Capítulo 52

POV Luan. 

Depois do fim de semana cheio de emoções voltei pra casa na segunda. Estava com saudades da minha família - que me receberam encantados pela canção - e de Natália, já que com ela eu não tinha falado durante a viagem por telefone. Mandei as flores que ela amava pra ela no domingo, mas não assinei e rezava pra ela saber que era minha, mas estava achando que não sabia, por que não me ligou. Mas eu sabia o que iria fazer: queria ver ela.

Quando cheguei na boate quase na hora de seu show, pensei até que estava atrasado. Por ser segunda, não tinha muita gente, então me sentei em uma das mesas perto do palco. O local era bacana, com algumas mesas, espaço pra dançar, o palco e um bar legal. Mas eu não gostava dali por que minha menina estava dançando naquele palco, simples. Mas era isso que eu tinha pra agora, e era pegar ou largar. 

Quando ela saiu, todos os olhares se concentraram naquela mulher. Ela tinha um posse imponente, segura, e aquilo fascinava todos debaixo do conjunto de renda verde escuro, que contrastava com sua pele clara. E um corpo incrível, claro. 

Natália era boa demais nisso, tinha que confessar. Dançava linda e sensualmente, de cair os queixos e deixar qualquer um morrendo de desejos. E eu é claro que não era imune a ela, que me viu de lá de cima  e me lançou um olhar significativo. Sorri tentando desviar um pouco o olhar do corpo dela e disfarçar, mas não era muito fácil. Não conseguia tirar os olhos dos seus quadris que rebolavam ritmadamente. Agradeci por ter uma mesa cobrindo meus quadris, por que se não eu ia ficar realmente muito constrangido. 

Eu nem percebi quando acabou, por que ainda estava meio hipnotizado por ela, e os quase 30 minutos que ela ficava naquele palco pareciam segundos de tão rápido que passaram. Pedi uma bebida e tentei respirar um pouco antes dela aparecer, o que não demorou pra acontecer. Ela se sentou na mesa, na cadeira próxima a mim.

- Obrigado pelas flores! - Deu um sorriso enigmático. 

- Achei que não fosse adivinhar! - Ri. 

- Você era o único que sabia. Rosas amarelas não são um pedido comum nas floriculturas. 

- Você tem razão, liguei em 3 até encontrar! - Gargalhamos. 

- São lindas! 

- Fico feliz que tenha gostado. O que vai beber? - Perguntei olhando fixamente pra ela. 

- O mesmo que você. 

- Mas você nem sabe o que é! 

- Não importa! - Ela me deu um sorriso provocante e eu queria entende por que quando estava vestida daquela forma Natália sempre parecia estar provocante.

- Por que fica tão soltinha quando está assim? - Perguntei rindo.

- Não sei, me sinto desejada! É bom pra auto estima! - Ela riu. - Por que não para de prestar atenção no meu comportamento e me conta sobre seu ano? 

- Não sei se é bom! - Sorri. 

- Então me conte sobre seu próximo DVD.

- Já que tocou no assunto, o convite está feito. 

- Eu agradeço, mas vou pensar. 

- Como você sabe? 

- Assisti seu show! A musica foi incrível!

- Amaram! Fiquei muito feliz. 

- Você é dedicado ao trabalho, merece o sucesso! Tenho certeza que já está programando o DVD! 

- Sim, vai ser maravilhoso! - Eu amava a forma com ela se importava com a minha carreira, e sempre foi assim, mesmo eu não dando valor. - Vão ter aquelas luzes que... - Contava animadamente os detalhes.

Conversamos sobre tudo. Contei sobre meu ultimo mergulho no Havaí e sobre sobre os planos de visitar um lugar que cuida de animais incríveis na Austrália. Ela, sempre parecia muito interessada, e eu não sabia como tinha perdido essa oportunidade. Contou que viu um documentário sobre um peixe exótico e eu ri dela imitando ela, enchendo a boca de ar e juntando os lábios. Parecia tão natural, que eu senti que quebrava seu gelo a cada visita. Estava muito empolgado com nossos encontros e muito confiante. Mas tinha alguém que não estava nem um pouco contente: Rodrigo. 

Assim que Natália se retirou quando estava quase fechando eu fui até o estacionamento pra pegar meu carro, mas encontrei ele por lá. 

- Luan Santana! - Foi um pouco arrogante ao trombar comigo.

- Boa noite Rodrigo! - Olhei serio pra ele. 

- Veio quebrar o coração da minha dançarina? - Ele tinha um sorriso sínico. 

- E o que você sabe sobre nossos problemas? - Pensei em arrumar uma briga com ele, mas temi por Natália na mão daquele cara e resolvi tentar fingir que não importava.

- Sei o quanto ela chegou decepcionada com o marido... - Ele era asqueroso e suas palavras saiam como alfinetes. 

- Acontece que é problema meu e dela! - Sorri, entrando no jogo dela. - Boa noite!

Entrei no carro e sai dali com raiva, cantando pneus. Mas parei ali perto e respirei fundo. Minha noite tinha sido incrível, e eu não ia deixar ele estragar o meu avanço, conclui sorrindo enquanto voltava pra casa.

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