Capítulo 22

Ele me botou no colo, acariciou meu rosto e meu cabelo, beijou minha testa e me deixou chorar. Deixou que botasse pra fora o que sentia para limpar meu coração. Quando estava mais calma, deitada em seu peito no sofá da sala, ele me sorriu e perguntou o motivo do choro. 

- Você sabe que eu estou aqui com você, sei que errei mas eu quero ser seu melhor amigo além de marido. Quero te ajudar. 

Entre algumas lágrimas, contei a ele tudo sobre o telefonema. 

- Por que não tenta de novo? 

- Pra ela desligar na minha cara? 

- Amor, ela é sua mãe, eu sei que sente falta dela, mas não acho que mereça sua ligação. - Disse sincero. 

- Mas é minha mãe. 

- Eu sei disso, mas ela te abandonou. Agora não entendo por que sente falta dela e não sente do seu pai.

- Foi diferente. Ela não aceitou, mas ela não me xingou. Meu pai me disse coisas horríveis. 

- Bom, se fosse minha filha, não que eu saiba muito sobre isso, mas eu acho que não aceitaria fácil também, mas não mandaria embora. Ele errou por que te colocou em risco. Te colocou pra fora e você viajou pra chegar aqui, sozinha.

- Eu sei, eu não consigo o perdoar ainda.

- Olha, eu não acho que deva, mas se quiser, se for te fazer melhor, podemos ir até sua casa e falar com sua mãe. 

Arregalei os olhos, não tinha pensado nisso antes. Não sabia o que responder e Luan percebeu. 

- Quer ir? 

- Não sei. 

- Tudo bem, quando você quiser, nós vamos. Eu... 

- Diga. 

- Sinto muito pela forma que tudo aconteceu conosco. 

- Não foi culpa sua, já te disse isso. 

- Acho que foi sim. Mas passou né? - Ele deu um sorriso de canto. - Eu te amo muito! 

- Eu te amo mais! - Abri meu sorriso mais lindo pra ele. 

Depois te toda aquela conversa, Luan não me soltou mais. Passamos o dia todo deitados, juntos, assistindo TV e no fim da tarde ainda pulamos na piscina. Rimos muito e conversamos sobre muitas coisas boas. Ele soube me distrair. 

POV Luan. 

Natália dormiu logo e eu também estava cansado, mas tinha que resolver alguns problemas da viagem. Eu tinha planejado tudo exatamente da maneira que eu queria para surpreender ela. Já que não tivemos Lua de Mel, aquela seria a nossa. 

Entrei na internet e acertei os últimos detalhes. Anotei como importantes como horários e tudo mais, além dos trajes apropriados e fiz nosso roteiro. Mas deixei espaço pra escolhas de Natália, já que não conhecia muito seus gostos e eles sempre me surpreendem. Quando chegássemos lá, ela escolheria tudo que quisesse fazer. 

Lembrei ainda que tinha que convidar Natália pra uma premiação naquela semana, antes de viajar. Seria a primeira vez que ela iria comigo e eu estava bem animado. 

Decidi então fazer uma outra surpresa. Sai correndo e passei no restaurante preferido dela. Comprei sua comida preferida e voltei pra casa depois de passar numa padaria também e comprar um doce pra minha princesa. 

Estranhei ao ver que ela ainda dormia depois que arrumei nossa mesa do jantar. Subi e achei melhor acordar ela. 

- Amor. - Beijei seu rosto e ela logo se mexeu na cama. - Amor, minha princesa, está na hora de acordar. 

Ela abriu um sorriso ainda sem abrir os olhos e passou a mão pelo meu rosto. Me aproximei de seu pescoço e passei minha barba ali. Ri vendo ela se encolher e pegando meu rosto para que eu não afastasse.

- Estou sonhando? - Riu. 

- Não. - Sorri. - Quer dizer, não mais, por que sei que estava sonhando comigo. 

- Convencido! - Ela abriu os olhos e pude ver aquelas coisas mais lindas. 

- A comida está na mesa, toma um banho e desce que eu vou terminar de servir a gente. - Sorri. 

Logo estávamos comendo e então a convidei pra ir na premiação comigo. Pude ver o brilho em seus olhos e seu lindo sorriso que se formou. Eu não sabia como tinha passado tanto tempo sem admirar aquela mulher.

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