terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Capítulo 57

Não deu 14h00 e ele já estava na boate. Carlos levou ele até meu quarto, onde terminava de colocar meu brinco. 
- Tenho um surpresa pra você! - Já chegou dizendo com um embrulho de presente. 
- Meu Deus... - Ri e peguei, enquanto ele fechou a porta. - Luan, não precisava.
- Você vai amar! - Ele sorriu e pegou o pacote pesado e grande da minha mão. - Mas é lerda, então eu mesmo tenho que abrir. - Colocou uma sacola da cama e sentou ao lado, já rasgando o papel e revelando um aquário pequeno, com algumas plantas e decorações. 
Olhei pra ele assustada e ri, pegando na mão.
- Não acredito! 
- Gostou? 
- Obrigado! - Abracei ele. 
- Vai lá botar água pra gente!
Peguei o vidro e sai em direção ao corredor. Tinha um filtro de agua na temperatura ambiente, e logo voltei ao quarto. 
- Onde você vai colocar ele? 
Escolhi um lugar no meu criado mudo e Luan veio atras com a sacola. Tirou dela dois saquinhos, cada um deles tinha dois peixinhos pequenos e coloridos. 
- São da espécie Guppy. Não crescem muito, por causa do pouco espaço e são todos machos, por que esse peixinho aqui gosta de safadezas e não queremos surpresas... - Ele riu enquanto me ajudou a colocar eles dentro do aquário. 
- Luan! - Bati no braço dele. 
- Ué, o moço que vendeu que disse que eles são bons reprodutores. - Revirei os olhos enquanto ele ria e olhava os peixes com o mesmo olhar encantado que eu.
- Fico lindo! - Olhei sorrindo. - São bem coloridos... - Sorri pra ele enquanto olhava. 
- Sabia que ia ficar me olhando com esse sorriso lindo! - Abracei ele.
- Eu amei, obrigado. 
- Não tem de que peixinha! - Ele riu apertando meu nariz. - Tenho um convite pra você! 
- Convite? 
- Quer jantar na minha casa hoje? 
- Jantar? Mas eu tenho que trabalhar. - Fiz careta.
- Ah, vai por favor, conversa com o Rodrigo, pede folga pra ele. 
- Ele não é meu patrão!
- Então está resolvido... Comunique ele que hoje você vai pra minha casa! Agora vamos que já estamos atrasados. 
- Onde vamos?
- Surpresa! - Ele sorriu saindo e logo já estávamos no carro, andando pelas ruas de SP. 
Não demorou muito e saímos da cidade em direção a uma das cidades da região metropolitana. Ele entrou numa trilha de terra e paramos na frente de um portão alto num propriedade rural. 
- O que é isso? - Foi então que vi o letreiro acima do portão. 
Era um orfanato. 
- Um lugar que eu tenho vindo desde quando você me deixou. - Ele parou o carro e me olhou sorrindo. - Eu... 
- Não precisa explicar! - Falei logo, vendo que não era fácil pra ele.
- Meu terapeuta recomendou, e eu vim. No começo por que ele disse que me faria bem, eu ia pensar no nosso filho de outra forma, mas depois eu me encantei, esse lugar me faz bem. Reformamos o sitio a pouco tempo, venho aqui pelo menos duas vezes por mês, passo o dia, brinco com as crianças, e hoje prometi que ajudaria na plantação da horta nova! - Ele sorriu lindamente me olhando e eu estava encantada com sua palavras. - Pensei em te trazer pra ajudar também, mas se não quiser, pode fazer aquele seu bolo de chocolate enquanto eu fico com ele! Ou se quiser a gente pode ir embora! 
- Claro que não! - Abri um sorriso. - Isso é lindo Luan e eu quero ajudar sim. 
Ele sorriu e desceu do carro. Abriu o portão com uma chave e logo voltou, entrando com o carro. O lugar era lindo, muito bem feito. Ele apontava com orgulho pro campo de futebol, pro parque e pra grande casa a nossa frente, dizendo que tinha até ajudado na reforma. Explicou que mais a baixo tinha um pomar e o espaço pra horta. 
- Cadê as crianças? 
- Aqui são quinze, pequenas. Elas estudam de manhã e agora, depois do almoço, devem estar terminando a lição. Vamos lá! 
Ele pegou em minha mão e me guiou até a porta dos fundo. Encontramos uma mesa grande com todas as crianças estudando. Elas ficaram tão felizes em ver e ele se aproximaram pouco a pouco, brincando. Ele sabia o nome de todos e perguntava por alguma coisa, como se um dos garotos tinha conseguido terminar um desenho. Ele participava da vida daquelas crianças e eu estava encantada com aquilo. Me estendeu a mão e me apresentou pra eles e pros dirigentes do lugar, duas mulheres e dois homens, que me receberam bem e então ajudamos a terminar os estudos pra poder começar a horta. Os rapazes que cuidavam do lugar já tinham deixado tudo pronto e Luan foi conversar com eles, enquanto eu fiquei com Lara, uma das mulheres. 
- Ele foi muito bom pra gente... - Ela sorriu vendo eu olhar pra ele. 
- Ele me disse o contrario. - Sorri pra ela. 
- Ele nos contou a historia do filho de vocês, eu sinto muito. 
- Era pra estar do tamanho de muitas dessas crianças... - Disse olhando Luan pegar um menino de uns dois anos no colo e depois se sentar com ele no colo em volta das locais já preparados pra horta. 
Os três mostraram pros pequenos como se fazia e eles ajudavam em tudo. Era lindo o sorriso dele ali, parecia estar em casa, a vontade. Quando seu olhar cruzou o meu, ele me chamou e fui em sua direção. Agachei ao seu lado e pedi pra ele me ensinar, e assim ele fez, então descobri que plantei um pé de alface. Fiquei rindo e achei aquilo demais. Depois da plantação, Luan que tinha sentado no chão estava todo sujo de terra e eu ria dele reclamando de brincadeira, pois seu sorriso mostrava o quanto ele estava feliz. 
- Eu não me sinto o Luan Santana aqui. - Ele me olhou e disse baixo enquanto caminhávamos de volta pra casa. 
- E isso é muito bom. 
- É, é sim. Eu fico triste por outro lado. Já são crianças grandes, a maioria tem cinco anos, e não é todo mundo que quer da idade deles... Cada dia que venho aqui eu sei que as chances deles diminuem. 
- Mas eles tem anjos aqui, não estão sozinhos. - Sorri confortando ele.
Logo em seguida fui com Lara e Roberta fazer bolos de chocolate e Luan seguiu com os dois rapazes pro campo para brincar com as crianças. Conversei muito com elas, disse que queria voltar e perguntei muito sobre Luan. 
- Ele chegou aqui meio inseguro, mas a gente mantém esse segredo e ele se apaixonou... Ele está muito mais feliz agora, do que a um ano atras. - Uma delas disse meio sem graça. - Ele nos contou que estava se separando e a lembrança da perda do filho estava ainda mais viva... 
- Foram tempo difíceis... - Disse batendo uma das massas. - Ainda é, mas acho que a gente vai se recuperando aos pouco. 
- Estou feliz de te ver aqui com ele. - Roberta, a mais tímida, sorriu.
- Vai me ver muito ainda! - Ri.

Todos se juntaram pra comer e se lambuzamos com o bolo. Luan era o mais criança e podia ser facilmente confundido com os pequenos de bocas sujas de chocolate. Mas quando deu 18h00 eu disse a ele que precisávamos voltar e nos despedimos de todos com Luan prometendo que me traria de volta. Luan me deixou na porta da boate dizendo que voltava pra me pegar depois que tomasse banho. Combinamos por volta das 20:00 e eu tinha que me arrumar rápido. 
- Muito obrigado por ter ido lá comigo e amado tanto minhas crianças. - Ele sorriu sincero. 
- Eu que agradeço você pela tarde incrível! 
- Tenho uma coisa pra você ainda! 
- Não Luan! - Ri tentando sair do carro mas ele puxou meu rosto e me deu um daquele beijos que só ele sabia. 
- Pronto! - Disse selando nossos lábios. - Agora pode ir. 
- Até daqui a pouco! - Sorri pra ele sem graça e sai correndo pra dentro. 

Comentários identificados podem te dar uma homenagem também e impulsionam a fanfic.

6 comentários:

  1. esse cap me deixou tão feliz *-* tava precisando e me deixou mt surpresa também!! estou ansiosa pelo jantar cont !!
    Bruna Martins

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  2. Ownt ,ameiii esse capituloo ,ficoou perfeitoo !
    Quero nem imaginar o que o tal Rodrigo vaii dizer ..

    @Jamile_LuanS

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  3. capítulo perfeitooooo. cada dia mais apaixonada por essa fic. ta maravilhosa juu. quero maaaaais
    Bruna Novaes

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  4. Ainda bem que todo esse sofrimento fez com que o Luan se tornasse uma pessoa melhor.. Ficou ótimo, ju! Sua criatividade me impressiona cada dia mais! Continua..

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  5. eu acho que o rodrigo n vai deixar ela sair,tomara que ela volte pra ele logo se não este rodrigo vai dar problemas viu continua
    cátia

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