Capítulo 130

No dia seguinte Natália acordou antes de mim e quando levantei ela não estava mais em casa com as crianças. Deixou uma mensagem no meu celular dizendo que sabia que eu ia querer descansar e que ia levar as meninas no pediatra e depois dar uma volta no shopping. Estava com fome, e então encontrei meu almoço pronto. Assim que terminei de comer recebi uma mensagem do Breno dizendo que ia ter uma partida de futebol e me chamou pra jogar. Aceitei, já que não estava afim de ficar sozinho. 

Não deu 30 minutos e eu estava encontrando ele e o Caio no campo do condomínio. Jogamos bola por quase duas horas e depois eu resolvi dar um pulo na casa da minha mãe. 

- Oi filho! - Ela me cumprimentou assim que apareci na cozinha. - Estava jogando bola?

- Estava. - Dei um beijo nela e abri a geladeira pegando água. - Natália e as pimpolhas me abandonaram hoje e eu resolvi ir com os gêmeos. Fazia muito tempo que não via eles. 

- Estou indo visitar uma amiga que está doente, mas eu volto antes do jantar. Qualquer coisa pede pra Tai que ela te ajuda. 

Revirei os olhos. Aposto que ela não se importaria em me ajudar, mas somente se fosse pra tomar banho. Aquela babação de ovo com ela estava me irritando tanto que eu estava odiando muito a menina, e com muita razão. 

- Pode deixar mãe, eu peço pra ela. - Sorri falsamente pra ela. 

Ela saiu e eu resolvi que era hora de enfrentar a cobra e subi pra cumprimentar meu pai. Fiquei feliz ao encontrar ele caminhando bem pelo quarto com as Tais.

- Novinho em folha? - Dei um beijo nele e ele riu se sentando. 

- Quase, quase! Tai está me ajudando muito. 

Eu merecia, só pode. Abaixei a cabeça e ri sem soltar som. 

- Claro que está! - Sorri pra eles. 

Por um momento me ocorreu na cabeça que a única ideia dele amar tanto aquela vadia era que ele devia dar em cima dele também,mas eu logo afastei a ideia ao lembrar que meu pai era tão apaixonado pela minha mãe quanto eu por Natália. A infeliz sabia mesmo conquistar as pessoas e isso me fazia odiar ela ainda mais. 

- Logo eu posso voltar a trabalhar! - Ele comemorou. 

- Pai, não tem por que né? - Disse serio.

- Ué, o medico disse que eu posso...

- Mas não precisa. Eu preferia que o senhor ficasse aqui com a mãe... Podem ir pro Rio viajar sempre, e tem a chácara em Londrina também, além de Campo Grande... Pensa só no que podem fazer. 

- Luan, esquece, eu vou trabalhar. - Decidi não discutir mais.

Fiquei conversando com ele o tempo suficiente para ela me irritar com a presença dela e disfarçadamente disse estar cansado da partida de futebol e disse que ia dormir. 

Cheguei no meu quarto mais tranquilo por não ter mais que ficar no mesmo ambiente e então decidi tomar um banho e relaxar. Tirei a roupa no quarto mesmo e peguei a minha aliança do bolso com zíper do calção e deixei sobre o criado mudo. Eu tirava pra jogar bola e fazer qualquer outro exercício. Entrei no banheiro e deixei a porta aberta, jurando ter trancada a do quarto. Tomei um banho relaxante e assim que me vesti com uma camiseta e uma cueca eu capotei na cama e dormi sem ver mais nada.

Acordei com caricias nas minhas costas, como massagem. Por um momento pensei ser Natália, mas eu não reconheci o toque e despertei assustado virando barriga pra cima. Tais se assustou e cai na ponta da cama, mas depois voltou a me olhar com um sorriso no rosto.
- O que você está fazendo aqui sua maluca? - Comecei a falar alto pronto pra levantar e expulsar ela dali, mas lembrei que estava de cueca e me cobri. - Sai já daqui!

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