Capítulo 6

POV Natália.

- Você só sabe reclamar, de tudo! - Ele gritou entrando no banheiro.

- Eu não estou reclamando. 

Era ante-véspera de Natal e nós estávamos brigando de novo. Achei que wle havia melhorado, já que passou a noite abraçado comigo, e cai na besteira de dizer, ao acordamos, que gostava mais dele daquele jeito, carinhoso. Ele se exaltou, claro.

- Só queria saber o que mais que você quer de mim. - Saiu falando alto, inconformado enquanto eu ainda estava deitada na cama chorando.

- Eu não quero nada de você! 

- Te dou tudo Natália, tudo! Nossa casa é perfeita, você pode ir pra onde quiser com seu carro, tem conforto, qualidade de vida, te cubro de jóias, você tem carta branca pra compras as coisas que quiser e usar meu dinheiro como quiser. Eu não reclamo de nada, nada. Mas você não está satisfeita! Nunca está! 

- Eu não quero seu dinheiro Luan, quero seu carinho! Estou pouco me importando com o que o seu dinheiro pode pagar, o que eu quero não se paga com ele.

- Sinto muito, mas eu já te falei mil vezes que não tenho tempo pra ser carinhoso com você. 

- Tem pra ser com as outras, não é?

Quando ouviu isso, ele veio pra cima de mim e me sentou, puxando pelos braços. 

- O que você está dizendo? 

Assustada, tentei recuar, mas ele não deixou. 

- Vamos, seja mulher e diga o que está dizendo. 

- Estou dizendo que você não passa de um cafajeste. 

Seus olhos demostravam raiva, e num ato inesperado, ele acertou com força um tapa no meu rosto, mas assustado com sua reação, me soltou e depois de me olhar por alguns segundos, saiu batendo o pé. 

Eu não estava acreditando naquilo, e sem reação, passei as mãos pelos meus braços, que tinham uma marca de seus dedos. Meu rosto com toda certeza ficaria marcado e comecei a pensar em como esconderia aquilo de sua familia, com quem nos encontraríamos pela noite. 

Só depois me lembrei que aquilo não tinha importante. Assim seus familiares saberiam o homem que ele realmente era. Pensei em juntas minhas coisa e ir embora, de vez, mas não tive coragem. O amor não me deixou, mas aquele tapa não deixaria só marcas na minha pele, mas no meu coração também. 

A verdade é que eu também não tinha como ir embora. Não tinha dinheiro, não tinha emprego e nem nada, e o mais importante, não tinha pra onde ir. Vivia com Luan desde muito nova, e ele não me deixou fazer nada. Me mantinha em casa e assim não era independente. Mas Deus não me deixaria. Se tinha algo que não ne faltava, era fé.

Luan chegou quase na hora marcada com seus pais. Tomou banho e me olhou com olhar de culpa quando me viu arrumando as malas. 

- Posso falar com você? - Perguntou.

- Não tem como agora, estou arrumando nossas coisas e está em cima da hora. 

- Tudo bem, a noite então? 

- Claro. - Não olhei ele. 

- Meus pais estão chegando, vai demorar? 

- Não. - Fechei a mala. - Acabei, só vou fechar a casa. 

Ele saiu me ajudando a fechar tudo e quando estávamos terminando ouvi a buzina do seu pai. Luan pegou as malas e então sai de casa o acompanhando. Cumprimentei seus pais dentro do taxi e fomos até o aeroporto, onde pegamos o vôo até Londrina.

Assim que chegamos ajudei Mari a guardar as compras que fizemos no mercado antes de ir a chácara e fui instalar nossas coisas no quarto que era de Luan. Não havia levado muita coisa, só alguma trocas de roupa. Luan tinha saido com o pai pra ver o condomínio e aproveitei pra tomar um banho e descer pra ajudar com o jantar. Por hoje seria só nós quatro, o resto da familia chegaria na pela manhã. Quando sai do banho, já pronta, Luan estava entrando no quarto. Ele me deu um beijo e pediu pra conversar depois do jantar. Não neguei. E assim foi, não tive saída, logo depois que ajudei sua mãe com a cozinha, ele me colocou contra a parede.

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