Capítulo 87

Uma semana depois...

- Mari, qualquer coisa a senhora me liga por favor!

- Vai dar certo querida!

- Mas a senhora liga?

- Ligo, pode deixar.

- Amor, minha mãe teve dois bebês já né... - Ele me puxava pelo braço em direção a porta.

- Não é isso Luan, é que elas nunca mamaram na mamadeira...

- Mãe, fala pra ela que a senhora liga!

- Eu ligo querida, fica tranquila... - Respirei fundo.

- Podemos ir agora? - Luan riu. 

Estava muito nervosa por que ia sair com Luan essa noite e as meninas iam ficar na casa de seus pais. Tinha deixado leite pra elas, mas não queria ir de jeito nenhum. Entrei no carro olhando para trás e então Luan colocou meu cinto, já que eu estava quase abrindo a porta pra voltar de tão apertado que estava meu coração. No quarteirão seguinte eu já tinha me arrependido.

- Amor...

- Oi Amor.

- Se importa se a gente voltar? - Ele parou no sinal e me olhou feio.

- Me importo sim. - Ele suspirou. - Olha, eu sei que você está preocupada... Se quiser a gente pode voltar, mas eu não queria que fosse assim.

- Tudo bem. 

- Podemos ir?

- Sim amor, desculpa. Eu só estou nervosa. 

- Confia em mim.

Ele foi cantando uma musica da rádio pra mim, tentando me distrair. Suas caras e bocas me rederam muitas risadas. Assim que chegamos no shopping ele colocou um boné e eu começou a ficar mais nervoso que eu. 

- Amor, tem certeza que não quer ir em outro lugar?

- Não amor, vai dar certo. - Entramos de mãos dadas, tentando ser o mais discretos possíveis. Enquanto Luan ia no banheiro, eu fui comprar as entradas e um pipoca pra disfarçar a fome, por que íamos comer depois. Esperei ele e logo entramos na sala.

- Faz tempo que não venho. - Ele sorriu se ajeitando. 

- Eu também... 

Ele passou o braço por mim e me olhou sorrindo. 

- Mais tranquila?

- Estou amor. - Sorri escondendo o rosto. 

- Tão lindinha preocupada com nossas filhas... - Ele acariciou meu cabelo.

- Eu acho que é coisa de mãe. - Mordi a boca e ele riu.

- E você é a melhor mãe do mundo, junto com a minha. 

Olhei pra ele sorrindo. Tão lindo o que tinha falado... Peguei seu rosto e beijei seus lábios.

- E você está me surpreendendo sabia?

- Serio? 

- Sim... Aplicado, esforçado, prestativo... O melhor pai do mundo.

- Estou tentando... - Ele fez bico.

- Você é! 

Nos assustamos com o barulho e o filme começou. Ficamo abraçados o tempo todo, com a sessão vazia pelo dia de semana. Luan que tinha escolhido o filme e eu gostei. Era engraçado apesar de ser de ação. Assim que acabou passeamos de mãos dadas, Luan atendeu algumas pessoas e eu ajudei ele a escolher um presente de aniversario pra Mari, e comprei o meu também. Minha barriga reclamou de fome e fomos comer num restaurante ali mesmo. Jantamos rindo, conversando e super tranquilos. Um programa comum pros demais, mas extremamente especial pra nós dois. Assim que o shopping já estava fechando, fomos pra casa. Estava ainda preocupada em passar tanto tempo longe dos pequenos. Passamos na casa dos pais dele e assim que chegamos encontramos eles na sala, assistindo TV.

- Mas já?

- Natália estava preocupada. - Luan riu de mãos dadas comigo. 

- Elas nem choraram querida, estão dormindo. 

- Não mamaram?

- Não... - Ela riu.

- Está vendo? - Luan me deu um beijo. - Tanto desespero pra nada. 

- Logo elas choram. - Sentei. 

Contamos do filme, eles falaram que iriam assistir, então Luan subiu comigo e pegamos elas, agradecendo e indo pra casa. Não viramos a esquina e o choro sincronizado começou, arrancando risadas de nós. Luan me ajudou com elas e dei o peito enquanto ele tomava banho. Mamaram bem, me fazendo ter esperanças de acordarem só ao amanhecer. Um pouco agitadas, mexiam com as mão deitadas na nossa cama, enquanto me davam alguns sorrisos. 

- Nossa, mas que agitação é essa na minha cama? - Ele saiu do banho e deitou do lado delas, que ficaram no nosso meio. 

- Estão sorrindo papai! - Ri.

- Olha que coisa mais feia esse sorriso banguelo. - Ele gargalhou.

- Está com inveja só por que é pra mim. - Dei a língua. 

Fui tomar banho e quando voltei Luan mexia no celular sozinho.

- Onde estão as risonhas?

- Na cama delas. - Ele riu. - Dormiram e agora a cama é nossa só, não tem espaço pra crianças. 

- Que horror amor...

- Você não queria que eu deixasse elas aqui agora que você chegou toda linda né? - Ele se levantou e me abraçou, encostando na parede.

- Você não presta... - Ri.

- Você também não! 

- Luan! - Riu abismada.

- Não vem não... Fica ai se fazendo de boazinha! - Ele se defendeu.

- Boazinha? - Perguntei.

- Sim, santinha! 

- Esta bem então! - Entrelacei meu braço pelo seu pescoço e sem que ele esperasse ergui minhas pernas, prendendo ele pelo quadril, que riu assustado.

- Eita!

- Boazinha né? - Provoquei.

- Nem um pouco. - Ele colou nossas bocas e iniciamos o beijo que foi só o começo da nossa noite de amor.

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