terça-feira, 28 de abril de 2015

Capítulo 161

A medida que a hora passava eu ficava mais exausta. As dores foram aumentando devagar e logo tive ao meu lado minha sogra, que estava mais calma que meu marido e conseguiu me passar confiança. Depois de quase 4 horas que estava ali, as dores ficaram insuportáveis e a mesma enfermeira veio me examinar. Eu não entendi muito bem o que ela dizia, estava muito estressada e não via a hora daquilo acabar, só conseguia me concentrar nos meus pensamentos e nas minhas dores. As vezes até chorava. Só consegui entender que ainda não era hora. Luan se afastou de mim novamente, se sentando no sofá com seu pai, demostrando clara frustração e muita irritação. 
- Mari! - Chamei minha sogra, que não saia do meu lado e falei muito baixinho. - As meninas não foram assim, eu não estava preparada pra isso.
- Ninguém estava. - Ela acariciou meu rosto. - Mas ela disse que é normal, pode acontecer com qualquer uma, vai passar, a hora vai chegar.
- Não estou mais aguentando. 
- Está sim, vai passar. Estamos aqui com você querida. 
Luan se aproximou e pegou nos meus cabelos e eu fechei os olhos, tentando afastar a dor de um pontada que sentir, e também me concentrar no que ele iria dizer, mas só ouvi sua voz soar nervosa.
- Está sentindo dores faz 4 horas, chorando mãe! - Ele estava preocupado.
- Não podemos fazer nada meu filho.
- Podemos sim! Vou atras do medico, ele faz uma cesária e pronto. Olha como ela está sofrendo! - Ele acariciou meu rosto e eu peguei em sua mão. - Não vou deixar... 
Chamei ele baixinho quando fez menção de sair. Luan se aproximou pra me ouvir e pedi com dificuldade que ele não faz aquilo.
- Vai ser melhor pra você, pensa comigo. - Ele tentava me convencer. 
- Não quero amor... - Choraminguei.
- Natália, eu não aguento mais te ver com dor, chorando. E nem sinal dele nascer. Isso não vai ser rápido, ainda vai durar um bom tempo. Vai ser mais seguro e mais tranquilo pra você e pro Pedrão. Quando ele nascer, você vai estar exausta, nem vai poder ver ele meu amor... 
Me dei por vencida e aceitei. Realmente não estava mais aguentando tudo aquilo. Luan saiu rápido depois de me dar um beijo a procura do médico, que voltou me examinando. Conversou rapidamente com nós dois, explicou algumas coisas que Luan entendeu muito melhor que eu. Ele só me disse que ia ficar tudo bem e eu confiava tanto que nem questionei nada. Começaram a me preparar pra cirurgia, com anestesia e mais um monte de coisas, o que melhor demais meu estado, já que não sentia dor mais, mas de alguma forma também não estava mais completamente consciente, já que o máximo que ouvia era burburinhos que mal conseguia decifrar. Só senti que estava em uma nova sala em poucos minutos e Luan me olhava o tempo todo, sorrindo e segurando minha mão bem forte.
Ouvi choro e abri um sorriso automático. Logo entrou na minha vista o meu menino, já limpo do sangue. Era lindo, e novamente a cara do meu amor. Quando senti sua pele na minha, só consegui sorrir e deixar algumas lagrimas cair. Eu tinha mais um motivo pra viver.
Ao olhar meu marido encontrei o olhar de amor maior do mundo. Sua emoção era clara e contagiante, como a minha. Ele acolheu ele com os braços e não desviou mais o olhar do filho. Ele tinha agora seu tão sonhado menino.

Comentários identificados impulsionam a fanfic. 
PS: Amores, sinto muito mesmo por ontem, não está fácil algumas coisas, relevem por favor?

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