Capítulo 8

- Nada demais. - Dei de ombros. 

- Claro que é! - Ela pegou meus braços me forçando a virar pra ela. - Tem nos dois. 

- Eu cai. 

- Não, não é queda isso. - Ela estava seria.

Puxei meu braço de sua mão. 

- É claro que é, o que mais seria? 

- Natália... - Ela foi interrompida por Luan, serio parado na porta.

- O que está acontecendo aqui?

POV Luan.

Fiquei olhando Natália e Bruna na piscina. Não gostava muito das duas próximas de mais, por que Bruna era muito sensitiva, e Natália sensível, podia acabar falando demais pra minha irmã ou Bruna mesmo perceber algo de errado. Me distrai alguns minutos e quando vi as duas tinham sumido. Procurei por elas e não encontrei, e quando questionei por Natália pra minha mãe, ela disse que ela estava na cozinha com a Bruna. Sai atrás delas e quando cheguei perto já pude ver que havia algo de errado. Foi nisso que percebi Bruna pegar nos braços de  Natália e e escutei ela dizer que tinha caido e interrompi. 

- O que está acontecendo aqui? 

As duas pararam me olhando e Natália largou o copo no balção e me abraçou, escondendo o rosto. 

- Luan, olha o braço dela. 

- Eu já vi. 

- Mas... 

- Ela caiu Bruna. 

- Mas não parece um...

- O que mais seria? Ela caiu, eu que ainda ajudei ela. Escorregou enquanto saia do banho ontem. 

- Mas...

- Não entendo por que está duvidando. 

- Por nada. - Ela pegou o copo e saiu da cozinha sem graça. 

Acariciei as costas de Natália. 

- Pronto, ela já foi. 

- Me desculpa. - Ela se soltou e me olhou com os olhos cheios de lagrimas. 

- Você podia ter escondido isso. - Falei com calma. 

- Eu tentei, mas você me mandou entrar na piscina. 

- Eu sei, agora já foi, pronto. Só fica perto de mim  agora. 

Ela saiu comigo de mãos dadas e comemos juntos dos meus primos. Natália ficou sentando ao meu lado o tempo todo em silêncio. Percebi que meus primos começaram a estranhar Natália muito quieta, em geral, ela sempre era, mas hoje tudo parecia estar dando errado. Então, também pela consciência, a abracei e perguntei se ela estava cansada.

- Um pouco. - Sorriu pra mim e disse baixo que achei que eles não puderam ouvir. 

Sugeri então que fossemos descansar um pouco para curtir a noite. Natália aceitou e lhe dei a mão, saindo da mesa. Então, no trajeto até a casa, comecei a perceber que todos os homens daquele lugar a olhavam, não se importando nem que estava de mãos dadas comigo e levava uma aliança no meu nome. Enquanto ela seguia seu caminho sem perceber, varri o local observando aquilo e me perguntei se ela era tão bonita dessa forma. Eu a achava bonita, mas não a olhava com o mesmo olhar dos meus familiares homens. Então graças a Deus chegamos dentro da casa e ela soltou a mão. Me assustei, afastando os pensamentos e segui ela até o quarto. 

- Natália, tudo bem?

- Sim. - Ela olhou abaixando a cabeça e procurando algo na mala. 

- Olha, por que a gente não dorme um pouco?

- Acho que devia descer e ficar um pouco com eles, fazem alguns Natais que isso não acontece.

- Acho que vir até aqui foi um grande progresso e podemos ir com calma. - Peguei em seu braço e fiz com que parasse de revirar a mala.

- Podemos dormir um pouco. 

- Tudo bem, vou trocar de roupa. 

Desci as mãos até seu biquíni e ao passar a mão na sua bunda, eu ri pra ela.

- Acho que está seco, não vai molhar a cama. 

- Tudo bem. - Ela riu. Puxei ela até o meio da cama, que ainda estava revirada e tinha o nosso cheiro, já que no amamos a noite toda ali. Me aconcheguei e ela se aproximou. 

- Aqui, você é tão... - A interrompi. 

- Eu sei, mas não precisa falar. Vamos só curtir ta bem? 

Ela se aninhou em meus braços e encaixou seu corpo no meu, de conchinha. Pensei que aquilo não ia dar certo, mas assim que a olhei, depois de alguns carinhos, ela já dormia docemente. 

Podia não ama-lá, mas se uma coisa eu sabia bem era apreciar os encantos de uma mulher.

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