Capítulo 99

Odiei a ideia do Luan não jantar conosco e principalmente dele ter sido grosso. Eu sabia que ele estava nervoso e que não me queria exposta na confusão, então contei até mil enquanto dirigia de volta pra casa com as meninas dormindo nas suas cadeirinhas. Eu não queria ficar esperando por ele acordada pra não ter nenhum tipo de atrito e nem nervoso, mas assim que coloquei as meninas na cama depois de acordar elas pra trocarem de roupa, eu escutei a porta abrindo e sai do quarto delas, fechando a porta e dando de cara com ele.

- Oi... - Disse tentando sorrir. 

- Oi... - Ele sorriu fraco pra mim e tirou a camiseta, segurando na mão e me abraçou. 

Entrou no quarto, deu um beijo nas meninas e saiu. 

- Como foi lá? - Tentei ser participativa e também queria informações, mas ele fechou a cara.

- Olha, eu sei que você está preocupada, mas não fica fazendo perguntas agora... - Ele entrou no nosso quarto e eu o acompanhei, sentando próxima a ele. 

Luan sentou na cama e tirou o tênis e depois se levantou e começou a falar enquanto tirava a calça:

- Mas eu estou estressado e eu não quero brigar. Eu sempre soube que isso ia dar bosta, e eu estou me segurando pra não fala "eu te avisei", por que isso é chato, eu sei. Então vamos dormir, e amanhã a gente conversa, por que eu não quero brigar e é isso que vou fazer se a gente conversar agora. 

- Tudo bem. Você está bravo? - Mordi a boca.

- Não, não estou bravo. Só estou um pouco estressado por que eu e você não precisávamos estar passando por nada disso. 

- Eu sei, mas eu não posso apagar o que aconteceu. E outra, também não fiz nada demais. 

- Eu sei Natália! - Ele entrou no banheiro impaciente e depois apareceu na porta escovando os dentes. - Mas acho que você não tem noção da proporção que isso tomou e do tamanho da discussão "puta ou dançarina" que se abriu por ia. - Ele entrou no banheiro de volta. 

- Eu não queria prejudicar sua carreira. - Disse depois de segundos de silencio. 

- Não é essa a questão Natália, não é esse o problema. - Ele sentou de volta. - Será que você não percebe? Não quero expor você e nossas filhas. É esse meu problema. - Ele me abraçou de lado e deitamos daquela forma. 

Luan cuidava de mim, me protegia e me blindava de toda a maldade. 

- Você foi muito grosso comigo no telefone. - Reclamei fazendo bico e ele riu.

- Já ficou pensando que eu vou te largar né? - Dei um tapa no seu braço. - Quando quer que eu vá embora? - Ele riu.

- Idiota! - Apertei ele. 

- Eu comi direitinho tudo bem meu amor? 

- Porcaria. - Disse já olhando feio. 

- Não, pedimos comida japonesa... - Ela sorriu sapeca. - Agradeça as meninas, elas sabiam que eu não ia comer e jogaram baixo por que ouviram eu gritar no telefone, - Ele riu. 

- Vai ser a primeira coisa que vou fazer, - Cerrei os olhos pra ele e depois apertei em mais um abraço. 

- E você vê se nunca mais faz algo quando eu digo que não vai dar certo, que tal?

- Tudo bem senhor. - Bati continência e ele me olhou bravo. 

- Para com isso, fica parecendo que eu sou o ditador da casa. 

- Eu sei meu lindo... - Apertei a bochecha dele. 

- Assim não... - Ele reclamou tentando esconder o rosto. 

- Só se me prometer que não vai mais brigar comigo por causa do idiota do Rodrigo.

- Prometo, agora para! - Ele riu prendendo minhas mãos. - Eu te amo minha ingenua. - Ele riu. 

- Eu te amo, meu protetor. - Fiz carinho no seu rosto e nos beijamos com calma, já aconchegando pra dormir depois do dia turbulento.

Mas não imagina que não ia ter sossego tão cedo.

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PS: Quero bastante comentários essa semana, já que teremos bastantes capítulos! haha