Capítulo 95

Eu não pude acreditar no que estava ouvindo. 

- Você só pode estar brincando com a minha cara. 

Natália me olhou do mar e fiz gesto pra que ela voltasse pra areia.

- Só por uma noite parceiro! 

Rindo com deboche e descrença, fiquei negando com a cabeça enquanto ele achava a coisa mais normal do mundo! Ela apareceu confusa e pegou a toalha no cobertor, mas eu olhei serio. 

- Coloca seu vestido agora! 

Ela me obedeceu e levantei com as meninas tentando ignorar a presença infame daquele idiota. Me aproximei da mureta do calçadão atras de nós e mandei Natália sentar, colocando as duas ali sentadinhas. Minha mulher me olhava assustada e voltei, colocando as coisas na bolsa e jogando de qualquer jeito o cobertor. Apontei meu dedo pra ele. 

- Agradeça que estou agora com a minha família, mas quando eu te encontrar qualquer dia desses, eu acabo com você! - Disse entre dentes. 

- Nossa, tão preciosa assim? - Ele riu e aquilo subiu meu sangue. Joguei a bolsa na areia e atingi seu rosto com um soco rápido e inesperado. 

Ele caiu na areia e eu peguei a bolsa, o olhando de cima. 

- Isso é pra você aprender a respeitar mulher dos outros! Eu te quero bem longe de mim! 

Natália me olhava assustada e gritou comigo. 

- Vamos embora amor! 

- Vamos. - Fui até elas e peguei umas das bebês. 

Natália me acompanhou com a outra no colo, calada. Agradeci mentalmente por a praia estar vazia. Andei a passos rápidos, olhando pra trás e colocando Natália a minha frente. Assim que entramos no elevador do hotel ela me olhou, ainda assustada, e passou a mão pelo meu ombro.

- Não fala nada tudo bem? - Pedi. - Ele mereceu. 

- Eu sei, só se acalma. - Ela ficou na ponta do pé e me deu um beijo, mas Laura empurrou nós dois. 

Rimos dela e o elevador parou. Entramos no quarto e eu ajudei Natália com o banho delas, tentando me acalmar. Ela também tomou banho pra tirar o sal do corpo e depois eu fiz o mesmo. Ela estava sentando terminando de dar o peito para as duas gulosas. Colocou elas no berço e depois sentou se ajeitando nos meus braços. 

- O que ele disse? 

- Um monte de besteiras, você não merece ouvir. 

- Tipo o que? - Ela insistiu. 

- Queria dormir com você pra não abrir aquela bosta que ele chama de boca. 

- Luan... - Ela me olhou assustada. - E o que você disse?

- Como assim o que eu disse? Não ficou claro? - Ri. 

Ela começou a rir e me abraçou de surpresa. Apertei ela bem forte. 

- Eu prefiro ir lá na internet e conta tudo do que se quer pensar nessa palhaçada. - Acariciei seu rosto. 

- Você acha que ele cai contar? 

- Acho que não. - Dei de ombros. - Ele não tem nenhum interesse no assunto, só é seu fã. 

- Fã? 

- É. - Fiz careta. - Completamente encantado por sinal. 

Ela começou a rir com uma risada gostosa. 

- Sabe cada passo da coreografia e se bobear quantos centímetros tem sua bunda. 

- Amor! - Ela me olhou inocente e corou as bochechas. 

- É, estou só falando a verdade. Não adianta ficar com essa bochecha rosadinha ai... Ninguém mandou ficar rebolando a bunda lá naquela porcaria. 

- Porcaria que você foi né! - Ela acusou. 

- Era uma despedida do meu amigo! - Ri. 

- Não importa! - Ela cruzou os braços. 

- Ficou com ciúmes é neguinha? - Passei minha mão dentro seu cabelo e puxei eles pra trás, me dando aceso ao seu pescoço. 

- Não! 

- Não? - Beijei ele, ela estava toda cheirosa.

- Talvez só um pouquinho! - Ela riu e eu afrouxei seu cabelo, voltando sua cabeça pra posição normal. 

Juntei nossos lábios e depois separei sorrindo. 

- Ele vai nos deixar em paz tudo bem? 

- Vai mesmo?

- Você é só minha! - Sorri e a apertei em meus braços, bem forte. 

Ficamos ali o resto do dia, abraçados. Não nos desgrudamos mais. E eu rezava pra ter razão e aquele soco afastar aquele escroto de vez. 

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