai? - Ri, já sabendo motivo e ela desviou o olhar sorrindo. - Amor, não precisa ficar com vergonha!

- Quem disse que eu to com vergonha? - Ela me olhou nervosa e segurou o riso, se entregando. 

- Sua cara! - Gargalhei. - Está com vergonha pela noite de ontem... É Natália, o que você fez com a minha menininha hein? - Ri dando partida no carro, mas senti uma mão acertar meu braço. - Que isso!? 

- Cala sua boca por que se não acabou a sua tarde ao ar livre! - Ela disse seria e eu ri. 

- Ta bom então minha furação! - Provoquei mais um pouco e ela bufou, virando a cara e foi emburradinha o caminho todo enquanto eu ria da situação. 

Estacionei o carro pra fora do parque Ibirapuera. Eu sabia que corria riscos ali, mas botei um boné, um óculos e rezei. Não tinha intenção de esconder Natália também, então estava sossegado. Peguei no banco de trás uma cesta com nossa café, sendo observado por Natália rindo loucamente de mim, e mostrei a língua pra ela. Caminhamos de mãos dadas conversando por algumas trilhas até chegar no lago. 

- Com fome? - Perguntei. 

- Um pouco! - Ela sorriu. 

- Então me ajuda aqui! 

Com sua ajuda estendia a toalha e sobre ela todas as coisas que havia na cesta. Nosso café estava lotado de coisas que Natália amava, tudo comprado na padaria, inclusive o bolo que era seu preferido. Comemos em clima romântico, rindo um do outro e melando com chantili do bolo o nariz da minha pequena.

- Você enfiou esse dedo sujo no meu bolo! - Ela me olhou indignada. 

- Não está sujo! E enfiei mesmo, se não quiser eu como! - Disse rindo e pegando o bolo, mas ela puxou da minha mão.

- Eu vou comer! 

Fiquei olhando ela toda concentrada no seu doce. Era linda, minha princesa. E estava muito ansioso pra o que viria a seguir. 

- Vamos tirar uma foto? 

- Claro! 

Programei meu celular e deixei ele na grama, num lugar bom e corri até ela. Sentei atras da minha linda e peguei em sua cintura. Ela sorriu e virou pra mim, então a foto bateu. Era como se tivesse sido programada, de tão perfeita. 

- Eu quero te dizer uma coisa. - Falei assim que guardei o celular e ela olhava pro lago. 

- Diga. - Se virou pra mim com o sorriso mais lindo. 

Tinha planejado tudo pra aquele momento. Queria falar sobre o passado e como eu era outra pessoa. Queria falar sobre o presente, dizer quanto a amava, mas eu sabia que nada disso precisava ser dito. Vi no olhar e no sorriso com os quais ela se virou pra me ouvir o quando ela acreditava em mim, vi o quanto nada que eu falasse mudaria algo, por que eu a amava e ela me amava, e nosso amor era mais forte que qualquer coisa. 

- Quero me casar com você. 

Ela me olhou assustada e receosa, como se não tivesse acreditado no que eu dizia. Então fui mais claro ainda. 

- Você quer casar comigo? 

Seu rosto ainda ficou confuso por alguns instantes mais depois ela sorriu e me abraçou. 

- Casar? 

- Casar! Mas com amor dessa vez. Com outro Luan. 

- Eu quero me casar com você. Com esse Luan que tenho aqui agora. - Ela pegou na minha mão e beijou, secou meu olho e eu fiz o mesmo com o dela. Estávamos emocionados.

- Você vai se casar agora com o Luan que você merece, o que Luan que é doido por você. - Acariciei seu rosto e beijei ela com amor. 

- Eu sempre te amei, e eu queria te dizer algumas coisas mais... - Ela secou lagrimas. - Todos esses meses... Eu só me sinto completa com você. 

- Não precisa falar amor, eu sento seu amor, como sei que sente o meu. Vamos enterrar tudo! - Abracei forte ela. 

- Vamos! - Disse sorrindo lindamente e enxugando as lagrimas. 

- Tenho uma coisa pra você! - Peguei no meu bolso uma caixinha com o anel de noivado que tinha comprado pra ela. Eu não queria parar de mimar ela nunca.

- Não precisava disso... 

- Mas quero fazer tudo como você merece! - Sorri pra ela e coloquei em seu dedo um solitário.

- É lindo! - Ela sorriu olhando pra ele e depois me agradeceu, enchendo de beijos. 

Passamos o resto da manhã sonhando com o casamento dos sonhos, e então pedi pra ela voltar pra casa. Só que Rodrigo estava viajando e como ela tinha que conversar com ele acabamos combinando que ela continuaria na boate até ele voltar. Mas assim que ele voltasse, ela voltaria pra onde nunca devia ter saído: pra perto de mim.

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