Capítulo 92

Um homem alto se aproximou de nós dois aos poucos. Ele não me era estranho. Quando Luan viu ele, eles se cumprimentaram batendo as mãos, como grandes amigos. Respirei aliviada, já que devia conhecer ele de alguma festa dos amigos do meu marido. Ele veio me cumprimentar com um sorriso presunçoso no rosto. Aquilo me assustou, então peguei minha filha no colo em sinal involuntário de proteção. 

- Linda sua esposa, tenho a impressão de conhecer ela de algum lugar! – Ele sorriu malicioso e olhou pro Luan. 

- Deve ter visto ela comigo. – Ele sorriu e fez o mesmo com a outra gêmea, depois passou uma das mãos pela minha cintura. – Somos casados a muito tempo. 

- Suas filhas se parecem com você. – Ele passou a mão pelo rosto de Beatriz e eu puxei ela pra mim, tentando disfarçar. – Mas nos encontramos a pouco tempo, não estava casado. 

- Casamos tem um ano e dois meses. Mas já éramos casados antes, fazem anos. É que nos separamos por um ano. – Luan sorria abertamente, parecia que gostava dele. 

- Amor, podemos voltar? – Disse pra ele. 

- Pro hotel? 

- Não. Pra nossa mesa. Esse salto me cansou. 

- Tudo bem amor. – Luan se despediu dele e pegou Beatriz do meu colo, dizendo que levava ela pra mim. Sorri falsamente em despedida, mas o homem me olhou de forma estranho. 

- Você dança bem! 

- Que isso, só estava brincando com minhas filhas. 

- Não estou falando disso. – Meu coração gelou e eu me afastei dois passos. 

- Não sei do que está falando.
- Estou falando da boate do Rodrigo. Eu ia te ver dançar pelo menos umas duas vezes por semana. – Ele sorriu divertido. 

- Eu continuo sem saber do que está falando. – Tentei demostrar confusão, mas meu coração pulava forte. – Se me dar licença, eu vou acompanhar meu marido. 

Sai dali a passos rápido e com as mãos tremendo. Ele certamente havia me reconhecido. Quando cheguei na mesa Luan havia colocado as meninas sentadas e dava água pra elas. 

- O que foi? – Ele perguntou me olhando sentar nervosa. 

- Posso falar com você? – Ele assentiu. 

- Mãe, segura as meninas aqui que eu vou falar com a Natália rapidinho. 

Mari se aproximou delas e continuou o que Luan fazia, enquanto saia atrás de mim do salão. Parei na área externa, e ele ficou na minha frente e passou um dos braços pela minha cintura. 

- O que foi? 

- Aquele cara lá dentro. 

- O Guilherme? 

- Ele me conhece, da boate. – Passei minhas mãos pelo seu pescoço e escondi meu rosto. 

- Como assim? – Ele me apertou. 

Expliquei as palavras dele e disse que sabia que conhecia ele de algum lugar. 

- Isso não podia ter acontecido. – Ele falou. 

- E agora? 

- Vamos fingir que não sabemos de nada. Ele não tem como ter certeza. – Mordeu a boca. 

- Eu não gosto dele, ele tem cara de mau. 

Ele riu. 

- Claro que não amor. 

- É sério Luan, eu não gosto dele. Não te quero mais perto dele. 

- Tudo bem, vamos ficar longe. Quer ir embora? – Ele acariciou meu cabelo. 

- Está cedo, vão estranhar. 

- As meninas estão com sono já. Todo mundo sabe que as Anas estão aqui, ir embora de festa com bebê é a coisa mais normal e comum do mundo! 

- Então eu quero. 

Nos beijamos com calma e depois ele me abraçou. 

- Vai dar tudo certo. 

Voltamos pra mesa e nos despedimos de todos os amigos mais próximos. 

- Já filho? – Mari questionou. 

- As meninas estão ficando irritadas mãe, e vão dormir logo. Natália está com dor de cabeça também. 

Pegamos as meninas e fomos em direção ao carro alugado. Ao colocar as meninas nas cadeirinhas, entrei no carro e vi o homem entrar em um logo atrás de nós. Luan fechou minha porta e lançou um olhar feio pra ele, entrando em seguida e seguindo pra paz do hotel.

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PS: Capítulo bônus as 23:00.