Capítulo 105

- Mari! - Chamei ela, me sentando e abraçando ela. 

- Que bom que você chegou! 

- O que aconteceu? - Peguei em sua mão.

- Não sei direito! Ele estava esperando o almoço, só ia pro escritório depois do almoço. Começou a reclamar de dor no peito e então eu liguei pra ambulância. Foi muito rápido, eu não sei! - Ela começou a chorar e eu peguei uma agua, confortando. 

Meu sogro estava recebendo socorros e então tivemos que esperar. Resolvemos não falar mais pra ninguém. Bruna tinha um teste importante e Luan estava gravando um programa. 

- Vai dar tudo certo! - Apertei a mão dela e ficamos mais quase duas horas esperando. 

Quando o medico apareceu, ele estava serio. Sentou e disse que Amarildo agora estava bem. 

- O que ele teve doutor? 

- É muito serio, não vou mentir. Ele teve um infarto. 

Mari ficou nervosa e eu dei água pra ela, ainda assustada. 

- Mas ele está bem agora! Vai precisar de cuidado e vai precisar de uma cirurgia. 

- Pode fazer! - Ela falou na hora. - Eu preciso assinar algo? 

Ele pediu calma e eu segurei ela. 

- Mari, se acalma, temos que ligar pra Bruna e Luan agora. 

- Não quero preocupar eles. 

- Acontece que agora é serio, temos que ligar e avisar o que está acontecendo. - Me virei pro medico pegando o celular. - Qual a urgência da cirurgia? 

- É pra já, mas pode esperar os filhos. É importante eles concordarem e estarem cientes dos riscos e tudo mais. 

- Riscos? - Mari perguntou começando a se desesperar. 

- Mari, se acalma... 

O medico chamou uma enfermeira e ela foi atendida. Tomou um calmante e eu me sentei na cadeira perdida. Não sabia o que fazer agora. Luan estava longe e eu estava nervosa e sozinha. Precisava ficar no hospital, decidir o que fazer e ainda cuidar da minha sogra. Sem contar que tinha as meninas pra pegar na escola. Elas já tinham saído fazia quase 10 minutos. Além disso, principalmente, estava muito preocupada com Amarildo. 

Coloquei Mari no carro e decidi ligar pro Luan. Agora quem estava nervosa era eu. 

- Amor? Acabei de sair. - Ele falou animado. 

- Luan, quando você volta? - Falei já começando a chorar. 

- O que foi dessa vez? - Ele suspiro e ouvi a porta da van bater. 

- Quando? 

- Amanhã. Só tinha a gravação, já é segunda. O que aconteceu?

- Eu estou nervosa. - Comecei a chorar. - Seu pai passou mal. - Disse rápido. - Estou no hospital desde aquela hora que a gente se falou e é serio. 

- O que aconteceu com ele? - Ele falou num sussurro. 

- Olha, eu não sei muito bem. Sua mãe ficou nervosa e não consegui conversar com o medico, mas ele disse que é serio, precisa de cirurgia e me mandou ligar pra você e pra Bruna.  

- Cirurgia? - Ele mal falava e sabia que o choque ali tinha sido grande. 

- Por favor, vem pra casa. E trás a Bruna. 

- Eu estou indo, vou sair aqui do Rio agora. Só vou ligar pra minha irmã. - Ele falou afobado. - Se acalma e segura as pontas ai pra mim, por favor. 

- Fica tranquilo, vou levar sua nossa casa. Eu me viro! Só vem embora. 

- Num pulo eu estou ai. 

- Luan, se acalma, vai dar tudo certo! - Falei, tentando me convencer daquilo. 

- Mais essa meu Deus! - Percebi sua voz ficar afetada.

- Não, vai dar tudo certo. Não chora... 

- Eu vou desligar e ligar pra Bruna. 

Me despedi rapidamente e passei pra pegar as meninas. Elas se assustaram um pouco com a avó nervosa, então ficaram quietinhas. Fomos pra casa e eu coloquei elas pra tomar banho e ajudei Mari a se acalmar. Ela queria voltar pro hospital, mas convenci que devíamos esperar Luan e Bruna ali. Eles estavam chegando e de qualquer forma eu não tinha com quem deixar as meninas. Tathi já tinha se formado a pouco tempo e mal tive tempo de contratar uma nova ajudante. Tomei banho e Mari fez o mesmo, quando a convenci de que era melhor ficar prontas pra quando os filhos chegassem, o que aconteceu quase duas horas depois que liguei pra Luan. 

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