Capítulo 134

POV Natália. 

Toda a minha fase perfeita parecia estar caindo mesmo dias depois de se erguer. Quando eu cheguei na casa dos pais de Luan, deixei as meninas no carro e subi, eu nunca imaginava encontrar a cena que encontrei. E muito menos tudo que viria a seguir. Aquelas acusações, denuncias e explicações de Luan me confundiram. Desci as escadas depois de passar no banheiro e lavar meu rosto. Encontrei Tais se fazendo de vitima pra minha sogra e quase avancei nos cabelos dela, mas eu não ia me rebaixar a classe dela. 

- Natália, até que enfim! - Minha sogra me olhou angustiada. - Você ouviu o que essa menina está dizendo e... 

- Ela vai embora, agora! - Disse firme las me olharam assustadas. 

- Natália, ela está falando algo serio e... 

- Ela vai embora, Luan já me disse que demitiu ela. - Disse olhando pra Mari e me virei pra ela. - Depois você passa no escritório que eles acertam tudo, mas acho que você estava em experiência ainda não é? 

Ela assentiu e secou o choro. 

- Mas é verdade, o seu Luan me... 

- O seu Luan nada! Agora é comigo que você está resolvendo. - Elevei a voz. - Quero que você vá embora agora dessa casa e das nossas vidas. Eu conheço seu tipo querida, e já entendi seu jogo aqui. Não brinca comigo! É bom eu nunca mais ouvir falar de você, por que se trombar com você de novo, as coisas que você fez não vão ficar barato, está ouvindo? Você não me conhece Tais, pra vir aqui, na casa da minha família e achar que é seu território. Está esperando o que pra sumir daqui? 

Ela me olhou paralisada e logo assentiu pegando suas coisas que já estavam ao seu lado e se dirigindo pra porta, por onde saiu correndo sem olhar pra trás. 

Eu suspirei aliviada por ela ter ido, era a confirmação de tudo que Luan disse. Uma mentira a menos pra listinha que ele acabou de me obrigar a escrever. 

- Mas Natália, se ela estiver falando a verdade? E se ela for na policia? - Mari colocou a mão sobre meu ombro. 

- É mentira Mari, por isso ela saiu com o rabinho entre as pernas. Nunca mais vamos ouvir falar dela. 

- Como você...

- Como eu sei? Eu conheço Luan. Convivi com as mentiras dele por anos, e essa não é uma delas. Ele não está mentindo. A senhora entende o que eu estou dizendo, também acreditaria se visse como ele me contou. 

- Eu ainda não entendi nada minha querida! - Ela disse acariciando meu rosto ao ver que eu estava triste. 

- Luan te explica, ele vai dormir aqui essa noite. - Sorri fraco. - Eu nem parei pra pensar nas meninas, cade elas? 

- Estão no quarto da Bruna, mandei elas ficarem quietinhas lá. 

- Eu vou lá chamar elas.

Subi até o quarto da Bruna e chamei as meninas. Elas demoraram até guardar os bichinhos de pelúcia da tia que estavam mexendo e depois saíram me acompanhando pelo corredor. 

- Acordou o papai? - Perguntou Bea. 

- Sim filhas, mas vamos dar tchau por que ele vai dormir aqui hoje. 

- Mas por que mamãe? 

- Ele quer ficar perto do vovô hoje. - Sorri pra elas e abri a porta onde encontrei ele sobre a cama com a mãe, chorando. Rapidamente passou a mão pelo rosto quando viu as filhas e abriu os braços. 

- Tchau papai! - Lau disse toda carinhosa. 

- Tchau? - Ele olhou pra mim. - Espera um pouco e vamos juntos, só vou falar com a minha mãe. 

- Você vai dormir aqui hoje. - Disse enquanto vi ele dar o beijo na outra Ana. 

- O que? - Ele me olhou culpado. - Fiquem aqui com a vovó que papai vai falar com a mamãe rapidinho. 

Ele veio até mim e saímos do quarto, parando alguns metros da porta fechada.

- Minha mãe disse que você acreditou em mim. - Ele falou com calma. 

- Acreditei.

- E por que não quer que eu durma em casa?

- Eu acreditei em você, mas isso não exclui a sua culpa por não ter me contado! - Disse com calma e olhando serio pra ele. - Isso não exclui o tamanho da decepção que estou sentindo nesse momento e muito menos o quanto eu estou chateada com você. 

Ele abriu a boca, mas eu interrompi.

- Não pede desculpas. Eu não quero ouvir. Dorme ai hoje e amanhã a hora que você quiser volta pra casa e não quero mais ouvir falar dessa mulher! Entendeu? - Perguntei firme. 

- Não vai me deixar conversar? - Ele perguntou com a cabeça baixa. 

- Eu já ouvi tudo que você tinha a dizer sobre isso. Se for pra voltar e ficar na minha cabeça com essa historia, nem volta pra casa amanhã! - Falei brava e ele ergueu as mãos pro alto. 

- Tudo bem, calma! Não quer, eu não falo. 

- Perfeito! - Sorri falsamente. - Boa noite. 

Sai andando e quando ia entrar novamente no quarto ele me chamou. 

- E meu beijo? - Perguntou naturalmente. 

- Não vou nem te responder! - Disse seria e ele suspirou. 

Entrei no quarto e chamei as meninas, me despedindo da minha sogra e sai encontrando as duas com o pai. Apressei elas e logo estava saindo daquela casa. Só queria botar a cabeça no meu travesseiro e chorar. 

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