Capítulo 16

Depois que pousamos o pai veio nos buscar. Ficamos muito tempo lá com eles. Estava com saudades, e prometi que viajaríamos na próxima folga maior pro pantanal, todos em família. Assistimos filme com a Bruna e rimos muito das suas graças dizendo querer um amor.

- Você ta rindo ai por que está muito bem casado Luan! Eu vou ficar pra titia! - Fazia drama e eu e Natália gargalhamos.

- Meu Deus que drama! - Reclamei.

- Alias, nem pra titia né? Cadê meus sobrinhos? - Reclamou fazendo bico e eu ri, mas senti Natália ficar um pouco tensa e eu pensei em nosso filho.

- A gente não tem pressa, estamos treinando não é amor? - Tentei lhe passar confiança e pra isso ri.

- Se depender de você fica treinando pra sempre.

Joguei uma almofada nela e depois levantei me espreguiçando. 

- Vamos amor? - Ela assentiu. - Estou muito cansado, acho que vou dormir dois dias...

- Não pode, amanhã tem show. - Natália riu e se levantou pegando as nossas coisas em cima da mesa.

- Se ferrou. - Bruna riu e eu reclamei. 

- É né? Por que alguém tem que trabalhar! 

- Reclama menos Luan. - Natália riu. 

- Está afiadinha hoje né? - Peguei na sua bochecha, apertando. Depois sentei de novo colocando o tênis. - Deixa só você comigo, fica ai achando que manda. - Rimos. 

Nos despedimos da Bruna e dos meus pais e depois fomos pra casa. Cheguei, tomei um banho e me joguei na cama enquanto Natália fazia o mesmo. Ela saiu já de pijama e eu desliguei a TV enquanto ela apagava a luz e entrava em baixo das cobertas. 

- Tudo bem? - Perguntei acariciando seu rosto.

- Sim.

- Fico triste com o que a Bruna disse?

- Um pouco, por que lembrei dele, mas é isso, nada demais.

- Eu sei que não é um assunto muito conversado, mas... - Ela não me olhava. - Olha pra mim. Eu não quero te ver triste. 

- Sem problemas, ta tudo bem. 

No dia seguinte eu fui sair logo cedo. Tomei café com Natália e logo depois a equipe chegou. Ela me ajudou a levar as coisas pra sala e então chegou a hora de se despedir. 

- Coloquei remédios na sua bolsa e está tudo certinho, do jeito que você sabe. Não vai precisar de nada, mas se precisar o Rober ta ai pra isso. 

- Eu sei, eu viajo a anos amor, eu vou ficar bem. 

- Se cuida, por favor. - Ela me abraçou forte e eu retribui. 

- Qualquer coisa vai na casa dos meus país e me liga. 

Nos beijamos e depois terminamos de se despedir. Deixei ali meu coração, e não sabia como reagir a isso, depois da viagem tudo parecia mais intenso. Passei na casa dos meus pais e despedi deles também. Depois seguimos rumo a estrada. 

Logo estava no camarim arrumando meu cabelo e escutei Rober entrar rápido.

- Donzela escolhida!

- Ótimo, fã? - Perguntei o olhando pelo espelho. 

- Sim, e linda. Bem seu tipo... Vim mesmo te perguntar. Você quer que eu chame el...

- Não. 

- Ah, tudo bem, mas e linda viu? - Ele riu.

- Tudo bem, acredito em você.

- Quer?

- Não, não estou a fim. 

- Luan não está a fim. - Ele riu zoando.

- Cara... - Me virei pra ele. - Eu estou amarrado, isso sim.

- Luan, olha o problema que vai arrumar. Todo mundo acha que a Natália é sua vida. 

- Ai que está Rober, ela se tornou minha vida assim do nada.

Ele ficou me olhando por longos segundos.

- É serio?

- Sim.

- Bom, pensa por um lado... É sua esposa. - Ele riu.

- Engraçadinho. 

- Verdade!

- Acontece que eu não consigo mais conviver com a minha consciência. Eu fui um idiota esse tempo todo. E ainda tem essa historia do bebê.

- Bebê? Natália está gravida?

- Não Rober, esquece isso. Deixa pra lá.

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