Capítulo 51

Minhas folga passavam rápido demais e logo eu estava na estrada de novo. Era minha renovação pra poder voltar cheio de vida pros meus planos, mas eu não estava gostando nem um pouco de ficar longe com essa historia de Rodrigo. Algo me dizia que eu ia ter problemas com aquele cara, e isso não era nem um pouco bom. Meu instinto sabia que ele ia sair pior que a encomenda e estava já me preparando pra isso.

Na tarde de sábado ensinei a musica pros meninos e decidi que ia tocar no show de noite, num festival transmitido pelo Multishow. Ia ser incrível, eu tinha certeza, e estava muito empolgado esperando pra saber o que todos iam achar. A equipe amou e a gente se empolgou com a expectativa por um novo, e como já tinha gravado no Dudu na noite anterior, depois que sai do Douglas, estava tudo certo. O medo bateu, de expor minha situação, mas eu sabia que não podia fraquejar e pra isso, lembrava das palavras de Natália.

Super empolgado e ansioso fiz o show todo com muita energia. Mal esperava hora de anunciar a surpresa e ver a reação das minhas fãs e do publico em geral. Mas quando acabou o momento calmo e romântico eu parei e todos fizeram o mesmo.

- Eu tenho uma surpresa pra vocês hoje.

Minhas fãs começaram a gritar e eu sorri.

- Faz quase três anos que eu tive uma decepção muito grande na minha vida. Eu sai uma noite... - Parei, deixando minha consciência pesar. - Eu sai pra trabalhar no estúdio e Natália ficou em casa. E naquela noite, ela passou muito mal e perdeu nosso bebê, que nasceria em poucos meses. Mas quando falam que os pais não precisam ver, ter no colo, pra amar. E isso é verdade. Foi muito difícil pra mim e Natália superar, e acho que ainda não conseguimos, ou melhor, nunca vamos conseguir. E nesse ano que se passou, eu pensei muito nisso e meu anjo me deu inspiração pra um musica. - As lagrimas escorriam pelo meu rosto enquanto todos olhavam atentamente. - Essa é pra você meu filho! 

Então comecei a cantar com toda a minha alma, do fundo do meu coração aquela musica. 

Quando terminei, me levantei, e agradeci enxugando as lagrimas os aplausos e gritos. Natália tinha razão. aquela reação foi como uma lavagem de alma e acabou por eliminar tudo que mais me atormentava.

POV Natália. 

Estava assistindo o show do Luan antes de subir ao palco da boate. O show em festival sempre começava cedo e naquele dia, por ser sábado, entraria tarde na boate. Sentia saudades do show dele, então aproveitei que Bruna comentou que seria transmitido e aproveitei. Mas, assim que ele começou a falar sobre nós e nosso filho, eu me surpreendi e também me emocionei. Ver ele tão vulnerável nesse assunto era mais uma novidade e estava curiosa pra saber a resposta que as pessoas dariam pra musica que era do meu bebê. Mas de uma coisa não tinha duvida. A musica foi muito bem aceita como pensei que seria e sabia que Luan merecia aquilo por ser tão dedicado, e meu filho também. 

Quando Rodrigo me chamou, limpei as lagrimas, retoquei a maquiagem impecável que aprendi a fazer, coloquei minha mascara e fui trabalhar, desligando a TV.

Acordei tarde sentindo cheiro de comida. Me arrumei e sai pra almoçar, me reunindo com o resto das meninas. Durante a tarde arrumamos a boate da noite seguinte, animadas, hoje era folga e a maioria das meninas ia sair. Eu ficaria vendo TV ou dormindo, mas estava rindo com elas mesmo assim, quando o segurança da boate chegou com um buque lindo de flores e rindo.

- Que isso Carlos? - Ri. - Está querendo conquistar quem?

- Ninguém! Mas alguém está! - Ele sorriu e estendeu as flores pra mim.
Fiquei extremamente surpresa e sorri. Era lindas, uma das que eu mais gostava, rosas amarelas. Todas as meninas ficaram em volta curiosas e me pediram pra abrir o cartão. Depois de passar a cara de boba, mas ainda encantada, já que a muito tempo não ganhava flores, procurei o cartão. Mas não havia.
- De quem é menina? - Uma delas perguntou.
- Não tem cartão. - Olhei as flores e lembrei que pro meu casamento com Luan usei um buque parecido.
Me lembrava claramente da cena dele apontando um buque de rosas vermelhas quando te mostrei aquele. Ele estava por pressão da mãe me ajudando com as coisas do casamento e então lhe disse que rosas amarelas eram as minhas preferidas.
- Não sabe de quem é? - Outra questionou.
- Sei, sei sim. - Foi automático o sorriso brotar em meu rosto.

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