Capítulo 128

No dia seguinte faltava uma semana trás escolas entrarem de ferias e eu resolvi deixar as meninas na minha mãe e sair com Natália procurando escolas. Queria uma que elas pudessem ficar até se formarem, mas ainda mais, que eu tivesse apoio e pudesse contar com eles. Escolhemos um colégio grande até, religioso. Era bom uma formação do tipo pra elas, e como eu e Natália éramos católicos e levávamos as meninas na igreja quando possível, gostamos da ideia. Era grande e muito bem recomendado por alguns amigos que explicaram que a madre que dirigia a escola era muito educadora e prestativa com os pais. Inclusive, Enzo, filho do Dudu e da Bel, estudava ali. 

Fomos recebidos bem por ela e depois de conhecer a estrutura e as propostas, saímos de lá dizendo que tomaríamos uma decisão depois. 

- Gostei demais, e você? - Perguntei pra ela assim que entramos no carro

- Muito! - Ela foi enumerando os pontos bom. 

- A única coisa que eu fiquei meio assim é que é bem maior que o que elas estavam agora. 

- É que lá só tem infantil amor! - Eu dirigia enquanto ela se olhava no espelho. 

- Mas o acompanhamento é diferente. 

- Mas não é ruim. Estudei num colégio como esse e eu adorava. - Respondeu. - Além disso, Enzo estuda ai, na mesma sala que as meninas devem estudar. Vai ser bom pra elas conhecerem alguém.

- Eu também acho, claro! - Respondi. - Então, vamos no outro ou não? 

- Eu acho que não tem necessidade, mas se você não está seguro com a escola eu não ligo amor. - Ela sorriu pra mim.

- Não, eu gostei demais. 

- Essa então?

- Sim. - Sorri. - Pra você? 

- Também. - Ela bateu palminhas e eu ri. - Segunda eu venho atras de tudo. 

- Só chego na terça dessa vez. - Avisei. 

Ia ficar no Rio de Janeiro e gravar um programa. 

- Dou conta! - Ela riu e acariciou meu rosto. - Quero aquele bolo daquela padaria que eu amo amor! 

- Sabia que não estava fazendo carinho atoa. - Eu ri me vendo mudar o caminho de casa. 

Paramos na padaria e ela pediu o tão amado bolo enquanto eu escolhi outro doce. Sentamos juntinhos, e rimos e trocamos caricias enquanto engordamos um pouco. Ela se lambuzou toda e eu ria enquanto pegava e limpava sua boca. De repente, parou e ficou em silencio alguns segundos olhando pro nada. 

- É aniversario da minha mãe hoje. 

Eu não sabia como responder, mas passei um dos meu braços por ela e acariciei seu rosto. 

- Quer tentar de novo? 

- Não. - Ela negou. - Só estou desabafando um pouco. 

- Eu quero que você seja feliz amor. 

- Eu sou! - Ela me olhou assustada e depois sorriu e acariciou meu rosto. - Sou muito feliz. Tenho uma família linda... Só lembro disso as vezes, mas eu tenho consciência que fiz o que pude por nós. 

- Todo mundo tem uma tristeza na vida meu amor. - Acariciei seu cabelo. - Essa é a sua. É algo que não muda sua vida, não faz você deixar de ser feliz, mas te marcou um dia. 

- Qual a sua? - Ela perguntou me olhando serio. 

- Minha tristeza? - Perguntei tentando ganhar tempo pra responder. Mas ela era incrível e não tinha por que não desabafar. - O dia em que você perdeu o bebê. É meu grande trauma. Acompanhado pelo mal que te fiz um dia.

- Esquece isso! - Ela revirou os olhos e eu ri. 

- Vamos esquecer as nossas tristezas então. - Eu ri e beijei seu rosto. - Vamos pra casa minha linda, ainda tenho que viajar.

Passamos na casa da minha mãe pra pegar as meninas e me despedi dos meus pais. Ainda tive que conviver com Tais e seus sorrisos maliciosos, mas eu nem liguei, já que ela mal chegou perto de mim. Minha mãe prometeu que ajudaria Natália com a escola segunda e então fomos pra casa. Arrumei os últimos detalhes e depois de me despedir delas com vontade de ficar, já que ainda não tinha matado a saudade de verdade, eu fui embora meio entristecido. 

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