Depois de mais um sucesso de shows, cheguei no hotel um pouco agitado ainda, pela euforia do palco, mas Natália estava visivelmente caindo de sono, desacostumada da correria. Não demorou pra tomar um banho e cair na cama, coisa que eu também fiz, mas ao contrario dela que dormiu em segundos, velei seu sono a noite toda.
Mas, ao vê-la tão serena, comecei a pensar em nós dois, mas principalmente no quanto as coisas tinham sido difíceis pra mim logo quando descobri a gravidez de Natália.
01 de Abril de 2015.
O sol brilhava forte, mas a temperatura estava razoável. A poeira levantava conforme minha Ferrari em alta velocidade passava pelo chão de terra. Não tinha nada melhor pra recuperar as energias do que sair pelas estradas sem destino. E olha só! Acabei encontrando pelo caminho um rio, no meio das estradas de terra do interior de São Paulo, ali perto de casa mesmo, mas fora da região metropolitana. Havia saído cedo, e então me preparei pra retornar, já que o sol ameaça se por. Com o radio ligado, fiz o caminho de volta, mas, ao parar pra esperar o portão do condomínio abrir, uma louca se atirou na frente do meu carro.
- Meu Deus! - Puxei o pé que estava prestes a apertar o acelerador.
Com toda a certeza era uma fã e me preparei pra dar uma bronca nela, que podia ter sido atropelada, mas percebi que a garota chorava e me olhava assustada.
- Você ta bem moça? - Botei a cabeça pra fora e ela veio até a janela.
- Lembra de mim? - Me assustei com a pergunta e fixei seu rosto.
Não sabia seu nome, mas sabia que a mais ou menos um mês ela estava na minha cama do hotel.
- Lembro, lembro sim linda! Cadê seu celular pra gente tirar uma foto?
- Não é isso que eu quero.
- O que é então? - Ergui a sobrancelha.
- Eu preciso falar com você. - Era só o que me falta, mais uma no meu pé.
- Olha amor, é que eu não posso agora.
- Eu preciso agora. - Ela estava muito assustada.
- Fala então.
- Não pode ser aqui.
- Então não podemos conversar.
Ela bufou e então se aproximou de mim.
- Estou gravida.
Todos os meus músculos do corpo pararam e eu levei o maior susto da minha vida.
- O que?
- É isso mesmo que escutou.
Lembrei daquela noite, da empolgação, e sabia que não tinha me prevenido.
- Entra no carro.
A garota deu a volta enquanto eu destravei as portas e fiquei mentalizando as únicas palavras que vinham em minha cabeça.
Eu me ferrei.
Eu me ferrei
Eu me ferrei de novo.
Eu me ferrei mais uma vez.
Assim que ela entrou, avancei com o carro cantando pneus. Vi que a garota chorava e então aquilo foi me irritando até a casa.
- Para de chorar ta bem! Não vai adiantar agora! - Quase gritei e ela ficou em silencio, se encolhendo no banco.
Assim que virei a rua de casa comecei a rezar pra meus pais não estarem em casa, mas o carro do meu pai estava lá na frente. Parei logo atras dele e então respirei fundo.
- Como que isso foi acontecer meu Deus! - Ela nem respondeu. - Isso é serio mesmo?
- Você acha que eu estaria aqui se não fosse? - Rosnou.
- Vem, vamos entrar.
Sai do carro e esperei ela quando cheguei na porta. Entrei com ela atras e logo meus pais já se assustaram.
- O que houve? - Minha mãe perguntou.
- Mãe... - Comecei a chorar.
- Venham, sentem e se acalmem. - Ela puxou eu e a menina pro sofá e sentamos.
Em segundos, depois de cair em choro, expliquei tudo pros meus pais. Eu sabia que ela não estava mentindo.
- Que irresponsabilidade! - Meu pai começou um briga gigante e eu percebi que ela ficava cada vez mais nervosa.
- O que seus pais falaram? - Minha mãe se dirigiu a moça.
- Eles brigaram senhora. - Ela respondeu rápido.
- Eles sabem quem é o pai?
- Não, não sabem.
- Tudo bem. - Meu pai se levantou. - Acho que temos uma conversa Luan, temos que ir conversar com eles.
- Pai...
- Você não vai fugir, está entendendo?
- Eu não vou fugir pai, só acho que não precisamos falar com eles! Chama um táxi, ela vai e conta...
- Que chamar um táxi o que! - Minha mãe me deu um tapa na testa. - Você vai com ela e seu pai e vão falar com eles sim! Onde você mora querida? - Minha mãe se aproximou e afagou seus cabelos.
- Florianópolis.
Até eu me assustei.
- Meu Deus, onde seus pais estão? - Meu pai percebeu que ela se agitou e desconfiou de algo. - Conta tudo que tem pra falar.
- Eles me mandaram embora de casa. Eu não tinha muita coisa pra fazer, então decidi vir atras de vocês, não queria vir, mas eu não posso cuidar desse bebê sozinha. - Ela chorava muito assustada.
Eu comecei a raciocinar tudo e minha cabeça ia dando nó a cada palavra.
- Você não tem onde ir?
- Eu não tenho emprego, não tenho dinheiro e nenhum parente aqui... Eu não sei o que eu faço.
Meu pai suspirou e então perguntou o que eu mais estava com medo de perguntar.
- Quantos anos você tem?
- Fiz dezessete faz dois meses.
Senti o olhar dele pra mim e então percebi a onde eu tinha me metido. Não olhei pra ela, mas ouvi quando disse que se chamava Natália e meu pai pediu pra ela subir com minha mãe, tomar um banho pra se acalmar e pegar uma roupa da Bruna. Mas assim que elas subiram meu pai veio louco pra cima de mim e comecei a andar pra trás, pela sala inteira.
- Eu vou te matar Luan! Dezessete anos!
- Eu não sabia pai!
- Temos que pedir exame e...
- Podemos pedir, mas eu não acho que precise. Ela está falando a verdade.
- Você sabe o que isso significa né?
- Não consigo pensar ainda!
- Pois então te explico. Vai ter que cuidar dela agora. Ela é sua responsabilidade.
- Ta, tudo bem! Eu vejo um apartamento e ela vai...
- Apartamento? - Ele quase gritou. - Ela está gravida, vai ter que vir morar aqui seu imbecil!
- Pai!
- Pai não Luan, é verdade. Vai deixar ela sozinha?
- Tudo bem, calma! Vamos pensar com calma, preciso dormir, eu preciso tomar um banho e pensar!
Fui me dirigindo a escada e então minha mãe me parou.
- Não, vai levar ela no hospital. Ela está terminando de botar uma roupa e está passando mal, arruma o carro.
- Passando mal?
- Ela está muito nervosa. - Minha mãe subiu e eu fui atras.
Realmente fui sozinho levar ela na clinica do medico da minha mãe e lá descobri que ela não tinha um corpo apropriado pra gestação. Era muito nova, magra e seu corpo apresentaria dificuldades em conduzir aquilo bem. E isso significava uma serie de cuidados que eu devia ter com ela a partir de agora. Mas eu não conseguia acreditar como tudo estava caindo como uma bomba no meu colo.
Eu tinha me mão um problema muito serio, e descobri ainda mais isso quando a fui visitar no quarto de hospedes pra ver se ela estava bem e a encontrei chorando.
- Olha, você não pode ficar assim. - Me sentei a seu lado e fiz carinho no seu rosto. - Você não pode ficar nervosa.
- Eu estou com medo.
- Eu sei, eu também estou. - Me aproximei abracei ela, a aconchegando nos meus braços enquanto deitava com ela.
- Eu não tenho mais ninguém e...
- Tem eu e minha família agora e... - Pensei no que estava falando, mas tinha que acalmar ela. - Eu vou cuidar de vocês, não vou te abandonar.
- Desculpa.
- Não tem do que se desculpar.
- Eu sei que é estranho, mas... Eu não quero perder meu bebê.
- Você não vai. Eu não vou deixar, tudo bem? - Olhei em seus olhos. - Isso é novo pra mim, mas eu te prometo, te prometo com todas as minhas forças que você vai ter essa criança com saúde em nosso braços, tudo bem.
- Promete mesmo?
- Prometo.
Comentários identificados podem te dar uma homenagem também e impulsionam a fanfic.
Lagrimas ! Mds ! Olha menina ! Vc tá precisando escrever um livro, só acho viu !
ResponderExcluirCapítulo perfeito Ju, não vejo a hora de chegar amanhã e ter mais dois ! Uhuuul ! Adoro !
Beijos, Geovanna Soraya
Leitora nova!! Parabéns pela fic, amei cada capítulo e amo histórias diferenciadas como essa.
ResponderExcluirPs: Não tenho hábito de comentar pois leio pelo cel, porém fique sabendo que eu to smp aqui acompanhando viu?! Bjs.
Caroline, @aloucals .
To a cada dia mais apaixonada na sua Fanfic. Continua amor.
ResponderExcluirNossa que pena que ela perdeu o bebe, ela enfrentou muita coisa mais tomara que agora eles consigam ter outro.
ResponderExcluirBeijos continua.
Tem um olho nas minhas lágrimas... Estou sem palavras, sem ar, sem chão... Helpaaaaaaa por favor!!! #LoiraEmPrantos alguém socorre?
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