Capítulo 90

Cheguei em casa cansado, depois do show de sábado. Abri a porta com minhas chaves e entrei. Encontrei Natália dormindo e as meninas também. Dei um beijo em cada um delas e tomei um banho e quando entrei no closet pra me trocar escutei Natália me chamar baixinho. 

- Sou eu amor! - Respondi vestindo uma boxer e indo pra cama.

Entrei em baixo do coberto e só vi seus olhinhos pra fora, cansados.

- Cansadinha? 

- As meninas ficaram chatinhas demais hoje. 

- Por que? 

- Não sei. - Ela fez bico. - Quiseram colo, choraram muito. 

- Então agora dorme vai neném. 

- E você? 

- Estou cansado também, mas bem e feliz de poder dormir sentindo seu cheirinho. - Beijei seu rosto e apertei ela. 

Conversando mais algumas frases, mas ela logo parou de responder e eu sorri, a vendo tão angelical nos meus braços. Não demorei a dormir, me sentindo completo. 

- Luan, vem aqui um pouquinho! 

Estava num churrasco com a família e alguns amigos, pra comemorar o aniversario da minha mãe. Ela tinha adorado uma correntinha que dei pra ela, com um pingente de duas menininhas, Lauroca e Beazinha. 

Segui meu pai até o escritório e nos sentamos. 

- A Natália te contou? 

- Sim. - Suspirei. 

- Bruna me contou, disse que ficaram muito assustadas e ele não parece querer nada bom. 

- Eu sei, mas eu acho que não vai aparecer de novo. 

- E se aparecer Luan?  

Eu não queria contar o que iria fazer. 

- Ele não é louco pai. Ele sabe que eu aciono a policia e acabo com a vida dele em dois segundos. 

- Você disse isso da ultima vez. 

- Pai, confia em mim. 

- Luan, é suas filhas e sua mulher, olha o que você está fazendo! Eu acho que a gente já devia ter ido na policia. 

- Pra ele ir lá e falar pra todo mundo da Natália? 

- Luan!

- Pai, eu sei o que eu to fazendo... Ele não vai mais se meter com a gente. 

Voltamos pra festa logo. Natália estava na piscina com Bruna e algumas amigas e eu sentei perto, numa sombra com as meninas. Beazinha estava no meu colo enquanto eu ria das palhaçadas de Natália e Lauroca no colo do Marquinhos, que estava todo bobo com ela rindo pra ele e pedia loucamente pra ela "rir pro titio". Queria gravar aquela cena pra rir da voz de bebê ridícula que ele fazia. 

- Filha, fala pra ele que ele está te assustando. 

- Estou brincando com a menina boi. - Ele falou inconformado. 

- Está falando com uma voz ridícula! Ja não basta a cara feia na cara dela. Ele me tacou um copo de plástico e eu desviei.

- Cê é louco? A Ana Beatriz boi! 

- Desculpa! - Ele ficou desesperado. - Eu esqueci. 

- Tudo bem! - Ri. 

Meu telefone tocou entre minhas pernas e eu peguei, olhando o nome do Well. Corri até minha mãe e deu a pequena pra ela, correndo pra longe das pessoas pra atender, entrando dentro da casa. Estava esperando a ligação dele desde que acordei. 

- E ai cara? - Perguntei fechando a porta do meu quarto. 

- Está feito. Ele acabou de me ligar. 

- Mas quando foi? 

- Ontem de noite. 

- Conta mais. 

- Ele disse que deu uma boa lição nele, que se ele tiver amor a vida não aparece nunca mais. 

- Assim espero. E disse meu nome?

- Sim. Ele falou que Rodrigo entendeu o recado. 

- Paga o resto do dinheiro e está feito. 

- Tudo bem! Marquei com ele agora a noite. 

- Natália não pode nem sonhar ok? 

- Relaxa! 

- Preciso voltar pro churrasco cara, antes que alguém venha atras de mim. 

Me despedi e voltei mais calmo. Eu sabia, ou pelo menos esperava que agora estivesse tudo acabado e rezava pra Natália nunca saber daquilo. E rezava mais ainda pros nossos problemas com a boate estivessem eliminados.  

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PS: Desculpa o atraso amores!